Morro de São Paulo: praias, passeios, hotéis, restaurantes e mais
A exemplo das conterrâneas Trancoso e, mais recentemente, Caraíva, Morro de São Paulo já não tem mais o perfil de paraíso recôndito e nas últimas décadas tem se estabelecido como destino para as massas.
Não faltam opções de hospedagem, restaurantes e lojas, sem falar da vida noturna que ferve a Segunda Praia. A partir da Terceira Praia, as enseadas vão ficando mais tranquilas e adequadas para quem quer apenas descansar com o pé na areia (o acesso até elas também complica). Aliás, no Centro, a areia deixou de ser a via para carros e pedestres há algum tempo: a Rua Caminho da Praia ganhou calçamento e uma via paralela à orla melhorou o trânsito e tirou os veículos da areia.
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Para conhecer a Ilha de Boipeba, segredo ainda bem-guardado que abriga algumas das mais lindas praias do país, é possível embarcar em um passeio de lancha que dura o dia todo, chamado Volta à Ilha.
Para entrar em Morro é preciso pagar a Tarifa por Uso do Patrimônio do Arquipélago (TUFA), que desde janeiro de 2024 passou a custar R$ 50 por pessoa. A cobrança é feita no momento da compra da passagem nos terminais de Salvador ou Valença, de onde partem as embarcações para lá (comprar a passagem online é bastante recomendável; nesse caso, a cobrança é feita na chegada à ilha).
Por fim, duas dicas importantes: consulte os locais e a tábua de marés antes de qualquer passeio – assim, dá para se programar para ver as piscinas naturais – e leve dinheiro em espécie. Apesar da facilidade do PIX e de muitos estabelecimentos aceitarem cartões, só há caixas eletrônicos do Bradesco e do Banco do Brasil (que podem ficar desabastecidos na alta temporada).
Melhor época para visitar Morro de São Paulo
Assim como na capital Salvador, abril, maio e junho são os meses mais chuvosos. No verão e em julho espere mais movimento – nos feriados, o valor dos passeios pode subir.
Como chegar a Morro de São Paulo
O acesso mais curto e barato é por Valença, com duas opções de travessia até a ilha. De maneira geral, não dá para reservar. Do atracadouro do Centro saem barcos (1h30 de viagem) e lanchas (40 minutos, 6h/18h, saídas a cada hora). Carros devem ser deixados nos estacionamentos próximos. A alternativa mais rápida é ir até o atracadouro de Bom Jardim, na Ponta do Curral (a 22 km do Centro) e pegar barco de madeira (40 minutos) ou lancha (15 minutos) – os horários não são regulares. O estacionamento é mais barato que no atracadouro do Centro (recomenda-se levar a chave).
Quem parte de Salvador e tem estômago forte segue de catamarã, que sai do Terminal Marítimo em frente ao Mercado Modelo duas vezes por dia (2h20 de viagem, Biotur). Em caso de mau tempo, é feita uma rota alternativa, com trechos terrestres, em cerca de 4h.
Outra opção é seguir a bordo de um avião bimotor – a Abaeté faz o trajeto Salvador-Morro com saída do Aeroporto Dep. Luís Eduardo Magalhães. Com a pandemia, os voos ficaram mais irregulares.
Como circular em Morro de São Paulo
Até existem carros na ilha, mas eles não podem circular na área do cais e no centrinho – os únicos veículos permitidos são os tratores de lixo, jardineiras e carros de pousadas e agências de turismo. Assim, a maioria dos deslocamentos em Morro é feita a pé. Do cais até a praça Aureliano Lima, no Centro, há uma ladeira – a dica é viajar leve ou contratar um carregador (eles ficam a postos a cada chegada do catamarã). A partir da Vila, a caminhada até a Primeira Praia leva cinco minutos, até a Segunda, 15, a Terceira, 25, e a Quarta, uma hora. Outra alternativa é pegar um táxi no receptivo da Segunda Praia (ali também ficam os transfers das pousadas). No canto esquerdo da Quarta Praia há charretes que levam à Quinta Praia e à Garapuá (o preço pode ser negociado). A bicicleta, que pode ser alugada em várias pousadas, é outro meio de transporte bastante usado.
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O que fazer em Morro de São Paulo
Praias
Mais próxima da vila, a Primeira Praia é menos frequentada e recebe famílias com crianças na faixa de areia estreita, com mar calmo. Ali também fica a chegada da tirolesa que parte do Farol do Morro. A próxima enseada, a Segunda Praia, é a mais movimentada da ilha e ponto de encontro dos jovens e de quem curte o fervo – um deque separa bares e restaurantes da areia. À noite, os luaus com DJs pontuam a orla. Separada da Segunda por um istmo, a Terceira Praia abriga pousadas, bares e restaurantes. As águas são calmas e boas para banho, mas a faixa de areia pode sumir dependendo da maré. Em frente, a ilhota de Caitá tem corais que podem ser percorridos com snorkel.
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A menos de meia hora de caminhada dali (ou por acesso de carro pela estrada que sai da Segunda Praia), a Quarta Praia é ladeada por um belo coqueiral de quatro quilômetros de extensão. Bem mais deserta que as anteriores, é um pouco mais agitada no canto esquerdo, com restaurantes e piscinas naturais na maré baixa. Continuação dessa, a Quinta Praia (também chamada de Praia do Encanto) é a mais distante do centro – o trajeto total leva duas horas, atravessa um manguezal e fica mais fácil na maré baixa – é possível chegar lá de charrete, jardineira ou jipe. A seis quilômetros da Quinta Praia, a remota Garapuá abriga uma pequena vila de pescadores e encanta pelas piscinas naturais. Chega-se de jardineira (a partir da Segunda Praia), de charrete (se estiver na Quarta Praia) ou de barco, já que o lugar é uma das paradas do passeio para a Ilha de Boipeba. Se for caminhando, melhor contratar guia (a Rota Tropical faz o passeio).
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Do outro lado da Primeira Praia, perto do centrinho, fica a Praia da Gamboa, também uma vila de pescadores, com alguns bares e restaurantes. Ali fica a sede do Clube de Vela de Morro de São Paulo, que aluga embarcações com instrutor para iniciantes e iniciados. É possível chegar lá a pé a partir da Primeira Praia (na maré baixa) ou de barco.
Passeios náuticos
Clássico local, o passeio de lancha Volta à Ilha dura o dia todo e parte da Terceira Praia, com chegada ao porto de Morro. As piscinas naturais da Praia Garapuá são o primeiro ponto para mergulho; depois o barco segue para as piscinas de Moreré, na Ilha de Boipeba (o roteiro pode variar de acordo com a maré). O almoço é na Praia de Cueira ou em Boca da Barra. À tarde, a navegação segue pelo Rio do Inferno e faz pausa para degustação de ostras na comunidade de Canasvieiras e tour na cidade de Cairu (as refeições não estão incluídas). A agência Rota Tropical opera o passeio. Para ficar mais tempo na paradisíaca Boipeba, é possível fretar uma lancha – vale lembrar que, para conhecer a ilha e sentir toda a paz do lugar, o ideal é se hospedar lá. Outro roteiro, feito pela mesma empresa, explora o norte da Ilha de Tinharé, onde está Morro de São Paulo, com parada nas praias de Coroa do Meio e Ponta do Curral, além de almoço e banho de argila na Praia da Gamboa.
Morro de cima…
Duas construções históricas proporcionam lindas panorâmicas de Morro de São Paulo: o Farol do Morro, de 1855, tem um belo pôr do sol (o acesso é por uma pequena caminhada a partir da vila). Dali também sai a tirolesa de 300 metros de extensão e 70 metros de altura que termina na Primeira Praia. A outra são as ruínas da Fortaleza, de 1630, com acesso a partir do cais.
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…e debaixo d’água
O mergulho com máscara e snorkel pode ser feito nos recifes da Primeira à Quarta praias e em Garapuá. Com cilindro (batismo ou certificado), a atividade é feita de dia e à noite, embarcada ou próxima à orla. Os meses de verão costumam ter melhor visibilidade (chegando a 20 metros). Peça indicação de agências nos hotéis e pousadas.
Hotéis e pousadas em Morro de São Paulo
No Centro da vila, a Charme Pousada Boutique & Spa fica aninhada sobre um morro, íngreme e próximo do agito (e, ao mesmo tempo, longe do barulho da Segunda Praia). A sala de café tem vista para o mar, assim como algumas acomodações – as unidades, aliás, rodeiam a piscina cercada de verde. A 100 metros da Praça Aureliano Lima, a Pousada Natureza também está distribuída em um terreno em declive – a piscina fica embaixo, com vista para o pôr do sol, e alguns quartos têm mezanino. Outra alternativa nessa área, a Passárgada Pousada e Restaurante tem uma charmosa piscina com borda infinita e vista para o mar. Alguns quartos têm ampla varanda com rede e hidromassagem.
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Na maioria das vezes, ficar na Segunda Praia significa duas alternativas: curtir os luaus in loco com uma caminhada curta ou ouvir o barulho do quarto até altas horas. Na Villa Dos Graffitis, a atmosfera jovem se estende à decoração, com obras de street art na piscina e nos quartos (todos equipados com ar-condicionado e frigobar). Perto dali, a Pousada Borboleta tem unidades decoradas com tons claros e varanda com rede (algumas acomodam até quatro pessoas).
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À beira-mar, na Terceira Praia, a Pousada Minha Louca Paixão tem academia bem-equipada e duas belas piscinas (uma no jardim e outra elevada, com borda infinita), além de aulas de ioga incluídas na diária. Com apartamentos espalhados ao longo de um gostoso gramado, a Pousada Villa dos Corais fica em trecho privilegiado entre a Terceira e a Quarta praias – espreguiçadeiras são montadas em uma área boa para banho. O lazer inclui ainda piscina e quadra de tênis. Mais adiante, na Quarta Praia, o Catavento Praia Hotel também é pé na areia, com quartos dotados de ar-condicionado, frigobar e varanda com rede. Boa escolha para famílias com crianças, o Patachocas tem comodidades de resort, como quadra de tênis, recreação e aluguel de caiaques e bicicleta – o traslado até a vila é gratuito.
Na tranquila Praia do Encanto, a Vila dos Orixás Boutique Hotel tem uma charmosa piscina cercada por verde e gazebos – na decoração dos quartos e áreas sociais reinam a madeira e as fibras naturais.
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Bares e restaurantes em Morro de São Paulo
Como ocorre em muitos destinos litorâneos, em Morro é mais comum beliscar nas barracas de praia durante o dia e, depois, eleger um jantar mais robusto. Uma exceção é o restaurante Guido da Lagosta, na Praia de Cueira, em Boipeba, parada famosa para o almoço no passeio Volta à Ilha – o crustáceo é servido em mesas na areia, em versões grelhada, na manteiga e até no mel. Clássico da happy hour em Morro, a Toca do Morcego ferve para o pôr do sol com música ao vivo, drinques e petiscos.
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Na vila, a oferta é variada, com restaurantes de pescados, carnes grelhadas e pizzas com mesas na calçada. Uma novidade é o Caju Restaurante, que abriu as portas em dezembro de 2022 e tem um menu de culinária brasileira assinado pelo chef Ulle Matos, além de drinks autorais.
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Algumas pousadas têm restaurantes abertos ao público, como a pé na areia Chez Max, que serve pizzas no forno a lenha e massas com vista para o mar, o Santa Villa, da Pousada Via das Pedras, e a Minha Louca Paixão, ambas com destaque para os pescados. Na Pousada Villa dos Corais, a estrutura inclui o variado Corais Restaurante (na maré cheia não é possível chegar pela praia, pergunte sobre o traslado) e o Eskina Beach Bar, com serviço de praia e localização privilegiada, na divisa entre a Terceira e Quarta praias. Na Segunda Praia, a Pousada e Restaurante Club do Balanço, serve moquecas e bobó de camarão há quase 30 anos. O menu do Andina Cozinha Latina, na Pousada Villa Dos Graffitis, lista pratos interessantes como o pastrami de cupim ao molho de cachaça com farofa de milho e creme de palmito e o atum selado com crosta de chá verde (só atende com reserva).
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Depois do jantar, a noite começa de fato para os mais animados, com os luaus ecléticos na Segunda Praia.
Sugestão de roteiro em Morro de São Paulo
Principalmente se houver um trecho de avião, desconsidere os dias da ida e da volta. Assim, cinco dias são o ideal para conhecer Morro de São Paulo sem pressa (você vai aproveitar três inteiros). Depois do check-in, se chegar a tempo do pôr do sol, siga até o Farol do Morro. De lá, comece a desbravar a vila e escolha um dos restaurantes para o jantar. No dia seguinte, quem gosta da orla animada parte para a Segunda Praia – viajantes mais tranquilos podem seguir até a divisa entre a Terceira e a Quarta, onde se formam piscinas naturais na maré baixa (uma dica é levar ou alugar snorkel). A refeição pode ser em um dos restaurantes de pousadas, como o Chez Max e o Santa Villa. Quando a tarde cai, a noite começa a esquentar na Toca do Morcego, segue nas barracas de bebida da Rua Caminho da Praia e da Praça Aureliano Lima e adentra a madrugada no luau da Segunda Praia.
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No dia seguinte, se a estada na Ilha de Boipeba não fizer parte da viagem, embarque no passeio de lancha Volta à Ilha. Como o retorno é no porto, você pode escolher entre voltar para a pousada ou emendar o jantar na vila – se tiver coragem e a tirolesa ainda estiver aberta, aproveite. No último dia de passeio, dá para escolher entre avançar até a Quinta Praia ou mais um passeio de barco, percorrendo o norte da Ilha de Tinharé. Se optar pelo mergulho com cilindro, atente ao horário do voo de volta (recomenda-se não voar cerca de 24h após a atividade). Para o jantar de despedida, o Andina Cozinha Latina é boa pedida (não esqueça de reservar).