Amsterdã

Por Adrian Medeiros Atualizado em 27 mar 2020, 12h26 - Publicado em 17 set 2011, 16h49

Amsterdã é prática, moderna e vanguardista. E essas qualidades de certa forma resumem as características de toda a Holanda, um país de território minúsculo que foi uma grande potência mercantil nos séculos 17 e 18 e hoje tem algumas das maiores multionacionais do mundo. A tolerância em questões como religião, drogas, sexo e liberdades individuais e o clima de festa que parece permanente na capital atrai o viajantes do mundo inteiro – especialmente jovens. A vibração cultural não deixa por menos, com dezenas de museus, entre eles o imperdível Rijksmuseum, que guarda obras de Jan Steen, Rembrandt e Frans Hals. Passear de bicicleta por essa cidade plana e repleta de ciclovias é o melhor jeito de conhecer belezas arquitetônicas que vão do estilo gótico da Oude Kerk (Igreja Velha) às linhas modernas do Museu Van Gogh, em cujo acervo estão as principais telas produzidas pelas furiosas pinceladas do pintor. O obscuro período da II Guerra Mundial está representado na Casa de Anne Frank, local no qual a jovem escreveu o famoso diário com os relatos das angústias de viver escondida durante a ocupação nazista. De volta ao presente, faça tours de barco pelos canais e admire a proeza da engenharia que protegeu a cidade da água do mar com a construção de diques, E, se for durante a primavera, não deixe de programar visitas ao campos de tulipas nos arredores dessa cidade magnífica.

COMO CHEGAR

Do Brasil há voos diretos para a Europa a partir de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Recife, com a KLM indo diretamente até Amsterdã. O desembarque é feito no aeroporto de Schiphol, distante 20 quilômetros do Centro. Um dos mais movimentados terminais aeroviários do mundo, ele possui uma alta capilaridade de conexões não só com destinos europeus, mas também para outros países na África e Oriente Médio. De Schiphol até o Centro basta pegar um trem (www.ns.nl, €3.70, 20 minutos) no subsolo, até a Centraal Station. Táxis estão disponíveis na saída dos terminais e a viagem sai por cerca de € 50.

Amsterdã é muito bem conectada com o restante da Europa através de seu sistema ferroviário. A companhia nacional NS tem serviços muito convenientes para chegar à Bélgica, oeste da Alemanha e interior da Holanda, e até para destinos mais distantes como Paris, Suíça e Londres.

De carro, a cidade é facilmente acessível pelas ótimas rodovias A1 (em direção à Alemanha), A2 (Utrecht), A4 (Roterdã) e A7(Frísia). A regras de trânsito são similares às do Brasil e em Schiphol há várias locadoras de autos, com várias filiais pelo país. Dois “poréns”: as três primeiras estradas mencionadas anteriormente ficam totalmente congestionadas na hora do rush e cidades grandes, como Amsterdã, não são muito amigáveis para com os motoristas desacostumados, que deverão driblar pedestres, ciclista e bondes.

COMO CIRCULAR

Amsterdã é uma cidade razoavelmente compacta. Boa parte dos passeios pode ser feita a pé ou de bicicleta. Para distâncias maiores, utilize os bondes (é possível pagar o trajeto direto com o condutor, mas bilheres adquiridos em tacabarias e bancas vêm com descontos; o mesmo vale para os ônibus). As rotas de ambos podem ser checados em mapas distribuídos nas estações de trens e em algumas paradas.

Para chegar às demais cidades da Holanda e de vizinhos como Bélgica e Alemanha, a melhor forma de se conectar é via trem. Cheque os itinerários e horários no site da NS.

ONDE FICAR

Amsterdã não tem pouca oferta de bons quartos de hotéis. Um dos lugares mais práticos para se ficar na cidade é dentro do anel de canais, mais perto da estação central, dos bancos, restaurantes e principais atrações. Alguns estabelecimentos em Jordaan ou ao longo dos canais Singel e Keizer podem ser um pouco barulhentos, outros não têm elevadores (e as escadas podem ser bem estreitas) e outros ainda mais não têm serviço 24 horas. E tente evitar a área do Red Light District. Apesar de haver alguns hotéis e pousadas razoáveis por aqui, a área não é muito segura à noite. Mesmo assim há nesta área tanto pequenos hotéis, bons e baratos — alguns muito bem decorados, como clássicos locais como o elegante Hotel de l’Europe, o Seven Bridges e o Grand Krasnapolsky, no movimentado coração de Amsterdã, a Praça Dam.

Um pouco fora do Centro estão outras bons opções pertencentes a grandes redes. Próximo ao centro de convenções RAI e ao parque Amsterlpark estão hotéis Novotel, Holiday Inn, Mercure Amstel e o elegante Okura Amsterdam. Destes lugares para o centro basta pegar um bondinho.

ONDE COMER

A cozinha holandesa não se destaca por nada neste mundo. Há um bom cozido aqui, outro bom assado lá, as batatas fritas são divinas, os bolos muito bons, o chocolate nem se fale. Mas a verdade é que a gastronomia local é um tanto sem graça. Não há queijos gouda e edam de alta qualidade que sustentem um restaurante. Mesmo assim o cenário gastronòmico em Amsterdã não é tão ruim assim. Há ótimos restaurantes indonésios na cidade — fruto da colonização holandesa naquele país. Neles, experimente o rijstaffle, a mesa de arroz, uma espécie de menu-degustação do que há de melhor na Indonésia. Por aqui você também encontrará com certa facilidade casas de comida tailandesa (ótimos pad thais), vietnamitas (a pedida são os goi cuon), indianos e marroquinos.

Ao longo da Damrak você encontrará uma série de restaurantes bem turísticos, alguns bem ruins. Melhor sorte você terá em casas nos canais do entorno ou na praça Leidseplein, onde estão cafés bem tranquilos, bares bem agitados e alguns endereços especializados até mesmo em cozinha brasileira e argentina.

Na hora de fazer uma boquinha, há muitas barraquinhas de ruas que oferecem um bolachão recheado de caramelo, o stroopwaffle, e o broodje, o onipresente sanduíche que pode vir recheado de salmão defumado, rosbife e, claro, os maravilhosos queijos da terra.

À noite, desbrave os bares da cidade e sirva-se de ótimas cervejas. As marcas comerciais locais são bem conhecidas: Amstel, Heineken e Grolsch, mas procure também por rótulos belgas como Hooegaarden, Palm e Duvel.

Informações ao viajante

Línguas: Holandês

Saúde: Para entrar no país, nenhuma vacina é obrigatória.

Melhor época para visitar: Em março e abril, a Holanda ganha como atração extra as cores das tulipas – é época da floração – e o frio mais intenso já está indo embora. Como em praticamente toda a Europa, as estações são bem definidas. No verão, de julho a setembro, as temperaturas médias ficam em torno de 20ºC. Em julho e agosto tudo fica mais agitado e cheio em Amsterdã, em razão das férias na Europa.

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