Mina do Chico Rei: passeio às profundezas de Ouro Preto

Mina de ouro faz parte do roteiro histórico da cidade colonial. Veja como visitar

Por Clarice Sena
Atualizado em 7 abr 2025, 15h00 - Publicado em 7 abr 2025, 10h00
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Visita às galerias subterrâneas é experiência claustrofóbica que remete à precariedade da mineração (Secretaria de Turismo de Ouro Preto/Divulgação)
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Um dos destinos turísticos mais apreciados de Minas Gerais é a cidade de Ouro Preto, conhecida pela diversidade de suas igrejas barrocas e outras heranças do período colonial. O patrimônio histórico pujante da cidade se deve, em grande parte, às riquezas extraídas da mineração durante o século 18. Por isso, a visitação às minas da cidade é parte importante do roteiro turístico por lá.

A Mina do Chico Rei é uma delas e talvez seja a que tenha a história mais curiosa. A história oral, passada de geração em geração, conta a lenda de que o local era propriedade de Chico Rei, um escravizado que comprou a própria alforria e tornou-se rico, a ponto de adquirir a propriedade e ter sido o único negro dos tempos coloniais a possuir uma mina de ouro.

Bem conservada e aberta para visitação, a estrutura subterrânea possui uma área total de aproximadamente 8 km² e 175 galerias divididas em três níveis de profundidade.

Lenda do Chico Rei é legado histórico e cultural de Ouro Preto

Embora seja tratada como lenda pela falta de documentação, a história de Chico Rei é objeto de pesquisas acadêmicas e, principalmente, um elemento importante da cultura popular de Ouro Preto. Conta-se que no início do século 18, o rei Galanga do Congo foi aprisionado com sua família e trazido sequestrado ao Brasil em um navio negreiro.

Já em terras brasileiras, Galanga foi batizado como Francisco e vendido num lote de escravizados que chegou a Ouro Preto, local em que passaram a trabalhar nas minas de ouro. Uma das lendas de sua história diz que ele e outros escravizados escondiam migalhas e ouro em pó nos cabelos. Graças a este esforço determinado, Chico Rei acumulou o suficiente para comprar a própria alforria e a de outros negros escravizados.

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Historiadores revelam que existem citações à influência de Chico Rei na criação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e de Santa Efigênia, além da construção das igrejas de Santa Efigênia e de Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz, no Centro Histórico de Ouro Preto.

Visitação à Mina do Chico Rei

A visitação às minas de Ouro Preto é impactante e remete a um dos piores lugares para se trabalhar na história do Brasil. Vale lembrar que as estruturas são escuras e apertadas, não indicadas para claustrofóbicos. O Mapa Turístico de Ouro Preto aponta 8 minas de ouro abertas para visitação, incluindo a Mina Chico Rei, que serve como um ponto de partida se você quiser visitar todas.

 

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As minas estão concentradas na região leste da cidade. Bem próximas da Chico Rei ficam a Mina do Palácio Velho e a Mina do Bijoca. Logo mais se encontram a Mina 13 de Maio e a Mina do Jejê, enquanto as mais afastadas são a Mina Santa Rita e a Mina Felipe dos Santos.

A Mina do Chico Rei, por sua vez, está situada nos fundos de uma propriedade particular e oferece dois tipos de visita: o passeio básico, com duração de 25 minutos, e o passeio radical, com duração de 2 a 4 horas. Este abrange mais galerias e tem explicações mais aprofundadas, embora o passeio simples também tenha guia e conte a história do processo de escavação. Confira outras informações no Instagram oficial.

A visitação está disponível todos os dias, das 8h às 17h. A entrada custa R$ 70 e o passeio radical R$ 300.

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Veja um guia completo de Ouro Preto

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