Hiroshima: quando ir, como circular, passeios, hotéis e mais
A pacata cidade industrial sobre o delta do rio Ota seria um lugar qualquer do mundo se não fosse o dia 6 de Agosto de 1945. Quando o bombardeiro B-29 norte-americano Enola Gay lançou a bomba atômica Little Boy sobre Hiroshima, 80 mil pessoas morreram imediatamente sob um gigantesco cogumelo de fogo e fumaça. Outras tantas perderiam sua vida nos meses e anos subsequentes, vítimas de ferimentos e da radiação. Estava inaugurada a era atômica.
As feridas da guerra hoje parecem esconder-se sob uma cidade moderna e jovial, mas a lembrança está lá, em monumentos sóbrios que não que não deixam a tragédia ser esquecida. Hiroshima e sua população – juntos com Nagasaki, a segunda e última cidade vítima da bomba atômica – esforçam-se amplamente para que esse tipo de evento nunca mais se repita.
Enquanto o sonho é incerto, curtem a vida em partidas de beisebol do time local, os Carp, adoram comer okonomiyaki (espécie de panqueca com diferentes recheios), e fazem agradáveis passeios pelos parques e santuários da cidade que, juntos com os memoriais, integram a lista de patrimônios da humanidade da Unesco.
QUANDO IR
Primavera e outono são as as épocas mais indicadas. Além das temperaturas mais amenas, são as estações em que florescem as cerejeiras (março e abril) e as folhagens das cidades japonesas se tingem de tons de amarelo e vermelho (setembro e novembro). Confira a tábua das marés antes de visitar a ilha de Miyajima, que fica mais bonita na maré alta.
COMO CHEGAR
Hiroshima está conectada com o resto do país através das linhas do shinkansen, o trem-bala, e pelo aeroporto local, com voos da ANA e Japan Airlines.
COMO CIRCULAR
Dizimada na Segunda Guerra Mundial, Hiroshima teve de se reconstruir totalmente, optando por um desenho que favoreceu um sistema de transportes que privilegia os bondes elétricos, conhecidos como Hiroden, distribuídos em nove linhas. O sistema é administrado pela Hiroshima Eletric Railway, com tarifa básica é de ¥ 180 ienes (US$ 1,65), paga na saída do bonde. Mas há passes também: 1 dia (¥ 600, US$ 5,50) e 1 dia+ bilhete para a balsa que vai de Miyajima-guchi para a indispensável ilha de Miyajima (¥ 840, US$ 7,75). Quem tiver um Japan Rail Pass pode usá-lo na balsa.
PASSEIOS
No centro da cidade fica o Parque da Paz, memorial construído na década de 60 num lugar muito próximo ao epicentro da explosão nuclear. Lá ficam o que restou do cataclisma: o Domo da Bomba, ruína do antigo Salão da Promoção Industrial. Há diversos outros monumentos, como o Sino da Paz, que pode ser badalado pelos visitantes; o Cenotáfio, que traz os nomes de todas as vítimas; o Monumento da Paz da Crianças, que representa uma menina com um grou; o Monte da Memória, que guarda as cinzas de milhares de pessoas; e o Museu Memorial da Paz, cheio de imagens, vídeos e objetos pessoais que mostram os efeitos da bomba atômica. E há ainda as chamuscadas Árvores Fênix, que na época da explosão ficavam numa área mais afastada da cidade e, por isso, sobreviveram. Mais ao norte, contemple o imponente Castelo de Hiroshima, cuidadosamente reconstruído depois da explosão
Para relaxar e dar uma folga da tragédia, uma boa ideia é visitar o zen Parque Shukkei-in. Melhor ainda é, como todo mundo, pegar um trem ou balsa para Miyajima, ilha prontamente identificada pelo torii, um pórtico xintoísta de 16 metros de altura instalado na água, entrada para o santuário Itsukushima. Por ser sagrada, não há maternidades nem cemitérios ali (a ideia é que não haja nascimentos nem mortes), e as florestas virgens sem espalham em sua terra firme. Há diversos outros templos, santuários e construções históricas a visitar, como o Templo Daisho-in, o pagode de cinco andares em frente ao santuário Goju-no-to e o Treasure Hall.
ONDE FICAR
O Mitsui Garden Hotel Hiroshima leva a vantagem de ficar a dez minutos de caminha do Parque da Paz. Também no centro, o APA Hotel Hiroshima-Ekimae Ohashi acrescenta o atrativo de oferecer casas de banho, sempre um programa que vale. Os dez minutos a pé, aqui, separam o hotel do Parque Shukkei-in. Se os preços altos do Japão estiverem pesando, pode considerar J-Hoppers Hiroshima Guesthouse, hostel com quartos, cozinha, lavanderia e banheiro compartilhados, pertinho também do Parque da Paz. Há opção de quarto individual, com cama sobre o tatame.
ONDE COMER
Para degustar o okonomiyaki sem gastar muito, duas das muitas opções é o pequeno Hassei, meio escondido atrás de uma portinha, e o bem maiorzinho Okonomi-Mura Ikki, que tem 25 estabelecimentos, entre tendas e restaurantes, distribuídos em quatro andares. Mais sofisticação, com preços naturalmente mais altos, é encontrada no Momonoki, steakhouse famosa pela maciez de suas carnes. Frutos do mar? Tente o Guttsuri-an, mais distante do centro, apropriadamente perto do mar.
DOCUMENTOS
Para tirar o visto, brasileiros devem preencher o formulário próprio e apresentar a documentação, que inclui o cronograma de viagem e reserva da passagem. A validade é do visto é três meses para uma única entrada. O passaporte deve ser válido para o período de estadia.
DINHEIRO
A moeda oficial é o Iene.
Informações ao viajante
Línguas: Japonês. Alguns jovens também falam inglês.