Jericoacoara: como chegar, hotéis, restaurantes, passeios e mais
Sim, estamos em 2024 e Jericoacoara não é mais aquela. Agora ela é mais fervida, mais urbanizada e com mais pousadas com altos índices de conforto e charme. Mas quem conseguir colocar o saudosismo de lado ainda se encanta por esse vilarejo cearense, que deve muito aos seus ventos fortes e constantes.
Foram eles que esculpiram as dunas altíssimas, palco para os passeios de bugue que levam às lagoas. Ali, é possível testar a invenção mais deliciosa do lugar: as redes para deitar com meio corpo dentro d’água.
Os bons ventos são ainda os responsáveis pelo horizonte pontilhado pelas cores das velas de kitesurfe e windsurfe. Muitos dos praticantes são estrangeiros, o que explica a profusão de italiano, francês e alemão que se ouve misturado ao sotaque cearense.
Também é testemunha da ação dos ventos a Árvore da Preguiça, que cresce paralela ao chão, como se estivesse deitada, e se tornou um dos cartões-postais de Jeri. Outro, talvez ainda mais famoso, é a Pedra Furada, uma formação rochosa avermelhada, em forma de arco, que avança majestosamente em direção às ondas.
Espremida entre as dunas e o mar, a vila em si não tinha sequer luz elétrica quando chegaram os primeiros mochileiros entre as décadas de 1970 e 1980. Hoje, o cenário é diferente: tem até aeroporto. A quantidade de visitantes cresceu e, para atender a demanda, surgiram empreendimentos até então pouco comuns em vilarejos remotos, como pousadas com piscina privê. Mas ainda há opções para todos os bolsos. O trânsito, antes inexistente, também se intensificou com jipes, bugues e motos.
Mas o ar rústico ainda está presente e o chinelo continua sendo o melhor “pisante” para circular pelas ruas de areia, onde não é raro presenciar cenas de um cotidiano típico de vilarejo: crianças indo sozinhas para a escola, senhoras batendo papo na calçada e até mesmo jegues circulando livremente entre as casas como se pets fossem.
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QUANDO IR PARA JERICOACOARA
Duas estações são bem marcadas em Jeri. A alta temporada – de julho a janeiro – coincide com os bons ventos para a prática do windsurfe e kitesurfe. No resto do ano, o “inverno” não derruba o calor, mas traz as chuvas, principalmente de fevereiro a maio, que coincidem com a queda das diárias das hospedagens.
COMO CHEGAR EM JERICOACOARA
Jericoacoara já não é mais tão remota assim. Em junho de 2017, foi inaugurado o Aeroporto Comandante Ariston Pessoa no município de Cruz, que fica a cerca de 32 quilômetros da vila, que recebe voos da Azul, Gol, Latam, MAP e VoePass vindas de Belo Horizonte, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Parnaíba, São Paulo e Teresina. Veja as melhores opções de voos.
Por ser um aeroporto pequeno, ao sair da área da esteira você já dá de cara com os guichês das empresas que fazem transfers para Jericoacoara em 4×4, como a Potiassu, a Sim7 e a Fênix Tour. Os preços são mais ou menos tabelados: cobra-se entre R$ 85 e R$ 95 por pessoa em um carro compartilhado (pode ser preciso esperar um pouco para formar o grupo) e entre R$ 300 e R$ 450 para até quatro pessoas em um carro privativo. É possível reservar antecipadamente ou fechar o serviço na hora. A viagem de cerca de 50 minutos é quase toda por estrada asfaltada: o veículo sacoleja só no trecho final, ao atravessar as dunas em torno da vila.
Na área externa do aeroporto ficam os motoristas da cooperativa de táxi vestidos com blusas verdes. A diferença em relação aos transfers privativos é que a viagem não será direto para Jeri, mas até o município de Jijoca, onde será preciso embarcar em uma jardineira para atravessar as dunas. O primeiro trecho sai em torno de R$ 100 para até quatro pessoas e, a jardineira, R$ 30 por pessoa.
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Para quem vem de Fortaleza, distante cerca de 300 quilômetros de Jericoacoara, a opção mais econômica é pegar os ônibus da Expresso Guanabara (a Fretcar encerrou as operações em julho de 2022) que saem do aeroporto, da rodoviária e da Avenida Beira-Mar. O trajeto de 6h30 custa R$ 107,55 em ônibus executivo e R$ 144,10 em leito, e já inclui o trecho entre Jijoca e Jericoacoara em jardineira.
Outra opção é contratar um transfer em 4×4. A Sim7 cobra R$ 124,50 por pessoa em veículo compartilhado. Já a Fênix Tour cobra R$ 200 por pessoa no compartilhado e R$ 750 para até quatro pessoas no privativo.
Alugar um carro não é uma boa, já que veículos particulares são proibidos no vilarejo. Sem falar do risco de atolamento: se durante os passeios é recorrente ver bugues, quadriciclos e 4×4 presos na areia, o que dirá um carro comum. Quem está com veículo próprio pode seguir até Jijoca e parar em um dos estacionamentos: os mais simples cobram entre R$ 10 e R$ 15 a diária, enquanto o Estacionamento Central, mais estruturado, cobra R$ 30. Depois, é preciso pegar a jardineira para o trecho final até a vila (R$ 30).
TAXA AMBIENTAL EM JERICOACOARA
Desde setembro de 2017, é preciso pagar uma taxa ambiental para entrar em Jeri. A regra vale para todos os visitantes entre 13 e 59 anos. São cobrados R$ 41,50 por até dez dias de visitação. Passado esse período, é preciso pagar R$ 4,15 a mais por dia.
É possível pagar a taxa em um posto de atendimento na entrada da vila, mas as filas podem ser longas, já que é preciso preencher um formulário à mão. Além disso, o pagamento deve ser feito em dinheiro.
Prefira fazer o trâmite pelo site da Prefeitura Municipal de Jericoacoara clicando na opção “Taxa de turismo”. Depois de preencher o formulário online, você poderá optar por pagar através de boleto bancário ou com cartão de crédito. Quando a transferência for confirmada, basta imprimir o comprovante.
Atenção: é importante guardar esse papel durante toda a estadia, já que ele voltará a ser pedido durante o check-in no hotel e sempre que você sair ou entrar no vilarejo para fazer algum passeio, quase como um passaporte.
E O BARULHO?
Se antes o agito noturno de Jeri se resumia ao forró, agora tem as barracas de caipirinhas no final da Rua Principal onde é montado um palco e acontecem shows até às 2h. Por algum tempo também teve pancadão com caixas de som instaladas em carros, mas agora estão proibidos depois de uma grita da comunidade. Em outubro de 2022, uma lei do município de Jijoca determinou que bares e baladas só podem funcionar até 2h. A principal festa de Jeri, porém, acaba muito antes disso: os DJs do Café Jeri encerram expediente às 22h.
ONDE FICAR EM JERICOACOARA: HOTÉIS E POUSADAS
-> Praia Principal
Comecemos pelas hospedagens que ficam na Praia Principal, delimitada pela Duna do Pôr do Sol de um lado e pelo “cotovelo” que dá origem à Praia da Malhada, do outro.
Escondido atrás da duna, em um canto mais afastado e tranquilo da praia, o La Villa tem quartos onde predominam o branco e as fibras naturais. Com exceção da piscina, que fica em um deck de madeira, todas as áreas abertas são de chão de areia. Para completar, o café da manhã tem um crepe de Nutella daqueles.
Um pouco mais adiante, o Essenza colocou a hotelaria de Jericoacoara em outro patamar quando abriu as portas em 2014. Todas as acomodações são voltadas para a praia, sendo que as unidades do segundo andar possuem piscinas privativas com parede de vidro na varanda. No térreo, as varandas dão direto para uma piscina comum a todos os hóspedes. Aberto três anos depois a alguns metros de distância, o Essenza Dune segue o mesmo estilo e tem apenas piscinas privativas.
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Entre o Essenza e o Essenza Dune há ainda o Vila Kalango, onde é possível ver a Duna do Pôr do Sol da piscina e de alguns dos bangalôs sobre palafitas, que ficam espalhados por uma ampla área verde. Feitos de madeira e com cobertura de piaçava, eles têm uma rusticidade que é a cara de Jeri – e com muito bom gosto.
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Mais perto da Rua Principal e, consequentemente, do agito em torno das barracas de caipirinha, estão o Casa na Praia e o Casa de Areia: ainda que tenham sido instaladas portas de vidro duplas nas suítes para garantir certo isolamento acústico, vale pedir por uma unidade que fique mais no fundo da propriedade. Os hotéis têm piscina com vista para o mar, serviço de praia e um luau semanal com música ao vivo.
Mas se o que você quer é justamente o agito, não há localização melhor que a Vila Gallina, que fica na ponta da Rua Principal, praticamente na frente das barracas de caipirinhas. Os quartos são novos e têm decoração clean em azul e branco.
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Na outra ponta da praia, em um canto mais tranquilo, a Pousada Jeribá recebe os hóspedes com água de coco e toalhas umedecidas, oferece serviço de praia e serve um café da manhã muito elogiado. Além disso, o pôr do sol no jardim em frente ao mar faz qualquer um esquecer o da famosa duna. Como fica próximo à balada do Café Jeri, a dica aqui é pedir um dos quartos mais próximos à praia.
Uma opção mais econômica na mesma região é a Pousada Ponta da Pedra. As acomodações são simples e o café da manhã é servido em mesas com vista para a praia – com tapiocas feitas na hora.
-> Praia da Malhada
Depois da curva da Praia Principal, na quase deserta Praia da Malhada, o Hurricane tem 22 bangalôs no estilo rústico-chique. No meio da propriedade há uma enorme piscina de formato orgânico que se estende quase até a beira da praia (o hotel também funciona em sistema de day use; saiba mais no tópico “Praias em Jericoacoara”).
O Hurricane é vizinho de dois hotéis com vários upgrades para quem busca ainda mais exclusividade. No The Chili Beach, todas as seis suítes possuem uma varanda ou um jardim privativo e tem incluso um café da tarde. O Villa Mandi, também com seis suítes, é novo no pedaço: abriu em 2021 e conta com piscina de borda infinita, amenities L’Occitane en Provence, lençóis Trousseau e hidromassagem em alguns quartos, que são decorados com móveis e objetos feitos por artesãos locais. A maior das unidades chega a 90m².
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-> No miolo da vila
Passemos agora às hospedagens que ficam no miolo da vila, onde as três principais ruas que correm paralelas são a Rua do Forró, a Rua Principal e a Rua São Francisco.
Depois da Duna do Pôr do Sol, o Café Jeri, na Rua do Forró, é há tempos o lugar mais procurado para se estar no fim de tarde. Em fevereiro de 2022, o que antes era apenas uma balada no rooftop se tornou um hotel colorido e altamente instagramável. A piscina se divide em dois patamares do terreno e parte das suítes dão de cara para ela. As demais ficam espalhadas em meio a um jardim de vegetação fechada e, além de garantir mais privacidade, possuem convidativas redes na varanda. A festa do pôr do sol continua existindo, mas como as caixas de som costumam ser desligadas às 22h, a música não chega a atrapalhar quem quer sossego. Mas fato é que muitos estão, sim, em busca de badalação e, por isso, há um acesso VIP e área exclusiva no rooftop para hóspedes.
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De frente para o Café Jeri, o Casarão Jeri está instalado em uma construção de 1927 que é uma das mais antigas do vilarejo. A Rua do Forró também é endereço de opções econômicas como o All Blue e o Espaço Nova Era Pousada, e da Pousada WindJeri, mais próxima da praia. Em uma travessa entre a Rua do Forró e a Rua Principal, a Villa Métisse dispõe de vilas com cozinha e até três quartos, boa pedida para quem viaja em grupo. Em outra travessa, a charmosa VillaMag possui apenas nove acomodações decoradas com materiais naturais e munidas de cafeteiras Nespresso e amenities L’Occitane.
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Na Rua Principal, que concentra os restaurantes e bares, a Pousada CasAlice está a poucos passos da praia e tem redes nas varandas. Ali perto, o Raiz Hostel é composto por chalés de madeira – alguns funcionam como quartos privativos e outros como dormitórios mistos para até quatro pessoas. O banheiro é sempre compartilhado.
Na Rua São Francisco está a Villa Cajú, com bom custo/benefício, a charmosa Pousada Chez Toi, dona de uma piscina de borda infinita, e a Pescador, com decoração náutica. As duas últimas ficam mais próximas da praia e do burburinho.
Quanto mais perto das margens da vila e mais afastado da praia, mais garantido é o silêncio. Nesse sentido, há opções simples, mas bem avaliadas no Booking, ainda dentro da vila de Jericoacoara, como a Pousada Ibirapuera, a Villa Medina e a Pousada da Renata. Rusticidade, bom gosto e uma deliciosa piscina compõem o projeto da CasaLô, que pode receber grupos grandes em apartamentos com cozinha e até três quartos.
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-> Nos arredores da vila: Preá, Guriú e Lagoa do Paraíso
Quem abrir mão de se hospedar no vilarejo encontra ainda mais sossego nos arredores, mas é bom ter em conta que o destino da sua viagem não será Jeri. A distância e o acesso às vezes complicado farão de Jeri um passeio de um dia, mas não um lugar onde você vai para jantar e curtir a noite. O mais comum será fazer as refeições no próprio hotel ou em restaurantes próximos. É também nos arredores que surgiram nos últimos anos os maiores upgrades na hotelaria, que se traduz em pousadas exclusivas e com muito charme.
Um desses lugares é a Praia do Preá (saiba mais em “Lado Leste”), a preferida dos kitesurfistas, que fica a leste do vilarejo de Jericoacoara. Lá está o luxuoso Preabeach Villas, que se divide entre um spa, um hotel boutique e seis vilas de 160m² a 300m² para serem reservadas por inteiro. E também o luxuoso Casana Hotel, com apenas sete bangalôs cercados por 10 mil m² de belos jardins e um restaurante dos mais elogiados. Nos quartos – imensos – a luz, as cortinas e o ar condicionado são controlados por um painel junto à cama. As amenities são da Clarins e, não menos importante, a equipe de atendimento é afinadíssima. Outra opção são os bangalôs rústicos de madeira do pioneiro Rancho do Peixe, que é muito bem preparado para receber a turma do kitesurfe. E vale reservar um bangalô com vista para o mar!
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Em Guriú, a oeste do vilarejo, a Casa Uca está na beira de um rio e possui seis suítes de design minimalista com vista para o mar. Não-hóspedes também podem usar a piscina, que funciona no esquema de beach club e tem day beds espalhadas sob a sombra das árvores – no passeio de bugue para o lado oeste você pode combinar para terminar lá (saiba mais em “Lado Oeste”).
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Na Lagoa do Paraíso, lugar que todos visitam em passeios de um dia (saiba mais em “Lado Leste”), fica a Pousada do Paulo, que combina simplicidade, comida boa e gentileza. Também está ali a Casa B&B, muito elogiada pela comida.
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Busque outras opções de hospedagem em Jericoacoara
ONDE COMER EM JERICOACOARA: RESTAURANTES, PFs e LANCHES
-> Restaurantes
Um dos restaurantes mais concorridos e aconchegantes de Jericoacoara é o Tamarindo. A casa tem como carro-chefe o camarão com molho tamarindo, mas as sobremesas também brilham: não há quem não goste da cocada e do trio de chocolate. Fica na Travessa Ismael, que liga a Rua do Forró e a Rua Principal, a uma quadra da praia.
Em outra travessa entre essas duas ruas, o Beco do Forró, o Alecrim prepara frutos do mar, risotos e massas, mas a especialidade é o polvo grelhado com batatas e aioli de alecrim. Em 2022, o restaurante passou a ter como vizinho o Na Casa Dela, que antes ficava na Rua Principal. O menu também passou por mudanças e agora inclui pratos como ravióli de arraia e costela suína assada no forno à lenha com gratinado de macaxeira. O chão é de areia e há uma porção de antiguidades decorando o lugar. Na Rua do Forró, o Kaze é o melhor restaurante japonês do pedaço: serve temakis e combinados de sushi e sashimi.
No Bistrô Caiçara, o chef cearense Apolinário tem como especialidades o polvo bêbado (feito na cachaça), o camarão caiçara e a paella de frutos do mar. O ambiente é agradável: as mesas ficam espalhadas por um terraço na Rua Principal. Ali também está o Rústico e Acústico, onde as mesas e as cadeiras são revestidas de crochês coloridos. Da cozinha saem salmão, robalo e camarão em diferentes versões.
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O Fredyssimo fica no Beco do Guaxelo, entre a Rua Principal e a Rua São Francisco. Comandado por italianos, a casa faz tudo artesanalmente: das massas e focaccias aos tomates secos e antepastos.
Já o Éllo, na Rua São Francisco, tem chef e proprietário belgas. Vez ou outra, o restaurante de alta gastronomia realiza eventos com chefs convidados – Luiz Filipe Souza, Thomas Troisgros e Onildo Rocha já passaram por lá. Nos demais dias, é servido um menu degustação que privilegia os ingredientes da região em um salão elegante, decorado com materiais naturais.
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Ainda na Rua São Francisco, o Bistrôgonoff, como o próprio nome indica, é especializado em strogonoff, enquanto o Pescador foca em frutos do mar e faz parte da pousada de mesmo nome.
O Vila K, por sua vez, fica dentro do Vila Kalango, na beira da Praia Principal. As mesas ficam espalhadas na areia ou em um gramadão ao ar livre e são iluminadas por velas à noite – não há lugar mais propício para um jantar romântico. O menu privilegia os frutos do mar, com destaque para a moqueca de camarão. Na Praia da Malhada, uma opção é o restaurante Rico, do hotel The Chili Beach: a cada temporada, um chef diferente assina o cardápio.
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-> Quilos e PFs
Na Praia Principal, o ClubVentos é um centro de esportes náuticos concorridíssimo que guarda um restaurante com buffet self-service por quilo. Para um almoço econômico, há os PFs do Sal da Praia na Rua do Forró e do Espaço Aberto no número 104 da Rua Principal.
-> Lanches
Se o seu hotel, pousada ou hostel não incluir café da manhã na estadia, siga para o JeriJú na Rua do Forró: há um buffet variado, tapiocas, panquecas e omeletes podem ser pedidas à parte. Também dá para tomar café na Padaria Central (Rua Principal, s/n) ou na Padaria Santo Antônio (Rua São Francisco, 160) – essa última funciona 24 horas e, por isso, também atende aos madrugadores.
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A Crepioca Jeri, na Rua São Francisco, prepara a mistura de tapioca e ovo que é popular entre o público fit. Tapiocas tradicionais (e recheadíssimas) são encontradas no Shopping da Tapioca Tia Angelita, na Rua Principal, mas o que faz mais sucesso por lá é a torta de banana. A sobremesa também pode ficar por conta dos gelatos da Gelato e Grano (Rua Principal) ou dos sundaes da Casa de Pedra (Rua São Francisco).
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Para lanches com mais “sustança”, os hambúrgueres mais famosos da vila são os do Jerizando Burguer (Rua São Francisco) e do EAT on The Streets (Rua do Forró). Uma alternativa são os kebabs do Káfila (Rua Principal).
PASSEIOS DE JERICOACOARA
Os passeios de Jericoacoara podem ser feitos de bugue ou jardineira. O bugue garante mais exclusividade, flexibilidade e leva até quatro passageiros. Porém, você viaja o tempo todo com sol na cabeça e vento na cara. Vá com um chapéu que possa ser preso no pescoço e óculos escuros para proteger os olhos da areia. As reservas podem ser feitas através da Cooperativa de Bugueiros de Jericoacoara, que tem sede na Rua do Forró: o valor cobrado é de R$ 450 a R$ 550 para até quatro pessoas.
Nas jardineiras, em compensação, cabem até doze pessoas: quatro na parte interna, no frescor do ar condicionado, e oito nos assentos montados na caçamba, que também ficam expostos ao vento com areia (leve óculos), mas pelo menos estão protegidos do sol. A dica é já combinar um revezamento com o grupo. Os passeios custam de R$ 65 a R$ 100 por pessoa. Algumas opções de empresas são a Sim7 Viagens e a CoopJeri 4×4 .
Seja de bugue ou de jardineira, existem dois roteiros principais de passeio: um para o lado ao leste da vila de Jericoacoara e outro para o oeste. Os dois costumam durar em torno de seis horas e pode haver pequenas diferenças na ordem das atrações visitadas. Geralmente, os guias levam direto para barracas ou beach clubs pré-determinados, mas vale conversar para entender se existe flexibilidade para mudanças no roteiro de acordo com a preferência.
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-> Lado Leste
O passeio para o lado leste é mais focado nas lagoas e menos nas dunas. Alguns roteiros começam pela famosa Pedra Furada, mas vale sondar a possibilidade de deixar para conhecê-la no final do passeio, ao pôr do sol (em julho, especificamente, o sol se põe bem no meio do furo; leia mais em “Pôr do sol”). Caso o seu roteiro não inclua a Pedra Furada, saiba que existem maneiras de ir até o cartão-postal por conta própria (leia mais no tópico “Pedra Furada”). De lá, são mais alguns minutos de bugue ou jardineira à beira-mar até a Árvore da Preguiça, que parece estar deitada no chão, e a Praia do Preá, para ver o horizonte colorido pelas pipas dos kitesurfistas. Essas duas paradas também podem ficar para o trajeto de volta, se você preferir e o guia topar.
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No caminho entre a Praia do Preá e a Lagoa de Jijoca, dois buracos se formaram por conta da retirada de areia e barro para construção da estrada CE-182. Com as fortes chuvas de 2019, a água se acumulou ali, dando origem a duas lagoas artificiais de um azul digno de photoshop – resultado de uma combinação entre o fundo de areia clara e a pobreza de nutrientes, que realçam a cor. Em torno delas foram montadas infraestruturas com restaurantes e, principalmente, cenários para tirar fotos. Assim nasceram o Buraco Azul Caiçara e o vizinho Lagun Beach Club, que cobram R$ 20 a entrada, além do que for consumido, e se tornaram parada dos passeios para o lado leste (quanto mais cedo você chegar, de preferência em dia de semana, maiores as chances de encontrar o lugar vazio).
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Se esse tipo de programa não fizer sua cabeça, saiba que ali perto fica o Tobias da Caranguejada, restaurante que prepara a melhor caranguejada da região, servida com arroz, pirão, vinagrete e muita simpatia. Pra ir até lá você terá que combinar com o bugueiro ou, quem vier de Fortaleza, consegue chegar ali com carro próprio.
A atração principal do passeio para o leste é a Lagoa de Jijoca, onde estão as tão fotografadas redes dentro d’água e as deleitosas praias lacustres. A lagoa é uma só durante a época da cheia, mas se divide em duas durante a seca. Por isso, é mais comum ouvir um lado sendo chamado de Lagoa Azul e, o outro, de Lagoa do Paraíso.
Inaugurado em 2013, o Alchymist Beach Club é o espaço mais estruturado da Lagoa do Paraíso e, por isso, se tornou a parada mais comum dos passeios. Cobra-se uma taxa de R$ 35 por pessoa na entrada, que dá direito a usar as redes dentro d’água, as mesas na areia e um parque de brinquedos infláveis flutuantes com obstáculos que lembram muito o “maratona do Faustão”. Há ainda algumas áreas VIP que devem ser pagas à parte: tem espreguiçadeiras com guarda-sóis na areia (R$ 150 por casal), jangadas que ficam “estacionadas” na beira da água com tenda e espreguiçadeiras (R$ 200 por pessoa) e casinhas de palafita com mesas, espreguiçadeiras e guarda-sóis (R$ 250 por pessoa). Outro espaço é o deck de madeira em formato de coração, com uma piscina no meio, daybeds com cortinas esvoaçantes e DJ tocando música eletrônica (R$ 200 por pessoa). Nenhuma das taxas cobradas são revertidas em consumo, o que significa que ainda é preciso pagar separadamente pelos comes e bebes (veja o cardápio aqui).
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A vibe é mais tranquila e raiz em restaurantes como o Nova Esperança e o Água Viva, com redes dentro d’água, mesas na areia e, no máximo, um balanço ou outro para fazer fotos com a Lagoa do Paraíso ao fundo. Opção ainda mais silenciosa é o Restaurante do Paulo (parte da Pousada do Paulo), que cobra preços justos pelos petiscos e o atendimento é ótimo.
Os bugues e jardineiras também passam pela Lagoa do Amâncio. Por ali não há redes dentro d’água ou qualquer estrutura de restaurantes. Vale alertar ainda que, durante a época da seca, o volume da água diminui bastante e pode ser difícil nadar. Mas a paisagem é lindíssima: a lagoa azul-esverdeada é cercada por dunas branquíssimas.
É possível ir direto para a Lagoa do Paraíso por conta própria. Basta seguir até o ponto das jardineiras na Rua São Francisco e embarcar na primeira da fila. Assim que lotar, ela parte e deixa o passageiro onde ele quiser. Na volta, basta pedir para o restaurante ou beach club chamar uma jardineira (o que pode demorar um pouco). Cada trecho custa R$ 30.
-> Lado Leste com extensão até a Barrinha
Algumas agências de passeio cobram um valor a mais para estender o passeio do lado leste até a Praia de Barrinha, que fica a cerca de dez quilômetros depois da Praia do Preá. A paisagem, composta por dunas e coqueiros, lembra um oásis no deserto. Quem deixa o destino para o final do roteiro, quando a maré está mais baixa, chega a tempo de curtir um pôr do sol lindíssimo. Se for mais cedo, aproveite para almoçar o polvo do restaurante Komakí, que tem mesas em um deck com vista para o mar, ou a lagosta grelhada da Barraca do Belo – os dois estabelecimentos são muito elogiados.
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-> Lado Oeste
No passeio para o lado oeste são as dunas que se destacam. Os bugues e jardineiras atravessam o Parque Nacional de Jericoacoara descendo por dunas altíssimas – o frio na barriga é intenso e inevitável – e fazendo paradas para fotos.
Depois, seguem para o Mangue Seco, onde árvores imensas com as raízes para fora e aparência seca compõem uma paisagem inóspita e um tanto surreal. Em alguns galhos, foram instalados balanços para tirar fotos.
Nessa região, o Rio Guriú se encontra com o mar formando uma lagoa de água salgada, que serve de abrigo para cavalos-marinhos. Alguns guias capturam os bichos em um vidro e os mostram rapidamente para os visitantes, antes de soltá-los novamente na água. A atividade, paga à parte, é cercada de polêmicas: o ICMBio afirma que ela pode, sim, ser realizada por condutores habilitados, mas ativistas da proteção dos animais questionam a prática.
A próxima parada é na região da Lagoa de Tatajuba, também conhecida como Lagoa Grande ou Lagoa da Torta. A tonalidade da água é mais escura que a da Lagoa de Jijoca, mas as redes dentro d’água estão por lá, assim como algumas barracas mais rústicas e alguns vendedores ambulantes. No entorno da lagoa são montadas tirolesas e toboáguas, que descem pelas encostas das dunas e terminam na água (R$ 20 por três descidas).
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Uma possibilidade é pedir para estender o passeio até a Praia de Guriú para curtir algumas horas na Casa Uca, hotel boutique e beach club aberto por uma francesa que se apaixonou pela região. Da cozinha saem pratos feitos a partir de frutos do mar fresquíssimos. A consumação mínima de R$ 80 dá direito a usar a piscina e as daybeds espalhadas sob a sombra das árvores e a vista é para o encontro do rio com o mar, um deleite.
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PRAIAS EM JERICOACOARA
Nos dias em que não há passeios programados, os visitantes curtem as praias da vila. A mais prática de se visitar é a Praia Principal, onde está a Duna do Pôr do Sol e as barracas de caipirinha que são montadas no final da Rua Principal. A água é rasa e tem ondas fracas, mas o tamanho da faixa de areia varia bastante de acordo com as marés: quando a água está recuada, forma-se uma área meio lamacenta. É possível alugar guarda-sóis e espreguiçadeiras ou se instalar no ClubVentos, que aluga equipamentos de windsurfe, kitesurfe e stand up paddle e disponibiliza espreguiçadeiras para quem for consumir algo do bar. No almoço, o restaurante tem um buffet self-service por quilo.
Da Praia Principal é possível ir caminhando até a Praia da Malhada, passando por formações rochosas onde se formam piscinas naturais na maré baixa. Na Praia da Malhada em si não há qualquer infraestrutura para além dos hotéis e dos seus respectivos restaurantes. O esquema é estender a canga na areia para tomar sol ou, uma dica, pagar o day use do Hurricane (R$ 250 por pessoa, sendo R$ 150 consumíveis) e do The Chili Beach (R$ 400 consumíveis; crianças não são permitidas), que dão direito a usar a piscina, as espreguiçadeiras e toalhas. As vagas são limitadas e dependem da taxa de ocupação do hotel.
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COMO CHEGAR NA PEDRA FURADA
Existem três formas de chegar à Pedra Furada, cartão-postal de Jericoacoara. A primeira é contratando um bugue ou jardineira, seja durante um passeio maior pelo lado leste (leia acima no tópico “Lado Leste”) ou em um que te leve somente para a formação rochosa (os preços geralmente não compensam). A vantagem é não ter que caminhar muito. A desvantagem é chegar junto com todas as outras pessoas que estão fazendo passeios. Independente se você escolher conhecer a pedra no começo do roteiro, por volta das 9h, ou no final, por volta das 17h, encontrará uma fila para fazer fotos na frente do cartão-postal .
A segunda opção é ir caminhando a partir da Praia Principal e passando pela Praia Malhada até chegar à Pedra Furada. Isso só é possível durante a maré baixa. A paisagem é bonita, mas pode ser cansativo caminhar por cerca 30 minutos na areia se o vento estiver forte.
A terceira e última opção é andar em direção à Rua do Forró até o início da trilha do Morro do Serrote. Lá no alto, você caminha avistando o mar, mas o sol na cabeça é inclemente. Ao alcançar o farol, o caminho se divide e a situação se complica. Quem segue pela esquerda corta caminho, mas tem que encarar uma descida bem íngreme em que muita gente acaba escorregando nas pedras soltas e há cactos espinhentos. Alguns preferem descer sentadas. Ao final, a Pedra Furada estará bem diante de você. Para quem segue reto no farol, a descida é mais fácil, por uma duna – a desvantagem é ter que caminhar uns dez minutos a mais. Considere uma hora de percurso. Dá para fazer tudo de chinelo, mas levar água e chapéu é essencial.
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PÔR DO SOL EM JERICOACOARA
Todo dia, a cena se repete. Por volta das 17h, um formigueiro humano formado por boa parte dos turistas mais um tanto de nativos sobe os 30 metros da Duna do Pôr do Sol, na Praia Principal, rumo a um dos crepúsculos mais perfeitos do país. A ascensão, relativamente tranquila, pode ter como único desconforto a areia chicoteando as pernas, efeito da ventania. Enquanto aguardam o sol se pôr, os espectadores fazem novas amizades, trocam experiências e combinam a programação noturna. O silêncio acompanha o sol sumir no mar, ao fim do qual irrompem aplausos fervorosos.
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A experiência da Duna do Pôr do Sol é incontornável, mas nos outros dias dá para variar o ponto de vista. Na própria Praia Principal é lindo ver a cena ao som da música ao vivo que vem dos barzinhos. Pode ser inclusive com uma caipirinha na mão, comprada nas barracas no final da Rua Principal. Depois, às 17h30, tem início uma roda de capoeira. Nesse horário, há também muitos grupos jogando altinha.
A alternativa mais popular à duna, no entanto, é o Café Jeri. A partir das 16h já começa a se formar uma fila para acessar a balada no rooftop do hotel. A entrada é gratuita: paga-se apenas pelos drinks consumidos no bar. Depois que todos assistem o pôr do sol (ou melhor, o sunset) ali de cima, entram em cena acrobatas e bailarinos que fazem números com fogo e bastões neon ao som do DJ. A pista esquenta de vez quando escurece, mas a música cessa religiosamente às 22h.
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A Pedra Furada é outro destino popular para assistir ao pôr do sol. Dá para fazer isso pedindo para o guia encerrar o passeio do lado leste ali ou caminhando até lá, pela praia ou pelo Morro do Serrote (veja no tópico “Pedra Furada”). Saiba que esse é um dos horários em que a atração fica mais cheia e que o sol só se “encaixa” no buraco durante o mês de julho.
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Outra belíssima opção é ver o sol sumir em meio a um mar de dunas na Praia de Barrinha. Dá para ir até lá estendendo o passeio do lado oeste, o que só é possível durante a maré baixa (leia mais no tópico “Lado Oeste”).
VIDA NOTURNA EM JERICOACOARA
A baladinha do momento é na verdade uma matinê: a festa ao pôr do sol do Café Jeri (Rua do Forró) começa às 16h e termina às 22h. O forró mais famoso é o da Dona Amélia (Rua do Forró), que tem música ao vivo até às 23h e, de quebra, serve um famoso camarão no abacaxi. O arrasta-pé rola também no Bar do Bigode (Rua do Forró) e no Samba Rock (Rua Principal) – este último tem noites temáticas de forró de pé de serra, mas varia os ritmos em outros dias. Para tomar um chope com showzinhos de rock ao vivo, veja o ZCHOPP (Rua Principal).
DINHEIRO
Não há caixas eletrônicos no aeroporto em Cruz e na vila de Jericoacoara O cartão de débito e crédito é aceito em quase todos os lugares – inclusive nas barracas de caipirinha -, mas pode ser cobrada uma taxa adicional. O PIX também já está bastante difundido.
No mapa abaixo, estão marcados os lugares mencionados nessa matéria:
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