Porto Alegre para leitores: um roteiro de Natalia Borges Polesso
Premiada autora indica pontos para ver, ler e respirar literatura na capital gaúcha
De Érico Veríssimo a Caio Fernando Abreu, de Moacyr Scliar a Fabrício Carpinejar – quando se trata da vida literária, Porto Alegre é notória tanto pelos escritores consagrados quanto pelas novas gerações que sustentam e renovam a cultura das letras. A última década tem mostrado também nomes da nova geração, como Daniel Galera, Carol Bensimon e Michel Laub — escritores que cruzaram a fronteira do Estado e do país e são, em alguns casos, presença em importantes premiações nacionais. Entre os representantes da literatura produzida no Rio Grande do Sul está Natalia Borges Polesso, escritora e doutora em Literatura, que abocanhou o Prêmio Jabuti em 2016 com o livro de contos Amora.
Convidamos a autora para apontar lugares em Porto Alegre onde se respira literatura, das maneiras mais diretas até as mais sutis. Em suas dicas, ela nos traz outro convite: o de entrar nesse campo entre a realidade e a ficção que a literatura traz, fazendo com que os lugares, as pessoas, as memórias ganhem novas cores e significados. Leve seu livro preferido, prepare-se para tirar fotos e não esqueça um app para anotações. Pode ser que, enquanto você se reconecta com Porto Alegre, surja uma nova história.
Aldeia / Livraria Baleia
“Há uma Aldeia na rua Santana, 252, no bairro Farroupilha, e, dentro dela, há uma Baleia. Dentro da Baleia tem literatura escrita por mulheres, literatura questionadora das concepções de gênero e sexualidade, também tem outras vozes ficcionais, reais, que ecoam no imenso universo que constitui o interior da Baleia, dentro da Aldeia. A Aldeia oferece cursos, oficinas, bate-papos, lançamentos, bons e maus conselhos artístico-literários, vale a pena conhecer.”
Rua Vasco da Gama
“Na Vasco da Gama, no bairro do Bom Fim, se concentra ainda a aura e alma da Palavraria, local importantíssimo para a memória da literatura da cidade, onde muitos escritores se encontraram, fofocaram, brigaram, onde nasceram ideias para livros e filmes, entre outras coisas. Um tempo de boemia que deve ser reinventado, renarrado, retomado e alastrado pelas ruas do Bom Fim.”
Viaduto Otávio Rocha ou Viaduto da Borges
“Lugar singular e multifacetado. Concentra tudo: riqueza, pobreza, charme, decadência, hipsters, hippies, andarilhas, estrangeiros, cervejeiras, poetas, ficcionistas, críticos literários, performers, duas vistas de Porto Alegre, a baixa e a elevada. Ali se concentram bares, restaurantes, sebos, tutti, tudo, as quatro estações, o pensar a vida e a morte. Ali se inscrevem histórias.”
O Guaíba
“Referente indefinível, um elemento complexo da cidade. Citado em muitos livros de ficção, é pela presença do Rio Guaíba e suas águas multicores que a paisagem exerce seu fascínio sobre os habitantes. O Guaíba traz visões, críticas, transbordamentos, ele traz dimensões importantes do humano e do urbano. Um elemento literário fundamental para Porto Alegre, que, fique o aviso, invadiu a água. Isso mesmo.”
O Delfos
“No sétimo andar da biblioteca da PUCRS, no bairro Partenon, há um oráculo! Lá, no Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural —, você encontra preciosidades das Letras (e de outras áreas também)! Manuscritos, datiloscritos, originais de livros, cadernetas de anotações, fotografias e até objetos pessoais de grandes escritores e escritoras que já passaram por esta cidade. Destaque para a coleção de fitas cassete de Caio Fernando Abreu.”
Aproveite essa oportunidade de passear pela Porto Alegre literária de Natalia Borges Polesso e, depois, compartilhe esses momentos com as hashtags #literaturapoa #hellocidades. O #hellocidades é a plataforma de Motorola que incentiva a reconexão pessoal através das cidades com o uso consciente da tecnologia. Para saber mais, acesse o hub hellomoto.com.br.