Istambul: os melhores hotéis, restaurantes e passeios

Por Adrian Medeiros Atualizado em 2 jan 2023, 16h25 - Publicado em 11 out 2011, 12h23

De um lado, Ásia. Do outro, Europa. Ao meio, o lendário Estreito de Bósforo, canal com exatos 32 quilômetros de extensão que une o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro, através do Mar de Mármara –  mas pode chamar também de “avenida” principal. Antiga Constantinopla, Istambul já foi a capital dos três maiores impérios que o mundo já viu: o Romano, o Bizantino e o Otomano. Historicamente uma das cidades mais ricas do planeta, hoje é uma metrópole efervescente e vibrante de 15 milhões de habitantes com um pé bem cravado no futuro.

A cidade dos palácios cheios de pompa, dos hammans seculares, das centenas de minaretes de mesquitas coroadas por domos e do maior mercado coberto do mundo (o Grand Bazaar, um emaranhado de mais de 60 ruas e quase 5 mil lojas que vendem de tudo e se espalham por uma área de 300 mil metros quadrados) é também a cidade dos arranha-céus, dos hotéis design, dos restaurantes contemporâneos que figuram nos guias da alta gastronomia mundial.

Os tradicionais cafés frequentados apenas por homens fazem parte da paisagem tanto quanto as discos badaladas que reúnem gente famosa do mundo inteiro até o dia amanhecer. As saias curtas convivem em harmonia com os lenços muçulmanos na cabeça. E, como som ambiente, ainda se ouve o chamado dos muezins anunciando o início das preces diárias. Modernidade e tradição convivem lado a lado num delicioso caos de sabor exótico. É essa a verdadeira essência da única cidade do mundo onde a Ásia se funde com a Europa, o Ocidente encontra o Oriente e a tolerância, tanto quanto a fascinação, é a palavra de ordem.

QUANDO IR

A época ideal para visitar a Turquia é durante a primavera (abril a junho) e os primeiros meses do outono (setembro e outubro). Julho e agosto são os meses mais quentes e também os mais cheios e concorridos. O inverno, além de frio, com temperaturas frequentemente abaixo de 10ºC, é a estação mais chuvosa.

COMO CHEGAR

A Turkish Airlines tem voos diretos para Istambul a partir de São Paulo. A maioria das demais companhias que voam para a Europa chega lá a partir do Brasil com apenas uma escala – é o caso da Air France, da Iberia ou da KLM, por exemplo. Em operação desde o final de outubro de 2018, o novo Aeroporto de Istambul é um dos maiores do mundo – atualmente, ele tem capacidade de absorver um fluxo de 90 milhões de passageiros por ano, mas em breve, quando estiver operando em seu limite máximo, este número saltará para 200 milhões. Localizado no lado europeu de Istambul, em Arnavutkoy, ele está a cerca de 50 quilômetros de Sultanhamet, o coração da cidade.

O serviço de táxis e os shuttles são as melhores maneiras de sair e chegar. Um táxi entre o aeroporto e Sultanahmet vai custar a partir de TL 135 (pouco mais de € 20), mas os valores não são fixos e podem variar de acordo com a hora do dia e o trânsito. Já os shuttles Havaist têm diversas linhas de ônibus que servem 56 paradas espalhadas pela cidade. O preço por pessoa, com mala, é TL 18 (cerca de € 2,80) e a viagem dura, em média, 1h40 (há wifi e TV a bordo). É possível consultar a rota de acordo com a parada mais próxima do seu destino no site da empresa – atenção: em turco, o aeroporto se chama Istanbul Havalimani (é o nome da parada). Uma nova linha de metrô que ligará a cidade ao aeroporto já está em construção. É comum os hotéis oferecerem transfers privativos em caso de estadias de três dias ou mais – cheque esta opção com o seu.

COMO CIRCULAR

O centro histórico de Istambul é bem fácil e tranquilo de ser percorrido a pé. Para distâncias mais longas, tem um bom metrô de superfície. Para destinos que ele não cobre, vale pegar táxi – é bem tranquilo. Para usar o excelente sistema de transporte público da cidade, adquira o Istanbulkart, um cartão recarregável que dá desconto de 40% em todos os passes e vale para todos os meios de transporte, incluindo ônibus, ferries, trens, funiculares e metrô. É preciso passar o cartão pela máquina para debitar a tarifa ao entrar no veículo ou na estação. Ao valor de TL 10 (cerca de € 1,60), ele pode ser comprado nas estações ou quiosques nos arredores das paradas e recarregados em máquinas dentro das estações. De maneira geral, os passes custam TL 5 e, com o cartão, saem a TL 3.

PASSEIOS

Grandes Monumentos

O bairro de Sultanahmet concentra os principais cartões-postais da cidade. É lá que estão, frente a frente, dois dos mais grandiosos templos jamais construídos pelo homem. O primeiro deles nasceu como basílica pelas mãos dos bizantinos no ano de 537 – ainda hoje, a cúpula erguida a 60 metros de altura e os minaretes da Santa Sofia impressionam. Transformada em mesquita com a conquista dos otomanos, no século 15, ela é, desde 1935, um museu incontornável.

Nave da basílica de Santa Sofia, com os característicos medalhões (andreaszachman/Creative Commons/Reprodução)

Construída bem em frente à sua imagem e semelhança, a mando do sultão otomano Ahmet I, 11 séculos mais tarde, a Mesquita Azul tinha o objetivo de ser ainda mais imponente. Seu nome vem do fato de ser revestida por mais de 20 mil peças de azulejos de isnik, de coloração azulada. Ela segue funcionando como mesquita (atenção: fecha para turistas durante as orações). Na primavera, o jardim que as separa fica coberto de tulipas coloridas.

A fé é azul: Alá está nos detalhes de uma das principais atrações de Istambul, na Turquia – a Mesquita Azul (Haykal/Getty Images)

A poucos passos da Santa Sofia fica outro highlight imperdível da região: a Cisterna Yerebatan Sarnice, também chamada de Palácio Submerso, onde 336 colunas de pedra dispostas em fileiras simétricas revelam toda a genialidade do sistema de irrigação do século 6, quando ela foi construída (repare nos símbolos mitológicos esculpidos em algumas delas – há, por exemplo, duas famosas cabeças de Medusa!).

Palácios Imperdíveis

Tanto a primeira quanto a última residência oficial dos sultões do Império Otomano, que estiveram no comando da cidade entre os séculos 15 e 20, merecem uma visita demorada. Erguido pelo sultão Mehmet II logo após a tomada de Constantinopla, em 1475, o Palácio Topkapi é uma imensidão esculpida em mármore e recheada de belos pátios de azulejos, debruçada sobre o Mar de Mármara. No auge de suas glórias, chegou a abrigar uma população de cerca de 4 mil pessoas, entre concubinas, eunucos e membros da corte. Seu acervo inclui belas joias e roupas dos governantes otomanos, além de relíquias religiosas. Não perca o harém.

Sala do sultão, no harém de Topkapi (Angel de los Rios/Flickr)

No século 19, os nobres mudaram-se para as margens do Estreito de Bósforo, quando foi construído o imponente Palácio de Dolmabahçe, inspirado em alguns dos mais famosos exemplares de outros países europeus. Dono de uma fachada neoclássica e de rebuscados interiores, ele guarda relíquias como uma lareira de Baccarat vermelho e aquele que seria o maior lustre de cristal da Europa, com mais de 650 lâmpadas e um peso de 4,5 toneladas.

Palácio de Dolmabahce, Istambul, Turquia
Ricamente decorado, Dolmahce representa o fausto e decadência dos sultões otomanos (KLMircea Creative Commons/Reprodução)

Mercados

Tapetes, bules de prata, lanternas, joias, porcelanas, artigos de couro… Percorrer os famosos mercados de Istambul é uma verdadeira experiência antropológica, onde comprar é o que menos importa (embora seja difícil resistir à tentação!). Mais famoso deles, o Grand Bazaar (Kapali Carsi) é o mais antigo mercado coberto do mundo, um complexo de 300 mil metros quadrados com mais de 60 ruas onde se aglomeram nada menos que 5 mil lojas. Prepare-se para negociar muito! Poucas coisas têm preço fixo e os vendedores estão sempre dispostos ao bom e velho hábito da barganha. Também chamado de Mercado das Especiarias, por motivos óbvios, o Mercado Egípcio é também imperdível, com seus aromas e sabores.

Grande Bazar de Istambul, Turquia
Detalhe das arcadas do Grande Bazar (tomkellyphoto Creative Commons)

Principais Museus

A capital turca tem uma bela oferta cultural, e a lista de museus que valem a visita cobrem séculos de história. Com três edifícios principais, os Museus Arqueológicos de Istambul abrigam parte da coleção do Palácio de Topkapi com incríveis relíquias otomanas, mas seu grande destaque são os sarcófagos trazidos da Necrópole Real de Sidon, no Líbano – entre eles, o de Alexandre, o Grande. O acervo do Museu de Arte Turca e Islâmica, instalado num palacete otomano do século 16, inclui uma linda coleção de tapetes e objetos dos séculos 8 ao 19 trazidos de diferentes cantos do Oriente Médio, entre eles livros, pergaminhos e lindas portas.

Já o Museu Kariye é dedicado às maravilhas bizantinas. Ele está instalado numa igreja recheada de afrescos e belos mosaicos, sobretudo da primeira metade do século 14, que retratam a vida de Jesus Cristo e da Virgem Maria. No Museu de Pera, o highlight é a coleção de pinturas orientalistas dos séculos 17 ao 20, em óleo e aquarela. Não perca o conjunto de cerca de 7 mil fotografias que revelam detalhes da Istambul dos séculos 19 e 20. Ele costuma também abrigar ótimas exposições temporárias.

As belas pinturas do Museu Kariye (Kariye Museum/Reprodução)

Primeiro museu dedicado à arte moderna e contemporânea da Turquia, o Istambul Modern revolucionou a arte local com um acervo ousado desde a sua inauguração, em 2004 (naquela época, instalado em um caixote moderno às margens do Bósforo). Atualmente ele ocupa temporariamente as dependências de um edifício histórico em Beyoglu, com direito a galerias de foto e cinema, até que sua nova sede, em Karakoy, fique pronta.

A lista dos incontornáveis se completa com o curioso Museu da Inocência, criado pelo escritor Ohran Pamuk, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2006, como a materialização de seu romance de mesmo nome. Em exposição, detalhes do cotidiano que permeiam a vida dos personagens Kemal e Fusun, que funcionam como um belo pano de fundo para a cidade no final do século 20.

Outras atrações

O lendário Estreito de Bósforo liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Negro ao longo de exatos 32 quilômetros de extensão, separando a Ásia da Europa. Não sem razão, uma das atrações mais concorridas da cidade é um passeio de barco por esta fronteira natural entre os dois continentes, margeada por suntuosos palacetes. Há versões longas, que duram quase um dia inteiro entre ida e volta, e versões mais curtas, que duram cerca de duas horas. As saídas se concentram nas docas de Eminonu, nas proximidades da Ponte Gálata. Dezenas de empresas operam os cruzeiros – entre os mais recomendáveis estão os da Sehir Atlari, a empresa oficial, e os da Turyol. Vale consultar os horários nos sites. Os passeios curtos custam desde TL 12 (cerca de € 1,90).

Um dos passeios mais clássicos de Istambul: cruzeiro pelo Estreito de Bósforo (Givaga/Getty Images)

Em terra, a principal artéria da cidade é a Istklal Caddesi, uma avenida que ainda é rota de um velho bondinho vermelho, onde algumas das confeitarias mais antigas da cidade dividem espaço com modernos restaurantes e lojas. Um passeio sem pressa por ela revela todo o espírito da capital. Há, ainda, outros dois programas que são a cara de Istambul: os hamans, ou banhos turcos, e os espetáculos dos dervixes rodopiantes. Os primeiros são bem representados por exemplares históricos projetados pelo principal arquiteto do Império Otomano, Mimar Sinan: o famoso Çemberlitas Hamami, de 1584, e o Kiliç Ali Pasa Hamami, de 1580. Ambos são belíssimos e oferecem diferentes pacotes de massagens, banhos e sauna.

Ambiente dos banhos turcos do Kiliç Ali Pasa Hamami (Kiliç Ali Pasa Hamami/Reprodução)

Para ver os dervixes, praticantes do islamismo adeptos do sufismo, há dois endereços principais: o Museu Galata Mevlevi, no fim da Istklal Caddesi, onde as apresentações acontecem aos domingos às 17h (ingressos vendidos pessoalmente no local no sábado anterior); e o Hodjapasha Dance Theater, com apresentações diárias na alta temporada e às terças, quintas e sábados na baixa temporada, sempre às 19h (vendas online).

O clássico espetáculo dos dervixes rodopiantes (Hodjapasha Dance Theater/Reprodução)

Museum Pass Turkey

Este passe cobre os mais de 300 museus e sítios arqueológicos de toda a Turquia administrados pelo Ministério da Cultura e do Turismo. Custa TL 375 (cerca de € 58) e vale por 15 dias a partir da primeira utilização. Se for ficar só em Istambul, é preciso fazer as contas de que museus quer visitar para ver se vale a pena: são apenas 11 na cidade – entre os principais, a Santa Sofia (TL 72), os Museus Arqueológicos (TL 36), o Museu Kariye (TL 54) e o Museu de Arte Turca e Islâmica (TL 42). Veja a lista completa aqui. Para quem for continuar pela Turquia, vale saber que ele cobre também grandes highlights como o Museu a Céu Aberto de Goreme (TL 54), na Capadócia, e o sítio arqueológico de Hierapolis, em Pamukkale (TL 60), por exemplo.

Istambul Tourist Pass

Quem tiver a intenção de visitar as principais atrações de Istambul num curto período de tempo deve considerar adquirir o Istambul Tourist Pass. Ele cobre mais de 30 atrações e serviços e pode ser válido por dois (€ 95), três (€ 115), cinco (€ 135) ou sete dias (€ 145); crianças de 5 a 12 anos pagam sempre € 45. Basta fazer as contas.

Para se ter uma ideia, as entradas para Santa Sofia e para o Palácio Topkapi custam € 15 cada; para a Mesquita Azul e para o Grand Bazaar, € 10 cada; para o Palácio de Dolmabahçe, € 16; para a Basílica Cisterna, €9; para o Museu de Artes Turcas e Islâmicas, € 11. Todos esses postais estão cobertos pelo passe, que inclui ainda cruzeiros pelo Bósforo, tour nos ônibus Hop-On Hop-Off, descontos em shuttles para o aeroporto, internet por 72 horas e outros serviços. Ele deve ser comprado online pelo menos dois dias úteis antes da chegada na cidade, uma vez que alguns serviços e atrações precisam ser reservados e/ou ativados com antecedência.

ONDE FICAR

A região de Sultanahmet é ideal para quem gosta de ficar perto de tudo, a poucos passos das principais atrações do centro histórico. Bela surpresa, a lista de hotéis simpáticos com diárias frequentemente abaixo dos € 100 é ampla. É o caso, por exemplo, do Celal Sultan Boutique Hotel, dono de uma das melhores relações custo-benefício. Da cobertura, onde é servido o café da manhã, dá para ver a cúpula da basílica Santa Sofia, que fica a apenas duas quadras de distância. Os quartos são confortáveis e bem decorados e o hotel é uma graça.

De frente para o Parque Gulhane, numa rua calma do bairro, o Sirkeci Mansion tem um simpático terraço, além de um spa com piscina interna aquecida. Organiza passeios pela região e oferece aulas gratuitas de culinária turca. A poucos passos de distância, o Romance Istambul Hotel Boutique Class tem quartos cheios de charme, alguns com varandas providenciais, e ambientes elegantes, além de um spa com piscina. O Celine Hotel – Ottoman Mansion tem apenas 14 quartos instalados numa mansão do final do século 18, início do 19. Nas áreas comuns, tem um gostoso jardim de inverno com lareira e salas de estar.

Em busca de upgrade? O Four Seasons Hotel Istambul at Sultanahmet é um dos melhores hotéis do centro da cidade, com vistas imbatíveis da Santa Sofia. Instalado em uma antiga prisão histórica do início do século 20, completamente restaurada, e dono de lindos jardins, tem quartos amplos, um bom restaurante e um incrível terraço.

Posição estratégica para admirar a Santa Sofia, no Four Seasons Istambul (Four Seasons/Divulgação)

Às margens do Bósforo, a região de Besiktas está recheada de palacetes e reúne alguns dos mais luxuosos hotéis da cidade, caso do icônico e tradicionalíssimo Çiragan Palace, que inclui um palacete megalomaníaco erguido pelo sultão Abdulaziz no século 19, onde os dias são vividos como nos áureos tempos do Império Otomano, entre “detalhes” como torneiras de ouro e suítes com diárias que beiram os € 30 mil. Tem um ótimo restaurante e um dos melhores spas da cidade.

A incrível vista para o Estreito de Bósforo do hotel Çırağan Palace (Çırağan Palace/Divulgação)

Outra referência na região, o Raffles Istanbul aposta no oposto: os ambientes moderninhos são um de seus maiores trunfos, com direito a paredes de vidro que descortinam belas vistas da cidade. Instalado num lindo edifício art deco, o Park Hyatt Maçka Palas tem uma bela piscina no rooftop, além de um ótimo wine bar e restaurante. No W Istanbul, os chamados “spectacular rooms” vêm com um upgrade sensacional: uma cama recheada de almofadas ao ar livre, cercada de tecidos esvoaçantes e ligada ao quarto por uma pontezinha.

Vibrante e recheada de restaurantes, bares e rooftops badalados, a região de Beyoglu é o endereço para hotéis boutique e quetais. Fica ali o Witt Istanbul, que leva a assinatura do superescritório de design Autoban e pertence à rede Design Hotels, onde cada um dos 18 quartos tem toques retro moderninhos, com sala de estar e amenities como máquinas de café expresso. Tem uma área gostosa no rooftop com lindas vistas.

ONDE COMER

Não faltam boas opções de restaurantes em Istambul – praticamente todo hotel tem o seu (e os dos hotéis de luxo são, de maneira geral, grandes referências na alta gastronomia local – é o caso do Tugra, no Ciragan Palace, especializado em receitas otomanas, ou do Aqua, no Four Seasons at the Bosphorus, onde delícias contemporâneas de sotaque mediterrâneo são servidas num imponente terraço).

Entre os endereços badalados da cidade, há dois incontornáveis. O 360, em plena Istklal Caddesi, é um mix de bar, restaurante e lounge, com uma vista sensacional do skyline que alcança o mar. Ele ocupa a penthouse de um edifício do século 19 e serve receitas como hummus de abacate ou pato assado com cerejas. O outro é o Ulus 29, lounge e restaurante de design em Besiktas com um club animado que também se abre para um visual incrível do Bósforo. Aqui a adega conta com mais de 4 mil garrafas e o menu inclui delícias como o tartar de peixe com purê de abacate e coentros e o risoto de polvo com páprica defumada. A cozinha prepara artesanalmente a própria massa e cura a própria carne.

Os sabores asiáticos são bem representados no Zuma, representante local da famosa rede de restaurantes japoneses com unidades badaladas em Nova York, Londres, Dubai, Hong Kong e afins. Em um ambiente moderninho e cool, tem um bar que serve bons drinques, caso do que leva vodka, maracujá, sucos de limão e maçã e xarope de canela. No menu, sushis, robatas, tempuras… Vale encerrar com o cheesecake de yuzu com framboesa e sementes de gergelim negro.

No Banyan, em Ortakoy, os pratos têm sotaque do Sudeste Asiático, em receitas de fusão. Entre as opções, tataki de atum ao molho picante de ponzu, tortilha de wasabi com tempura de camarão e guacamole de edamame, alcachofra braseada em leite de coco, mignon marinado em sakê com arroz de jasmim…

Para clássicos turcos, um dos endereços imperdíveis é o Ciya Sofrasi, em Kadikoy. Pense em kebabs, cozidos, almôndegas… A lista se completa com outras duas opções em Sultanahmet, a poucos passos das grandes atrações locais como a Santa Sofia. O primeiro é o Deraliye, especializado em receitas otomanas nababescas e carregadas de história – é o caso, por exemplo, do cozido de cordeiro com damascos, mel e amêndoas ou da maçã assada recheada com carnes e castanhas variadas. No Balikci Sabahattin, a especialidade são os peixes e frutos do mar. Verdadeira instituição local, abriu as portas em 1927 e prepara delícias como peixes e lulas grelhados e um famoso arroz com mexilhões.

Delícia turca

A maior perdição turca atende pelo nome de lokum, ou turkish delight (traduzindo, delícia turca): são quadradinhos macios, doces, que mais parecem uma joia e lembram uma bala de goma, feitos à base de gel de amido e açúcar. Os sabores são os mais variados: do clássico água de rosas a limão, romã, pistache… Há dezenas deles, que podem, inclusive levar castanhas variadas na massa.

O clássico doce turco, turkish delight, do Hafız Mustafa (Hafız Mustafa/Reprodução)

Os docinhos estão à venda nos principais mercados e lojas de rua, mas são especiais em alguns endereços. A Haci Bekir, com unidades em Eminonu, Kadikoy, Beyoglu e Maslak, abriu as portas em 1777 e é das mais tradicionais. Outras boas opções são a Hafiz Mustafa (em Eminonu, Sirkeci e Sultanahmet) e a Altan Sekerleme (no Kuçuk Pazar, em Eminonu). A Lokum Istanbul (em Kurucesme) mais parece uma joalheria – é das lojas mais finas da cidade.

DOCUMENTOS

Para entrar na Turquia, basta ter o passaporte válido por no mínimo seis meses a partir do início da viagem. Se for alugar um carro, basta levar a Carteira Nacional de Habilitação emitida no Brasil (juntamente com um cartão de crédito emitido no nome do motorista).

DINHEIRO

A moeda da Turquia é a lira turca (R$ 1 = 1,43 TL, segundo a cotação de outubro de 2019). A maioria dos hotéis divulga o valor das diárias em euros, mas você pode pagar com a moeda local. Para converter, tenha em mãos dólares ou euros. Ou considere sacar diretamente com o cartão da conta corrente brasileira – certifique-se apenas de que ele está habilitado para esta função e confira as taxas praticadas pelo seu banco.

Busque hospedagens em Istambul.

Informações ao viajante

Línguas: Turco. O inglês é compreendido por muitas pessoas que lidam com turistas

Moeda: Lira Turca (TL)

Saúde: Não há demandas específicas

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