Museu do Seringal conta história do Ciclo da Borracha em Manaus
Com cenário que reproduz estabelecimentos do início do século 20, a atração amazonense visa demonstrar os modos de vida da sociedade seringueira na época

Logo ao lado de Manaus, na margem esquerda do Rio Negro, mais exatamente em um afluente do Igarapé Tarumã-Mirim, fica o Museu do Seringal Vila Paraíso. Lá, os visitantes podem voltar ao Ciclo da Borracha do Brasil, entre o fim do século 19 e começo do século 20. Através das cabanas de palha, lamparinas e utensílios replicados daquela época, o visitante tem a chance de conhecer a rotina dos seringueiros.
Os seringueiros trabalhavam extraindo o látex das árvores e normalmente eram compelidos à labuta por um sistema perverso, que na prática era um trabalho análogo à escravidão. Visitantes, com o auxílio de guias locais, podem conhecer como era essa rotina extenuante, desde a extração até preparação da borracha.
Curiosamente, o museu surgiu para a gravação do filme “A Selva” (2002), uma co-produção entre Brasil, Portugal e Espanha dirigida pelo português Leonel Vieira, e foi dado como contrapartida ao apoio do governo do Amazonas, servindo hoje como atração mantida pelo Estado. O local foi fechado temporariamente em 2024 após uma severa estiagem que atingiu Manaus, mas reabriu. Hoje, funciona todos os dias das 9h às 15h, com exceção das quartas-feiras, e em horário reduzido aos domingos, quando fecha às 13h.
Conhecendo a história dos seringueiros
A localidade alia natureza e história em um só lugar porque permite conhecer os modos de vida dos seringueiros e seringalistas. As visitas podem ser guiadas, durando uma hora ao custo de R$ 20.
No local, é possível aprender como era feita a extração do látex das seringueiras, conhecer como eram os alojamentos e as condições de trabalho, bem como o contraste desse cenário com a situação confortável em viviam os donos dos seringais.

Quem anda pelo local pode ver de perto os alojamentos, cabanas, o Barracão dos Seringueiros e o Casarão. Visitantes também aprendem sobre o Ciclo da Borracha como um todo, período que contribuiu para a ascensão econômica do Amazonas.
Há como se ver, um a um, os artigos manufaturados e industrializados que eram vendidos aos trabalhadores por meio dos barracões de aviamento – um dos pontos principais da formação da sociedade seringueira e principal meio de comércio. Era também a partir deles que os seringueiros eram induzidos ao consumo, contribuindo para situação de cativos.
Como chegar ao museu
O local de embarque fica a pouco mais de 12km do aeroporto, no fim da Estrada da Ponta Negra. De ônibus, é o último ponto da linha 120 da cidade.
De lá, lanchas saem da comunidade local Marina do Davi. São cerca de 25 minutos até o destino, e as lanchas vão parando em vários pontos de desembarque. O Museu fica no Igarapé São João, na costa do Rio Negro. Passageiros são avisados por rádio quando o barco vai passar novamente no ponto de retorno. A passagem de barco custa R$ 21 o trecho. No local não há lanchonete, apenas venda de artesanatos e água. Confira outras informações na página do governo do Amazonas.
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