Machu Picchu: como chegar, quando ir, hotéis as trilhas e mais

Por Da Redação Atualizado em 31 jan 2024, 18h42 - Publicado em 28 set 2021, 11h42

Machu Picchu é simplesmente a atração número um do Peru – e talvez da própria América Andina. Desde que a descoberta científica da cidadela inca foi anunciada pelo historiador americano Hiram Bingham em 1911, sua complexa e misteriosa arquitetura encastelada, cravada em um cenário montanhoso dramático, vem atraindo turistas de todo o mundo.

Tanta popularidade levou o destino, uma das sete maravilhas do mundo, a sofrer com o turismo desenfreado e alguns dos preços mais altos do país. Mesmo assim, hordas de turistas desembarcam sem parar nessa antiga cidade inca de pedra, seja pela clássica Trilha Inca ou por trens vindos de Cusco. E motivos não faltam para tamanha determinação.

Machu Picchu, que em língua quéchua significa “montanha velha”, está localizada sobre uma montanha de granito e abriga impressionantes construções erguidas com pesados blocos de rocha. Cercado de enigmas a respeito de sua criação e serventia, o local, declarado pela Unesco como Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade, está a 74 quilômetros de Cusco e a 2.350 metros acima do nível do mar.

Para muitos, é a viagem de uma vida.

Até pouco tempo atrás, o brasileiro que fosse para Machu Picchu, se pudesse, voaria direto para Cusco e nem colocaria os pés em Lima. Hoje as razões para ficar na capital do Peru são muitas, a principal delas a gastronomia, uma das mais inventivas e premiadas do mundo, como é possível conferir nesta reportagem

COMO CHEGAR

Avião

A Latam voa direto para Lima partindo de Guarulhos, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília e, da capital peruana, segue para Cusco. A Sky também voa de Guarulhos para Cusco com conexão em Lima.

Importante: o aeroporto de Cusco, cercado por montanhas, é um dos mais desafiadores e ingratos para os pilotos da aviação comercial e, não raro, pode fechar devido o mau tempo. Se você comprar o trecho Cusco – Lima separado do trecho de Lima – Brasil na esperança de retornar para a sua cidade no mesmo dia, saiba que há grandes chances de o voo que parte Cusco atrasar ou mesmo ser cancelado devido às intempéries. Caso isso aconteça, será preciso arcar com multas ou até com uma nova passagem para o Brasil. Comprar o bilhete Cusco – Brasil na mesma reserva livra você dessa dor de cabeça porque a aérea é obrigada realocar o passageiro no próximo voo em caso de atrasos.

Documentação: Turistas brasileiros devem ter passaporte válido por no mínimo seis meses no momento da saída do Peru. O RG também é aceito como documento de viagem, mas deve estar em bom estado de conservação; saiba mais aqui.

Trem

A terceira etapa pede que você viaje de Cusco até Águas Calientes (também conhecido como MachuPicchu Pueblo), a última parada antes de chegar na cidade dos Incas. Para chegar até o vilarejo é preciso pegar um trem, que é operado pela Peru Rail (que inclui o luxuoso trem Hiram Bingham) e pela Inca Rail com preços variando de acordo com a categoria escolhida. A viagem dura de duas a três horas.

A Peru Rail, por exemplo, tem o Vistadome, com janelas e teto panorâmicos; o Expedition, voltado para mochileiros, mais barato; e o Hiram Bingham, um serviço luxuoso da rede Belmond (a mesma do hotel Copacabana Palace e do Hotel das Cataratas), que inclui refeições a bordo, música ao vivo, um bar com coquetéis peruanos.

Já a Inca Rail conta com quatro tipos de trens: The Voyager possui vagões decorados, música de fundo e janelas amplas. O The 360º possui janelas mais elevadas e um vagão ao ar livre que inclui um bar. Os trens da primeira classe têm assentos mais confortáveis com mesas, coquetéis de boas-vindas e um lounge decorado com poltronas. O trem Private inclui champanhe de boas-vindas, poltronas igualmente confortáveis e menu degustação.

Até Aguas Calientes você pode escolher sair de Cusco (3h) ou Ollantaytambo (2h). Quem sai de Ollantaytambo economiza uma hora de viagem e ainda conhece importantes ruínas arqueológicas e vistas incríveis do Vale Sagrado.

Uma vez em Águas Calientes, o visitante pode fazer uma longa caminhada até a entrada do sítio ou tomar um dos ônibus que sobem até o local. Procure ir cedo para aproveitar a atração sem pressa.

Trilha Inca

Para alcançar Machu Picchu, o jeito clássico é mesmo a pé pela Trilha inca. São várias rotas para se chegar ao alto da montanha. A caminhada mais comum é a que leva quatro dias de duração e cruza montanhas como Warmiwañusqa  e Runkuraqay, a 4.200 e 3.860 metros sobre o nível do mar, respectivamente.

A viagem começa em Piskacucho, pequeno povoado localizado no km 82 da ferrovia Cusco-Machu Picchu, a mesma por onde passam os trens que ligam Cusco a Aguas Calientes. Dali, a caminhada costuma seguir o seguinte roteiro:  1.º dia (sete horas): Piskacucho-Llulluchapampa; 2.º dia (oito horas): Llulluchapampa-Chaquicocha; 3.º dia (sete horas): Chaquicocha-Wiñaywayna; 4º (uma hora e meia): Wiñaywaya – Intipunku.

Quem quiser ver as ruínas de Qoriwayrachina, Waynaq’ente e Machuq’ente deve seguir pela rota que sai do km 88 da mesma via férrea. O viajante que tiver menos tempo disponível pode realizar o roteiro de dois dias, que começa no km 104.

A operadora Pisa Trekking, especialista em destinos de aventura e excursões com trilha, conta com diferentes tipos de pacotes para a Trilha Inca, desde a clássica (a favorita dos trekkers), que dura 4 dias, até as menos exploradas como a Trilha Inca de Salcantay e a Mountain Lodge, que passam por paisagens incríveis entre montanhas nevadas e florestas.

É recomendado que cada viajante leve seu saco de dormir (escolha um que resista a baixas temperaturas) e seus bastões de caminhada, que podem ser comprados em Cusco. As botas já devem estar amaciadas, do contrário é muito provável que você adquira doloridas bolhas.

REGRAS DE VISITAÇÃO

Em 2019 foram estabelecidas novas regras de visitação em Machu Picchu. Os ingressos agora separam os grupos em 9 horários de entradas diferentes (das 6h às 14h, com um grupo a cada hora). As visitas terão duração máxima de quatro horas.

No momento da compra, você deverá decidir pela visita da cidadela apenas ou se prefere incluir uma das montanhas − Machu Picchu ou Huayna Picchu e também a Ponte Inca –, acessíveis por trilha. Os “extras” estão sempre sempre vinculados a um dos circuitos.

As compras podem ser feitas no site oficial. Se decidir pela subida às montanhas, o seu ingresso à cidadela deverá obrigatoriamente ocorrer no horário da manhã. 

Com a nova medida, os turistas também são obrigados a contratar um guia turístico e quatro circuitos de visitação foram definidos. Caso o visitante queira voltar ao sítio histórico pela segunda vez na mesma viagem, não é necessária a contratação de guia, bastando a apresentação do ingresso da primeira visita (mas ainda é necessária a compra de um novo ticket).

Conforme uma nova regra do parque, o visitante tem que sair do parque ao terminar o circuito, impedindo o reingresso, que antes permitia duas entradas no mesmo dia com apenas um ingresso. Agora, como o horário de entrada é restrito, se o visitante quiser voltar, será preciso comprar um novo bilhete.

Objetos como pau de selfie, tripé, mochilas muito grandes, sombrinhas, bebidas alcoólicas, carrinhos de bebê e drones passaram a ser proibidos no local. Veja aqui uma lista completa de itens proibidos.

QUANDO IR

A melhor época para conhecer Machu Picchu é de abril a novembro. Julho e agosto costuma ser altíssima temporada e a muvuca pode atrapalhar. Entre novembro e março pancadas de chuva seguidas de deslizamentos de encostas podem ocorrer e estragar o passeio.

ONDE FICAR

Se hospedar na cidadezinha de Águas Calientes é a melhor opção para quem pretende ir bem cedo para a cidadela. O Sumaq Machu Picchu Hotel conta com quartos espaçosos, TV e aquecimento, além de serviço de spa. O El Mapi é um excelente hotel-design, com ótima culinária andina!

Para quem não tem a intenção de gastar muito com a hospedagem, uma opção mais barata é Tierra Viva Machu Picchu. Entre os hostels, um dos mais conhecidos é o Casa Machu Picchu Hostel, que conta com 13 dormitórios com banheiros (sendo que quatro deles possuem uma vista para o rio Urubamba).

Em Machu Picchu, o hotel de luxo Belmond Sanctuary Lodge, da rede de hotéis Belmond, dá aos hóspedes a possibilidade de acessar o parque arqueológico com mais facilidade, já que fica a poucos passos da entrada da cidadela. São 31 apartamentos e suítes, sendo que de alguns dos quartos é possível ter uma vista privilegiada das montanhas. Há dois restaurantes no local, o Tampu Restaurant e o Tinkuy Restaurant.

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ONDE COMER

Em Águas Calientes, você encontra opções como o Full House Peruvian Cuisine e o Indio Feliz.

TRILHAS

Caso uma visita até a cidadela não seja o suficiente, há a possibilidade de fazer trilhas em uma das duas principais montanhas da cidade: a Machu Picchu ou a Huayna Picchu. Lembrando que no momento da compra, você deve decidir entre adquirir apenas a entrada para o parque ou incluir uma das trilhas.

Confira mais detalhes sobre as montanhas:

Montanha Machu Picchu

A “velha montanha” é uma das principais atrações da cidade. Olhando a cidadela de frente, ela fica às suas costas. São 653 metros de subida e a trilha dura cerca de 3 horas ida e volta. Por ser mais longa e íngreme, ela é considerada mais cansativa que a trilha de Huayna Picchu. O limite de visitantes por dia é de 800 pessoas que são divididos em dois grupos (ambos no período da manhã) de acordo com o horário de entrada: o primeiro das 7h às 8h e o segundo das 10h às 11h. Para subir é necessário encarar as milhares escadas que fazem parte do percurso, mas que valem a pena depois que o topo da montanha é atingido. De lá é possível ver a cidadela bem pequena e todo o seu entorno.

Huayna Picchu

Na clássica foto de Machu Picchu, a Huayna Picchu é a montanha piramidal que fica ao fundo. A cada dia, 400 pessoas têm permissão para subi-la, sendo 200 entre 7 e 8 horas e outras 200 entre 10 e 11 horas (ao comprar o ingresso pela internet, é preciso selecionar a opção Huayna Picchu e escolher o horário). A trilha é estreita e bastante íngreme, e é preciso se agarrar em cordas em alguns pontos, mas ninguém precisa ser um atleta para encarar. E, lá no alto, você vê as mesmas construções com janelas e pedras trapezoidais que vê lá embaixo e que serviam de celeiros para estocagem da colheita. Por ser um lugar alto, ventilado, os alimentos se conservavam por mais tempo. Ver Machu Picchu inteira de cima e a estradinha em ziguezague que sobe a montanha junto com outras montanhas é um deslumbre.

SOROCHE

Muitos visitantes quando vão a Cusco (localizada há 3400 metros acima do nível do mar) e a Machu Picchu costumam sofrer com o soroche, o dito “mal de altitude”. Entre os sintomas que o mal estar provoca, estão: náuseas, dores de cabeça, tontura, perda de apetite, insônia e falta de ar. A melhor estratégia para combater este mal estar é tomar muita água e não fazer muito esforço no dia em que chegar em Cusco. Machu Picchu está um pouco mais próxima do nível do mar então é bastante comum que, uma vez lá, os sintomas diminuam e até desapareçam. Leve a sério o soroche quando chegar em Cusco, não é incomum ver turistas nocauteados. Comer bem, evitar gorduras e recorrer ao chá de coca podem ajudar. Buscar por soroche pills também pode ajudar, mas consulte antes um médico.

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Veja tudo sobre Machu Picchu

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Informações ao viajante

Línguas: Espanhol

Saúde: É exigida apresentação do Certificado Internacional de Vacinação ou profilaxia contra a febre amarela. Aconselha-se a vacinação com uma antecedência mínima de dez dias antes da partida.

Melhor época para visitar: Em Cusco, há duas estações, a seca (abril a outubro) e a chuvosa (novembro a março). Já para visitar Machu Picchu o ideal é planejar a viagem para abril, maio, junho, setembro e outubro. Nos demais meses chove ou tem turista demais.

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