San Francisco
Dizem que todos deveriam viver um dia em San Francisco, mas ir embora antes de ficar com o coração mole demais.
Enquanto no Nordeste e Centro-Oeste americanos a marca do puritanismo e de valores ortodoxos ditaram a cultura e o comportamento locais, no norte da Califórnia tem-se a impressão que todos podem tudo. Terra de hippies (autênticos e tardios), imigrantes de todo o mundo – você logo perceberá o grande número de asiáticos -, gays, lésbicas e alternativos, aqui há um respeito enorme pela diferença. Sente-se esse ar de liberdade em todos os cantos da cidade, sempre colorida, alegre e sorridente.
Você sente um pouco desse clima em Fishermen’s Wharf, o antigo ancouradouro que hoje abriga lojinhas, restaurantes e bares, sempre repleto de pessoas. Atenção para a Boudin Bakery, onde pães recém-assados passam sobre as cabeças dos clientes em trilhos móveis. Tudo é tão convidativo que leões-marinhos tomam sol despreocudamente por ali.
Um dos símbolos mais duradouros da América também fica aqui, a ponte pênsil Golden Gate Bridge. Suas linhas art-deco pintadas em vermelho são ao mesmo tempo um feito da engenharia, ligação viária fundamental e obra de arte. Algumas milhas à frente está o presídio da ilha de Alcatraz, onde já ‘residiu’ o mafioso Al Capone. No sobe e desce das ladeiras da cidade encontram-se antigos bondinhos e praças floridas que desafim o imprevisível clima local. Atribui-se erroneamente a Mark Twain uma frase hilária: “O inverno mais frio que já passei em minha vida foi um verão em San Francisco”. E se não for o frio, será o vento, e se não for o vento, será um neblina cerrada que inunda a gelada baía.
Outras atrações que não devem ser perdidas são uma passagem pela pitoresca Chinatown, o Museu de Arte Moderna, a meca LGBT em Castro e o clássico cruzamento, símbolo da contacultura, em Haight e Ashbury. Nas vizinhanças da cidade estão ótimos passeios, como para as vinícolas e paisagens campestres de Napa Valley e alguns dos melhores parques nacionais da região.
San Francisco definitivamente vai lhe reservar muitos sorrisos, boa comida, vinhos maravilhosos e passeios inesquecíveis. Descubra então o que é ter coração mole.
COMO CHEGAR
Não há voos diretos entre o Brasil e San Francisco, mas a cidade é facilmente acessada através de conexões de companhias como American Airlines, Continental, Delta, Tam e United. A região da Bay Area é servida pelo aeroporto internacional de San Francisco (SFO, www.flysfo.com). A forma mais fácil de chegar ao Centro é através do BART (Bay Area Rapid Transit), uma espécie de metrô, em uma viagem de apenas 30 minutos que custa cerca de US$ 8. Os trens saem em intervalos de 15 minutos, nos horários de pico, e 20 minutos. É possível também embarcar em vans compartilhadas (desde US$ 15), que lhe deixará na porta de seu hotel, e também em táxis (desde US$ 50), duas boas opções para quem está em grupo ou com muita bagagem.
De trem, San Francisco é famosa por não ter um terminal ferroviário. A estação mais próxima está em Oakland, do outro da baía. As principais linhas são a San Joaquin — que liga a Bay Area a Sacramento e Bakersfield, ao sul — e a Capitol Corridor, que vai até San Jose.
Apesar de ser possível fazer a viagem entre Los Angeles e San Francisco utilizando transporte público, com o serviço ferroviário Amtrak Coast Starlight ou ônibus da Greyhound, por exemplo, o melhor mesmo é pegar um avião ou alugar um carro. É um meio razoavelmente barato e prazeroso de conhecer toda a região, passando por Monterrey e Carmel, na belíssima Highway 1.
COMO CIRCULAR
É muito fácil circular por San Francisco. Boa parte da cidade foi desenhada em um padrão de grade e todas as principais atrações turísticas e bairros com bons restaurantes são bem servidos por ônibus. No entanto, regras complicadas de conversão, o sobe e desce das ladeiras e o trânsito de bondinhos não a tornam uma cidade muito receptiva para quem alugou carro. Portanto, tire proveito do transporte público.
O sistema de trens, ônibus, bondes e metrô urbanos MUNI cobre boa parte da cidade. Os valores básicos da viagem (só ida) é de US$ 6 para os bondes e US$ 2 para os demais meios. Apesar do MUNI oferecer uma série de cartões de desconto, provavelmente o mais interessante é o passaporte turístico City Pass.
Além de oferecer sete dias de uso irrestrito do transporte no sistema MUNI, o City Pass ainda inclui entradas no Aquarium Bay, San Francisco MoMA, Gold e Blue Fleet Cruises, California Academy of Sciences e Exploratorium ou Museu de Young. Preço? US$ 69 para adultos e US$ 39 para crianças de 5 a 12 anos.
ONDE FICAR
San Francisco possui uma série de bons bairros para hospedagem. Os hotéis em Downtown, junto ao Distrito Financeiro e Chinatown, são muito procurados por quem viaja a trabalho ou participa em eventos, devido a facilidade de transporte e quantidade oferta de restaurantes, bancos e serviços. Há quem prefira ficar em boas pousadas em Fisherman’s Wharf e até mesmo em hotéis-butique em Haight-Ashbury e Castro, procurando quartos com muito conforto, decoração e serviço diferenciados. Na região de Nob Hill, alta e com belas vistas, reserva alguns hotéis de luxo.
O QUE COMER
San Francisco é uma festa para os gourmets. Plantações orgânicas estão espalhadas por toda Bay Area, ótimos rótulos de vinho são produzidos em Napa e Sonoma Valley, das correntes frias do Pacífico brotam pescados de qualidade ímpar. Para tirar máximo proveito disso tudo aqui estão restaurantes, estrelados ou não, de especialidades tão diversas como indiana, italiana e tailandesa. Os destaques porém são algumas boas casas de gastronomia chinesa (e todas suas variantes), japonesa e vegetariana.
Você encontrará bons bares, pubs, cafés e restaurantes por toda cidade: Fisherman’s Wharf mescla endereços caça-turista com chefs competentes, os arredores Financial District alimentam executivos do Centro e Chinatown é a meca da gastronomia cantonesa.
Mais ao sul da cidade, em direção a Palo Alto, você encontrará bistrôs inventivos frequentados pelos magnatas do Vale do Silício, enquanto que do outro lado da Golden Gate, ranchos e vinícolas oferecem menus com opções primorosas, devidamente harmonizadas com seus produtos.
Informações ao viajante
Línguas: Inglês
Saúde: Não há demandas específicas
Melhor época para visitar: De março a outubro. O alto verão costuma ser a alta estação, quando os hotéis estão mais caros, mas a cidade está mais divertida. Os invernos podem ser bem gelados por aqui.