Com certeza foi de Munique, a capital da Bavária, que importamos todos os estereótipos alemães: Oktoberfest (que começa em setembro), joelho de porco, copos gigantes de cerveja e um jeito meio bipolar de tratar as pessoas – ora nos cascos, ora beijando as bochechas.
Lá, em cenários que achamos fácil em folhetos de viagem, quase tudo acontece ao ar livre quando é verão – começando com os Biergarten, jardins onde as pessoas se juntam para beber cerveja.
O Hirschgarten, por exemplo, pode receber até 8 mil pessoas de uma vez só; no famoso Englisher Garten, bebe-se e comem-se pretzels plus-size ao pés de um pagode chinês de 25 metros de altura, o Chinesischer Turm.
Além de se acabar nesses lugares, os felizes alemães e turistas podem surfar no Eisbach, um braço do Rio Isar, ou se refrescar em uma das várias fontes espalhadas pela cidade.
Se o clima não ajudar (pode soprar um vento chato dos Alpes ou chover muuuito em Munique), dá para aproveitar o espírito da cidade mesmo assim.
Não dá pra deixar de comer mil tipos de pretzels e linguiças do mercado Viktualienmarkt. Ou pelo menos dar uma olhada na tradicionalíssima cervejaria Hofbräuhaus, com bandinhas alemãs que animam o vaivém de bandejas de comida (e os maiores copos de cerveja já vistos) sobre a nossa cabeça.
Ou então dividir uma mesa com um estranho na ainda cervejaria Augustiner-Bräu, que mantém um estábulo – sim, com cavalos – pertinho da vitrine cheia de Schweinshaxe (a parte logo abaixo do joelho de porco), o prato mais pedido da casa.
Na região central, o programa é acompanhar o tradicional espetaculozinho no relógio da torre da Neues Rathaus, a gótica prefeitura. Três vezes ao dia, bonecos representam a história da cidade: o casamento do duque Wilhelm V e de Renata de Lorraine na Idade Média e a dança tradicional da Bavária.
Fora do Centro, não faltam monumentos fincados em largas avenidas como o Siegestor – caso do Arco do Triunfo de Munique.
Um passeio fora das atrações de verão pode levar a experiências surpreendentes. No dia em que eu estava na região da florida e circular praça Gartnerplatz, chovia torrencialmente, sem parar. Ao procurar um lugar quente pra me abrigar, ouvi ao longe o trovejar de vozes cantando em coro. Seguindo o som, encontrei uma porção de homens com trajes folclóricos bávaros e com coletes e chapéus enfeitados com uma pena.
Em vez de ser uma miniedição da Oktoberfest, tratava-se – de repente ficou claro – de uma festa gay de rua, com drag queens agitando os braços entre músicas tradicionais e de Lady Gaga.
Bávaros e modernosIntegra um conjunto de pinacotecas, umas bem pertinho das outras. Esta é dedicada às artes gráficas, ao design e à arquitetura. Logo na entrada, a tela Converse Extra Special Value, 1985-86, de Andy Warhol, funciona como cartão de boas-vindas. O prédio, revestido de tubos coloridos como se fosse uma grande caixa de lápis de cor, já é uma obra de arte. O acervo conta com obras de Damien Hirst, Jeff Koons, Bruce Nauman e (ele de novo!) Andy Warhol, cuja A Foice e o Martelo (1976) está logo na entrada. |
Guia VT
Ficar e passear
O Eden Hotel Wolff mescla uma vibe clássica com móveis de madeira. Mais luxuoso, o Bayerischer Hof tem um restaurante estrelado Michelin. Considere o popular mercado Viktualienmarkt e as cervejarias Hofbräuhaus e Augustiner-Bräu, onde também se degustam bons joelhos de porco.
Língua
Alemão.
Saúde
Para entrar no país, nenhuma vacina é obrigatória..
Documento
O passaporte é necessário mas dispensa de visto, por até 90 dias.
Por Ana Claudia Crispim