Museu do Seringal conta história do Ciclo da Borracha em Manaus

Com cenário que reproduz estabelecimentos do início do século 20, a atração amazonense visa demonstrar os modos de vida da sociedade seringueira na época

Por Thiago Müller
12 abr 2025, 18h00
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Vista aérea do Museu do Seringal: acesso por barco (Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas/Divulgação)
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Logo ao lado de Manaus, na margem esquerda do Rio Negro, mais exatamente em um afluente do Igarapé Tarumã-Mirim, fica o Museu do Seringal Vila Paraíso. Lá, os visitantes podem voltar ao Ciclo da Borracha do Brasil, entre o fim do século 19 e começo do século 20. Através das cabanas de palha, lamparinas e utensílios replicados daquela época, o visitante tem a chance de conhecer a rotina dos seringueiros.

Os seringueiros trabalhavam extraindo o látex das árvores e normalmente eram compelidos à labuta por um sistema perverso, que na prática era um trabalho análogo à escravidão. Visitantes, com o auxílio de guias locais, podem conhecer como era essa rotina extenuante, desde a extração até preparação da borracha.

Curiosamente, o museu surgiu para a gravação do filme “A Selva” (2002), uma co-produção entre Brasil, Portugal e Espanha dirigida pelo português Leonel Vieira, e foi dado como contrapartida ao apoio do governo do Amazonas, servindo hoje como atração mantida pelo Estado. O local foi fechado temporariamente em 2024 após uma severa estiagem que atingiu Manaus, mas reabriu. Hoje, funciona todos os dias das 9h às 15h, com exceção das quartas-feiras, e em horário reduzido aos domingos, quando fecha às 13h.

Conhecendo a história dos seringueiros

A localidade alia natureza e história em um só lugar porque permite conhecer os modos de vida dos seringueiros e seringalistas. As visitas podem ser guiadas, durando uma hora ao custo de R$ 20.

No local, é possível aprender como era feita a extração do látex das seringueiras, conhecer como eram os alojamentos e as condições de trabalho, bem como o contraste desse cenário com a situação confortável em viviam os donos dos seringais.

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Museu recria condições de vida dos seringueiros (Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas/Divulgação)

Quem anda pelo local pode ver de perto os alojamentos, cabanas, o Barracão dos Seringueiros e o Casarão. Visitantes também aprendem sobre o Ciclo da Borracha como um todo, período que contribuiu para a ascensão econômica do Amazonas.

Há como se ver, um a um, os artigos manufaturados e industrializados que eram vendidos aos trabalhadores por meio dos barracões de aviamento – um dos pontos principais da formação da sociedade seringueira e principal meio de comércio. Era também a partir deles que os seringueiros eram induzidos ao consumo, contribuindo para situação de cativos.

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Como chegar ao museu

O local de embarque fica a pouco mais de 12km do aeroporto, no fim da Estrada da Ponta Negra. De ônibus, é o último ponto da linha 120 da cidade.

De lá, lanchas saem da comunidade local Marina do Davi. São cerca de 25 minutos até o destino, e as lanchas vão parando em vários pontos de desembarque. O Museu fica no Igarapé São João, na costa do Rio Negro. Passageiros são avisados por rádio quando o barco vai passar novamente no ponto de retorno. A passagem de barco custa R$ 21  o trecho. No local não há lanchonete, apenas venda de artesanatos e água. Confira outras informações na página do governo do Amazonas.

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