Jerusalém

Por Adrian Medeiros Atualizado em 19 jun 2018, 17h14 - Publicado em 14 out 2011, 20h51

Poucas experiências de viagem podem se comparar a ver o dia nascer em Jerusalém. O silêncio nas encostas do Monte das Oliveiras logo é tomado pelo furor do trânsito, os chamados dos muezzins e os cânticos de bar-mitzvá no Muro Ocidental. A cidade antes coberta pela noite fria agora tinge-se de tons pastéis, com o sol iluminando de forma esplendorosa o azul e dourado do Domo da Rocha e as grandes muralhas da Cidade Velha. Dentro dela, os labirínticos mercados já estão lotados, enquanto que preces e lágrimas transformam a atmosfera ao longo da Via Crúcis e da Igreja do Santo Sepulcro. Junto ao Portão de Jaffa, o vendedor árabe de falafel divide a calçada com padres franciscanos que batem papo com um senhor de quipá levando seus filhos para a escola.

Cristãos ortodoxos, evangélicos e coptas, judeus etíopes e sefarditas, muçulmanos sunitas, palestinos e israelenses. Não importa seu credo ou nacionalidade, essa é uma terra universal, disputada e fascinante. Israel, Cisjordânia ou Palestina, boa parte das origens da civilização ocidental nasceu nestas paragens. Aqui os nomes dos lugares são bem conhecidos: Monte Sião, Getsêmani, Al-Aqsa, a Cidadela de Davi. Cada passo dado, cada referência lida é pura história, a história de todos nós. Esta é uma saga que vem desde os tempos em que o rei-pastor Davi aqui estabeleceu sua capital, sendo seguido por homens como Salomão, Herodes e Saladino, que em Jerusalém transcederam os fatos para tornarem-se mito. Junto às suas muralhas o grande templo foi saqueado, Jesus crucificado e Maomé ascendeu aos céus, uma verdadeira torrente de acontecimentos que criaram tanto conflito na terra de Deus. Jerusalém provoca reflexões, marca seus visitantes.

COMO CHEGAR

Do aeroporto internacional Ben-Gurion as melhores opções são o táxi ou vans chamadas Egged Bus (www.egged.co.il), que partem do segundo andar, na plataforma próxima aos portões 21 e 23.

Lembre-se que muitos países muçulmanos na região não fazem voos diretos para Israel, nem permitem que companhias aéreas com este destino passem por seu espaço aéreo. Isso significa que alguns arranjos de voos só são possíveis através da Europa.

COMO CIRCULAR

A Cidade Velha, dividida entre os bairros judeu, árabe, cristão e armênio, concentra a maior parte das atrações – quase todas de cunho religioso, enquanto que no moderno entorno estão os melhores hotéis e restaurantes, museus e serviços práticos como rodoviárias, grandes bancos e centros de compras. Dentro das muralhas você encontrará os muitos corredores do mercado e também várias opções de compras e restaurantes.

Jerusalém está muito próxima a cidades turísticas como Ein Gedi e Belém. Todavia, quando estas encontram-se em setores palestinos, um viagem pode se tornar uma tortura. Estradas livres em um dia podem aparecer repletas de bloqueios militares e, de repente, seu passeio será cancelado. Outra informação importante: os terminais rodoviários mudam dependendo do destino. Se for para destinos na Palestina (como Belém), você deverá ir à Rodoviária Árabe, próxima ao Portão de Damasco. Cidades no setor judeu são servidas pelo Terminal Rodoviário Central, em Jerusalém Ocidental. Aqui tudo é mais organizado e claro, apesar de muita sinalização estar presente apenas em hebraico.

ONDE FICAR

Jerusalém possui várias opções de hospedagem. Dentro da Cidade Velha os hotéis e pousadas costumam ser mais simples, quase monásticas até, mas valem pela ótima localização, bons preços e atmosfera peculiar. Alguns deles costumam ser frequentados por mochileiros e peregrinos. Fora dos muros você ficar na casa de famílias ou em hotéis comuns, alguns luxuosos, outros bem simples. Como a grande maioria das atrações turísticas fica dentro da Cidade Velha, vale a pena ficar hospedado próximo aos muros.

ONDE COMER

Há muitas boas alternativas para comer em Jerusalém. Boa parte das casas oferece pratos conhecidos por brasileiros por conta da cozinha árabe. O falafel no pão pita e o shawarma de cordeiro (o nosso conhecido churrasquinho grego) são pratos fáceis de encontrar e substituem bem um almoço nos dias mais quentes. Restaurantes kosher são obviamente fáceis de encontrar, assim como os de especialidades árabes.

Informações ao viajante

Línguas: Hebraico e Árabe. Francês e Inglês são amplamente utilizados.

Saúde: Não há demandas específicas

Melhor época para visitar: Em termos de clima, abril e maio e setembro e outubro são bem agradáveis. Lembre-se que Jerusalém pode ser muito fria no inverno e início da primavera e razoavelmente quente no pico do verão. Datas comemorativas, como o aniversário de Israel em maio e a Semana Santa, costumam requerer reservas em hotéis com bastante antecedência.

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