Deserto do Atacama
Porta de entrada para conhecer o Deserto do Atacama, San Pedro abriga cerca de 5 mil habitantes entre suas casinhas de adobe e ruas de terra. O simpático povoado vive do turismo na região, com uma seleção farta de hotéis, restaurantes e lojinhas que recebe viajantes do mundo todo.
As atrações naturais do Atacama, o deserto mais seco e em maior altitude do mundo, estão espalhadas ao redor de San Pedro, e são acessadas por tours vendidos pelas diversas agências das cidades. Nos hotéis mais sofisticados, eles já estão incluídos na estadia.
A lista de lugares imperdíveis é tão extensa quanto aquelas terras do norte do Chile, cujo principal acesso aéreo se dá por Calama, a 100 km da cidade. Prepare-se para encontrar cactos gigantes, vulcões cônicos, lagoas azuladas, gêiseres fumegantes e formações rochosas que parecem ser de outro planeta. Lhamas, vicunhas, guanacos, raposas e graciosos flamingos dão o tom da singular vida selvagem.
QUANDO IR
Não tem tempo ruim para visitar o Atacama: a temperatura tem pouca variação durante o ano (média de 25ºC durante o dia e 5ºC durante a noite) e o nível de precipitação é mínimo. A alta temporada é o verão chileno, de dezembro a março, quando é ligeiramente mais quente. No inverno, o frio é um pouco mais severo e tempestades de neve e granizo podem atrapalhar os passeios.
ONDE FICAR
Escolher um hotel com área de lazer com piscina, jardim e redário é interessante para passar o tempo entre um passeio e outro. Há opções econômicas como a Casa Algarrobo, com piscina e quartos arrumadinhos, o Anka Hostel, com quartos coletivos e privativos, o Hotel Jardin Atacama, com instalações novinhas, e o Domos los Abuelos, com acomodações em simpáticos domos de adobe.
Para subir o nível de conforto, veja o Terrantai Lodge, que promove confraternização todas as noites com queijos e vinhos, e Pascual Andino, com pátio particular e piscina.
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Mais afastados do centro, mas igualmente confortáveis são o Our Habias Atacama, com quartos superespaçosos e varandas com vista para o vulcão Licancabur e o boutique NOI Casa Atacama.
Os hotéis de luxo da região oferecem um esquema de deserto com glamour: inclusas na diária estão todas as refeições e excursões, o que significa passeios com grupos menores, visita a atrações menos óbvias e mordomias.
A maioria deles está ligeiramente afastada do centro de San Pedro. O pioneiro ali é o Explora, com quatro piscinas, quartos com vista para a Cordilheira do Sal e um telescópio próprio para os hóspedes observarem as estrelas.
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É igualmente fabuloso o Tierra Atacama, com vista imbatível do vulcão Licancabur de todos os quartos e áreas comuns, o que inclui o spa e as piscinas externa e interna. Mas o que já era bom ficou ainda melhor: depois de um ano e 17 milhões de dólares investidos, o hotel foi reaberto em abril de 2025 com um novo frescor. A VT esteve por lá algumas semanas depois dessa retomada: veja como foi a hospedagem nessa outra matéria.
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O intimista Awasi tem apenas 10 quartos e faz parte da rede Relais & Châteaux – cada hóspede tem um guia e carro disponível só para si.
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Já o Nayara Alto Atacama é um lodge lindamente decorado aos pés de uma montanha, com restaurante gourmet e spa.
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ONDE COMER
O centrinho tem ampla ofertas de restaurantes descontraídos com preços módicos e opções de pratos típicos para encher a barriga depois das excursões pelo deserto. Um dos melhores restaurantes é o icônico Adobe, com mesas externas ao redor de um fogueira e menu com pratos chilenos e internacionais.
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No ambiente rústico do tradicional La Casona, é possível provar o ensopado chupes, com carnes de vários tipos, batata e mandioca, e pastel de choclo, uma torta de milho com carne moída ou frango.
Outro local para comer acima da média é o Baltinache, restaurante com salão pequeno que serve carnes exóticas com a do guanaco, o primo silvestre da lhama.
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No Ckunna, com um pátio amplo nos fundos, sabores do altiplano são valorizados em pratos com ingredientes como chañar, quinoa e algarrobo.
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Para mais cozinha caseira e regional, há o Las Delicias de Carmen, onde dá pra provar a típica sopa patasca, um guisado picante com milho, batata e carne.
A La Franchuteria é um cantinho aconchegante com mesas ao ar livre comandado por um chef francês. É possível provar croissants, pães artesanais e chocolate quente.
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Dentre as poucas opções de restaurantes para curtir a vida noturna, o Lola tem um terraço com DJs que tocam reggaeton, funk e pop. No cardápio, empanadas, sanduíches, pizzas e drinks.
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Vegetarianos encontram opções no Tierra Todo Natural. Para comidinhas, há empanadas no Emporio Andino e sorvetes na Babalu Heladería.
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O QUE FAZER
San Pedro de Atacama
A rua principal da cidade é a Caracoles, repleta de bares, agências de turismo, restaurantes e lojinhas de artesanato local. No centrinho vale ver também o Museu Arqueológico Gustavo Le Paige, que ajuda o visitante a entender a história dos atacamenhos com cerâmicas, tecidos e outros artefatos bem preservados. A singela Iglesia San Pedro de Atacama data de 1.745 e foi construída com pedra, adobe e madeira.
Salar de Atacama e Lagunas Altiplânicas
Tour mais clássico do deserto, tem como primeira parada a Laguna Chaxa, no Salar de Atacama. O panorama é espetacular, com os vulcões e montanhas com topos nevados ao fundo, o terreno coberto por crostas de sal e o azul da lagoa contrastando com os corpos rosados dos bichos.
Guias costumam servir café da manhã em mesinhas dobráveis no estacionamento antes de partir para ultrapassar os 4 mil metros de altitude em direção às lindíssimas Lagunas Miscanti e Miñiques, dentro da Reserva Nacional dos Flamingos.
Antes de fechar o passeio, pergunte sobre uma possível extensão ao Salar de Talar (ou Piedras Rojas), um point menos visitado que exibe impressionantes lagoas de água azul-clarinho entre pedras avermelhadas.
Vale da Lua e Vale da Morte
Na Cordilheira de Sal, a 17 km de San Pedro, o vale exibe impressionantes formações rochosas manchadas de sal e areia. Seus nomes são uma referência à geografia local que lembra, respectivamente, o solo lunar e a aridez na qual a vida parece impossível.
Os tours organizados pelas agências possuem pouca variação de preços e contam com uma programação muito similar entre si, com paradas no Mirante de Cari, próximo ao povoado, visita aos dois vales e observação do pôr do sol. Alguns ainda incluem sandboard nas dunas.
Gêiseres de El Tatio
Localizados a 4.200 metros de altitude e a quase duas horas do centro de San Pedro de Atacama, o campo geotérmico está em plena atividade antes do amanhecer, o que exige um certo esforço do turista para sair da cama às 4h.
Para se animar, considere que o espetáculo daqueles minivulcões expelindo água fervendo a mais de 80 graus é um dos mais impressionantes de toda a viagem pelo deserto. O frio intenso da manhã, que exige muitas camadas de agasalho, arrefece no decorrer do passeio.
Lagunas Cejar, Tebinchique e Ojos del Salar
O passeio é mais indicado no verão, quando as águas extremamente salgadas da Laguna Cejar convidam ao banho e deixam tirar fotos boiando à la Mar Morto. O panorama é fotogênico, com o vulcão Licancabur ao fundo. O passeio para ainda nos Ojos del Salar, duas crateras de água doce, e na Laguna Tebinquiche, onde o pôr do sol colore o cenário.
Quem quiser dar um tempo de excursões pode escolher ir de bicicleta – de San Pedro, são 20 km até a Laguna Cejar e 30 km até a Tebinchique.
Termas de Puritama
Para descansar, os oito poços de águas (entre 28 e 35 graus) ao longo do Rio Puritama mantidos pelo Hotel Explora são um programão no deserto (o primeiro deles é exclusivo dos hóspedes).
No inverno, prefira ir de manhã, quando bate mais sol. Dá para conjugar o passeio com um trekking pelo Vale do Guatin, que tem trilhas pelas pedras margeando cactos gigantes a belas paisagens desérticas.
+ A Civitatis tem tour às Termas de Puritana
Rota dos Salares
Desde junho de 2018, quando a Corporação Nacional de Florestas (Conaf) anunciou o fechamento definitivo do Salar de Tara para recuperação do ecossistema e aumento da reprodução de flamingos, um passeio alternativo é a Rota dos Salares, que vai até os Salares de Aguas Calientes e Quisquiro.
Antes de chegar nos desertos de sal, o tour faz paradas para café da manhã perto do vulcão Licancabur e para observar os gigantes fragmentos de rocha chamados de Monjes de La Pacana.
Tour astronômico
O Atacama é um dos melhores lugares para observação do espaço. Empresas como a Space e a Alarkapin levam para passeios noturnos em locais próximos de San Pedro, onde há uma aulinha rápida sobre reconhecer planetas e estrelas e a relação dos antigos povos atacamenhos com os astros. Depois, pode-se observar o céu em telescópios, com chance de tirar fotos incríveis da lua.
Como chegar
O Aeroporto Internacional El Loa, na cidade de Calama, a 100 km de San Pedro, serve a cidade com voos locais e internacionais. Do Brasil, a LATAM e a SKY voam com conexão em Santiago. O melhor jeito de ir até San Pedro é com empresas de transfers compartilhados como a Transvip e a Transfer Pampa, que levam direto do aeroporto para o centrinho. Pagando mais é possível ir com os táxis, que trabalham com tarifas pré-fixadas. Nos hotéis mais luxuosos, o traslado geralmente já está incluído na estadia.
Como circular
Apesar de haver empresas de aluguel de carro em Calama, dirigir no deserto não é recomendável, já que há muitas curvas perigosas e são necessários bons veículos 4×4 e motoristas experientes.
O jeito de circular acaba sendo exclusivamente com tours de agências que operam na cidade, coletivos (mais baratos) ou privativos (mais caros) – veja com a Grado 10 e a Ayllu.
Muitos hotéis de luxo de San Pedro organizam seus passeios com guias e veículos próprios. Algumas poucas atrações podem ser alcançadas de bicicleta desde San Pedro, como a Laguna Cejar.
Documentos
Brasileiros podem entrar no Chile com carteira de identidade (RG) ou passaporte com validade para duração da estadia.
Dinheiro
A moeda oficial é o peso chileno (CLP); consulte a cotação do dia. O ideal é levar dólares e trocar em casas de câmbio da cidade, que se concentram na Calle Toconao – reais não costumam ter boa cotação em San Pedro e o câmbio é desfavorável para comprar pesos chilenos no Brasil. Se a sua viagem incluir uma parada em Santiago, vale mais a pena trocar o dinheiro na capital chilena.
Cartões de débito internacionais, como o Wise, também são amplamente aceitos no Deserto do Atacama, mas vale carregar uma pequena quantia de dinheiro em espécie para pagar a entrada em alguns parques e comprar souvenires em lojas menores.
Embora não tenha força de lei, há uma regra que determina que hotéis podem isentar estrangeiros do pagamento de 19% do IVA sobre o valor de sua estadia. Para conseguir o desconto, o pagamento deve ser feito em dólares, euros ou com cartão de crédito internacional.
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