Barra Grande: acesso, praias, piscinas naturais, hotéis e mais

Por Adrian Medeiros Atualizado em 23 dez 2022, 15h42 - Publicado em 4 out 2011, 10h08

Por Mirela Mazzola

A tranquilidade impera no centrinho de Barra Grande, vila mais conhecida da fabulosa Península de Maraú. Mas não se restrinja a ele: apesar de abrigar o píer e ter a melhor estrutura, a praia principal é apenas o ponto de partida para enseadas como Taipu de Fora, que abriga uma cênica piscina natural, e a emergente Algodões, com potencial para ser o hype das próximas temporadas.

O isolamento provocado pelo difícil acesso, feito por estrada de terra (que fica intransitável no último trecho quando chove muito), transforma o destino em uma espécie de ilha – chegar de barco é mais fácil que de carro. A costa repleta de recifes de corais é um paraíso para os mergulhadores e também para banhistas, já que na maré baixa as piscinas naturais de Taipu de Fora são alcançadas facilmente a partir da orla, sem precisar de barco ou jangada. Como em qualquer destino retirado, convém levar dinheiro em espécie. 

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Melhor época para visitar Barra Grande

O mês de abril é o mais chuvoso – se optar por ele, a chance de não conseguir atravessar a estrada de areia aumenta bastante. No verão, alta temporada, também chove um pouco e no Réveillon a península assiste ao ápice do turismo. Entre julho e o fim de setembro, baleias-jubarte na época da reprodução passam por Barra Grande (é possível vê-las em passeios de barco). Se quiser sossego e bom tempo, viaje entre setembro e outubro. 

Como chegar a Barra Grande

Barra Grande é um distrito do município de Maraú. São 130 quilômetros do Aeroporto de Ilhéus, melhor opção para quem chega de avião. Antes de escolher o trajeto, leve em conta que a última lancha parte de Camamu para Barra Grande às 17h. 

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De Ilhéus

Empresas como a Marau Tour e a Maraú Turismo (ou táxis, peça indicação na pousada) fazem o traslado entre o aeroporto e Barra Grande por terra em cerca de três horas, ou para Camamu, em duas horas, de onde partem lanchas da Camamu Adventure até Barra Grande (a travessia leva meia hora). 

Quem aluga carro no aeroporto deve seguir pela BA-001, asfaltada, até Camamu, no acesso para a BR-030. Dali, são 40 km de terra e areia até Barra Grande – informe-se nas pousadas sobre as condições da estrada, que costuma ficar intransitável quando chove muito. Nesse caso, ou se preferir, deixe o carro em estacionamentos de Camamu (um deles é o da CM Turismo, que também faz o transfer até Camamu) e siga para Barra Grande de lancha. 

Há ainda ônibus de Ilhéus para Camamu (Águia Branca, 2h30 de viagem). Atenção: se embarcar no último horário, às 14h10, não dá tempo de pegar a lancha das 17h. 

De Salvador

Se o ponto de partida for a capital baiana, tome o ferry-boat para a Ilha de Itaparica (uma hora, Internacional Travessias) e desembarque em Bom Despacho. De lá, partem ônibus da Águia Branca até Camamu (quatro horas de viagem). Se estiver de carro, siga pela BA-001, passe por Camamu e, 29 km após a cidade, pegue o acesso para a BR-030. Em feriados e na alta temporada, a fila do ferry aumenta – motoristas podem se dar melhor contornando a Baía de Todos os Santos, pelas BR-324 e BR-101, para depois ir a Camamu.

Como circular em Barra Grande

As praias da Península de Maraú são ligadas por estradas de areia e terra. Se você não vier de carro, pode contratar táxis, mototáxis ou jardineiras (caminhonetes adaptadas para levar passageiros) no centrinho de Barra Grande ou na pousada. Outra opção é alugar quadriciclos, que não podem circular na praia e, pela legislação, só devem rodar em vias públicas. 

O que fazer em Barra Grande

Praias e piscinas naturais

Cartões-postais da região e entre as mais belas do país, as piscinas naturais de Barra Grande estão distribuídas ao longo da costa. Mas vê-las em todo seu esplendor só costuma ser possível na maré baixa, durante as luas cheia e nova (ou seja, dois períodos por mês), em horários específicos. Por isso, consulte os moradores e a tábua de marés para programar os passeios. 

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No centro da vila, a Praia de Barra Grande não chama muito a atenção – quando a maré sobe, a faixa de areia quase desaparece. Nesse trecho ficam o píer, pousadas e o comércio. Subindo, no extremo norte da península, a Ponta do Mutá tem vista para um farol e divide o mar aberto das águas calmas da Baía de Camamu – caminhar até aqui a partir de Barra Grande e assistir ao pôr do sol é um programa clássico. Três Coqueiros é boa para banho apenas no trecho central (nas duas laterais há recifes) e tem poucos bares e restaurantes. Na Praia de Bombaça, preservada e sem estrutura, as ondas que quebram sobre as bancadas de corais atraem surfistas. 

A 20 minutos de jardineira da vila está a estrela de Barra Grande: Taipu de Fora e seus mar azul-claro, areia dourada e uma fileira de coqueiros. Duas vezes por mês, a maré baixa deixa uma rica vida marinha ilhada junto aos recifes, formando um verdadeiro aquário. Taipu é também um dos maiores núcleos urbanos locais, com pousadas e restaurantes. 

Com poucas hospedagens e distante do movimento de Taipu, Cassange tem mar de tombo, mas com bons trechos para banho. Do outro lado da restinga, a Lagoa do Cassange é ótima para tirar o sal do corpo e assistir ao pôr do sol. Perto dali, fica o mirante do Morro Bela Vista, também chamado de Morro do Celular. Já as tranquilas Arandis e Saquaíra têm mar calmo. 

Ao sul, Algodões tem alçado discretamente o título de próximo hype baiano, com um número crescente de pousadas com iniciativas sustentáveis e restaurantes descolados. Extensa e com recifes que formam uma piscina natural, tem esse nome por ter sido pontilhada por plantações de algodão no passado. 

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Passeios

Além do trajeto Camamu-Barra Grande, a Camamu Adventure opera o passeio de lancha pelas ilhas da Baía de Camamu. São elas Pedra Furada, para ver as rochas perfuradas por moluscos, do Campinho, com mangues, Sapinho e do Goió, onde há almoço (pago à parte). Outro roteiro leva às Cachoeiras do Tremembé, com uma queda de 5 metros que deságua no Rio Maraú, e passa por ilhas e pela cidade de Maraú. Há ainda o passeio até os mangues da Baía de Camamu, com paradas nas ilhas da Pedra Furada, do Âmbar, um antigo quilombo cuja comunidade de mulheres coleta mariscos e crustáceos, e na Coroa Vermelha, um banco de areia no meio do mar. Todos duram o dia todo.

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Para desbravar a costa da Península de Maraú, há táxi (peça indicação da pousada), jardineira (Marau Tour ou no ponto das jardineiras, no centrinho da vila) e bicicleta elétrica (Marau Tour). Dá para percorrer as piscinas naturais de Taipu de Fora e da Lagoa Azul e visitar dois mirantes, o Farol de Taipu e o Morro Bela Vista. 

Para quem curte ir além do snorkel, as águas quentes de Barra Grande têm recifes de corais cheios de vida marinha para mergulhar com cilindro. São mais de 20 pontos, onde a visibilidade chega a 20 metros entre outubro e março (Afonso, 73/9963-9123, na pousada você pode se informar sobre outras empresas). No Rio Carapitangui, águas calmas são boas para a prática de SUP (a Marrua Esportes Natureza tem guias e instrutores locais). 

De julho até o fim de setembro, época reprodutiva, é possível fazer o passeio de barco para observação de baleias-jubarte. Dura três horas (Princesinha Turismo). 

Hotéis em Barra Grande 

O burburinho em Barra Grande se concentra na vila principal, com comércio, agências de passeios e restaurantes, e em Taipu de Fora, também com alguma estrutura. Fora desses núcleos, as opções para jantar costumam se restringir à pousada e a vida noturna inexiste fora do Réveillon. Para quem gosta de sossego, mas não abre mão de conhecer mais áreas, uma alternativa é dividir as diárias entre Barra Grande e outra praia (principalmente se estiver sem carro). 

Barra Grande (centrinho)

O projeto contemporâneo de linhas retas, pontuada por ripas de madeira e cimento queimado, fazem do KA BRU Beach Boutique Hotel um dos mais intagramáveis de Barra Grande (há duas unidades da rede em Itacaré, o KA BRU River Villa e o KA BRU Forest Villa). O ar moderno se repete nos quartos – fora deles, as atrações são a piscina, o café da manhã com produtos orgânicos e o spa, com tratamentos feitos com óleos essenciais e vegetais.

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No Villa Balidendê, a inspiração e as peças de decoração vêm da Indonésia. Os aposentos foram projetados para que nenhum fique de frente para outro – alguns têm vista para a piscina, com a costa de Barra Grande ao fundo. A 50 metros da praça principal, a Pousada Fruta Pão tem um charme rústico, com vigas de madeira e paredes de tijolo aparentes. Os quartos, todos dotados de varanda com rede, e áreas sociais estão distribuídos por um gostoso jardim (os chalés têm dois dormitórios e cozinha). Perto do píer, a pé na areia Pousada Denada pertence a um casal de italianos e tem apenas oito chalés. A sala do café da manhã e a piscina aproveitam a vista para o mar. A Ponta do Mutá também tem saída para a praia, com um bar na areia – nos quartos (exceto dois), basta abrir a janela para apreciar o mar azul. 

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A Pousada Terra Mar Way tem piscina ampla e quartos funcionais (com piso frio, cama box e ar-condicionado) e costuma oferecer preços convidativos. A dez minutos de caminhada do centrinho, a Pousada Barrabella exibe uma gostosa área da piscina, com cascata, bar, espreguiçadeiras e espaços de leitura. Lindinho e colorido, o Ganga Zumba Hostel & Suítes tem suítes privativas e quartos coletivos com beliche a três quarteirões da praia.

Ponta do Mutá

No extremo da Ponta do Mutá, o simpático Nirvana Beach Hotel tem detalhes sinuosos de alvenaria nos banheiros e quartos, todos com ventilador de teto e rede. A pé na areia Pousada Kaluana está mais próxima da Praia de Três Coqueiros. A piscina, com deque e área sombreada, é bastante convidativa e os quartos acomodam até quatro pessoas. 

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Bombaça

Em trecho tranquilo da orla, o Caiçara Bangalôs exibe uma bela piscina de raia e decoração singela nos quartos, que têm mosquiteiros nas camas e cozinha equipada. Em Bombaça também estão as instalações do antigo Kiaroa Eco-Luxury Resort, pioneiro da hotelaria de luxo na região e um dos mais sofisticados hotéis de praia do país. O resort foi vendido para a rede tailandesa de luxo Anantara, cujos proprietários também controlam a rede Tivoli. A reabertura foi adiada algumas vezes e, até dezembro de 2022, segue sem previsão. 

Taipu de Fora

Pertinho da piscina natural, a Pousada Taipu de Fora está na ativa há quase duas décadas – as construções são separadas da areia por um gostoso gramado com coqueiros onde são montadas mesas e espreguiçadeiras. Também com ótima localização para visitar as piscinas, a Pousada Encanto da Lua tem quartos amplos e arejados, com rede na varanda (os melhores têm jacuzzi ou ofurô). Os gazebos em frente à Pousada Rumah, na verdade camas com dossel adaptadas, ficam na areia à disposição dos hóspedes. Os quartos são funcionais, com ar-condicionado, frigobar e cama queen-size, e têm vista para o mar (com exceção dos da categoria família, para quatro pessoas). Inaugurado em 2019, o Villa Kandui Boutique Hotel e Beach Lounge tem sete “villas” pé na areia, para até seis pessoas (duas delas com piscina privativa). Com decoração minimalista e marcada pelo uso de madeira e de fibras naturais, todas têm cama king-size, cozinha equipada e vista para o mar.

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Ali perto, móveis de palhinha e decoração que remete ao surfe dão um ar descontraído à Sup House Barra Grande. A boa piscina é rodeada por um deque e os quartos da categoria superior têm vista para o mar. Se chover, as unidades contam com Smart TV e canais a cabo. Com 12 quartos e 20 flats (os maiores com 86 m²), a pé na areia Dreamland Bungalows está a dez minutos de caminhada das piscinas naturais e tem um bar aberto ao público. As unidades têm camas king-size, cafeteiras Nespresso e Smart TV. 

Saquaíra/Cassange

No Hotel Terraços Marinhos todos os bangalôs têm piscina privativa e os apartamentos se destacam pela vista – os dois do primeiro andar são voltados para a praia (boa para surfe) e a Lagoa do Cassange (ideal para caiaque e stand-up). A piscina do hotel é uma parte raia (com tamanho semiolímpico, de 25 metros de comprimento) e outra com bar molhado. A Butterfly House Bahia fica isolada, em meio à mata, no canto direito da Praia do Cassange. Os chalés têm acabamento rústico de inspiração franco-marroquina – além de camas confortáveis com enxoval de qualidade. Uma boa pedida é relaxar nas espreguiçadeiras da piscina ou nos sofás do gazebo.

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Aberta em 1996, a Pousada Lagoa do Cassange é pioneira na região e adota medidas sustentáveis, como compostagem de lixo, uso de placas solares e produção própria de itens como pães, mel e sabonetes usados nos quartos. As unidades têm ar-condicionado e varanda ou sacada e estão distribuídas em um terreno de 50 mil m².

Algodões

A praia do extremo sul da península vem assistindo ao crescimento de hospedagens e opções gastronômicas nos últimos anos. A Casa dos Arandis foi aberta em 2011 com bangalôs supercharmosos construídos com telhas e madeira de demolição – no interior deles, banheiras de rocha vulcânica com design italiano e camas king-size com enxoval de algodão egípcio.

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Na Casa del Mar alguns quartos têm vista para as piscinas naturais – há apartamentos na casa principal, perto do mar, e chalés mais retirados. A pousada também dispõe de espaço para retiros e oferece tratamentos holísticos. Mais simples, o Na Villa dos Algodões oferece chalés padronizados para até quatro pessoas e há um deque com piscina e uma pequena cascata. Há até um glamping no povoado: o Dê Algodões #1 têm barracas charmosas com ar-condicionado, frigobar e varandinha, além de opções de pratos veganos no café da manhã.

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Onde comer em Barra Grande

Restaurantes

Por causa do deslocamento não tão simples, praticamente todas as hospedagens da península servem refeições. Fora delas, a maioria das opções, entre restaurantes e bares de praia, fica na vila de Barra Grande e em Taipu de Fora. Na ativa há 30 anos, o Tapera está entre os mais tradicionais da península. No cardápio, moquecas e arroz de polvo com queijo coalho, servidos em um bonito jardim com orquídeas e plantas tropicais. Pescados e receitas baianas também são o destaque no Donanna, aberto sem intervalo entre almoço e jantar. Em uma simpática construção aberta, o Restaurante da Zene é conhecido pelos preparos cremosos com camarão (bobó, no coco e no abacaxi). 

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Na vila principal, mas distante do burburinho, o Sapori d’Itália é uma pedida para dar um tempo nos frutos do mar. A casa prepara desde o pão de fermentação natural servido de entrada até o nhoque, o talharim e uma delicada massa em forma de caracol. Ainda no rol da cozinha europeia, o O Papagaio serve pratos de inspiração francesa, como os filés ao poivre e ao roquefort. 

Bares

O Santo Forte é a baladinha local para o ano todo, com direito a noites de forró e festa de Halloween. Em Taipu de Fora, o tradicional Bar das Meninas é um misto de barraca de praia e restaurante, com pedidas que vão de dadinho de tapioca e polvo à vinagrete a moquecas elaboradas (a de camarão com banana é uma). Para assistir ao pôr do sol na Ponta do Mutá, aposte no Macunaíma Lounge Bar, na Sol do Mutá e no Obar. Entre o Rio Carapitangui e o mar, o Bar da Rô é outro ponto privilegiadíssimo para o fim de tarde. 

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Em Algodões, muitos lugares são abastecidos pelas feirinhas orgânicas do Coletivo Massala, que também funciona como empório e restaurante vegano, e do Sítio do Outeiro, que cultiva açaí e outros vegetais. O descolado Tikal Praia Bar é separado da areia por um gramado – ali dá para provar um mojito acompanhado de ceviche de peixe com pedaços de caju fresco.

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No Obaê, DJs e música ao vivo animam a tarde, regada a porções de pastel e pititinga (um tipo de peixe pequeno) frita. O bar-restaurante da pousada Casa del Mar é aberto ao público e, além da moqueca e de pratos veganos, serve uma paella, típica da terra natal dos donos, espanhóis. 

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