Festival Folclórico de Parintins: história, ingressos e mais
Com alegorias monumentais, torcidas fanáticas e fantasias luxuosas, a festa acontecerá entre os dias 30 de junho e 2 de julho
Às margens do Rio Amazonas, a pequena ilha de Parintins entra em polvorosa ao final do mês de junho, anualmente, desde 1964. O motivo? O Festival Folclórico de Parintins. Para a felicidade dos moradores e visitantes, o evento estará de volta entre os dias 30 de junho e 2 de julho de 2023. Com direito a alegorias, torcidas fanáticas e fantasias extravagantes, as festividades de Parintins estão para o Amazonas como o Carnaval está para o Rio de Janeiro.
Tudo gira em torno da rivalidade histórica entre o Boi Caprichoso, representado pela cor azul, e o Garantido, simbolizado pelo vermelho. Durante os três dias de festival, os bumbás devem competir entre si, por meio de encenações que exaltam a cultura indígena, cabocla e ribeirinha. Embalados pelas toadas e pelas canções regionais, os brincantes, como são chamados os foliões que se apresentam na arena, exaltam os mitos, crenças, lendas, ritos e história da região. Tudo isso acontece no Centro Cultural de Parintins – o Bumbódromo, espaço com capacidade para 35 mil pessoas, construído no formato da cabeça de um boi.
Os torcedores fervorosos, que ficam separados em cada lado da arena, são parte crucial da competição porque a animação é levada em conta na hora de definir o vencedor. Os visitantes que não pertencem nem a um lado nem ao outro não podem marcar bobeira: nada de entrar de azul no meio da torcida do Garantido ou de vermelho no Caprichoso (ou, como se diz por lá, no “boi contrário). Ou você escolhe um dos bois ou veste uma cor neutra, mas saiba que é bem difícil manter a impessoalidade quando as apresentações começam. Em suma, quando um boi estiver na arena, é terminantemente proibido qualquer manifestação da torcida contrária e há uma patrulha de fiscais que circulam e proíbem os “infratores” de dançarem.
Como chegar a Parintins
De avião – A opção mais rápida é pegar o voo de cerca de uma hora de Manaus ao Aeroporto Júlio Belém, em Parintins. Porém, as passagens encarecem bastante nessa época do ano e se esgotam rapidamente. Para atender a demanda, será operada uma rota especial de Manaus a Parintins entre 29 de junho e 4 de julho com aeronaves da Azul e da Voepass.
De barco – Também é possível ir de Manaus a Parintins em viagens de barco, que duram de 14 a 18 horas pelo Rio Amazonas. De Santarém, o trajeto é um pouco mais rápido, de 11 horas.
De lancha – Do porto de Manaus também saem lanchas rápidas que vencem a distância até Parintins em 8 a 10 horas.
Onde ficar em Parintins
Como não há cidades próximas com infraestrutura para receber visitantes, o jeito é se hospedar em Parintins mesmo, mas as opções são escassas. O hotel mais estruturado é o Amazon River Resort. Os demais são pousadas muito simples (veja algumas opções aqui). Para resolver o problema da hospedagem, alguns moradores acabam alugando quartos de suas próprias casas para os visitantes. Outra solução são os pacotes fluviais, onde os barcos não só levam de Manaus a Parintins como também servem para pernoitar, seja em quartos privativos ou em redes. Há ainda quem recorra a pacotes aéreos de bate e volta, com retorno de madrugada, logo após a apresentação dos bumbás.
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Ingressos para o Festival de Parintins
Os ingressos para o Festival Folclórico se esgotaram em questão de minutos em janeiro logo após terem sido colocados à venda. Porém, ainda existe a possibilidade de conseguir um lugar entre as torcidas de cada boi. A entrada é gratuita, mas como existe um limite de pessoas na torcida, é preciso esperar em uma fila que começa a se formar de madrugada e ficar por lá até o início dos espetáculos, que começam às 20h. Nesse caso, é preciso estar vestido com a cor do boi correspondente, torcer e participar das coreografias. Quando a vez for do adversário, é preciso manter-se em silêncio para que o seu boi não perca pontos. Saiba mais no site
História do Festival de Parintins
A tradição nasceu há quase um século atrás, de uma brincadeira em que dois grupos representavam o conto folclórico do Boi-Bumbá em uma versão adaptado para a realidade amazônica, mesclada com lendas dos povos indígenas. O primeiro boi a surgir foi o Garantido, conhecido também como “Boi do Povão”, em 1913. Já o Galante apareceu pela primeira vez em 1922 e foi renomeado de Caprichoso em 1925, sempre como o representante das elites de Parintins. O primeiro festival oficial, porém, só foi acontecer mesmo em 1965. De lá para cá, ele evoluiu de uma festa informal no centro da cidade para um espetáculo grandioso que já atraiu mais de 100 mil pessoas para o Bumbódromo. A população da cidade, de 115 mil habitantes, chega a dobrar durante o evento. O livro Boi-Bumbá: Evolução, do escritor amazonense Allan Rodrigues, traz mais detalhes sobre essa história. Outra forma de mergulhar na cultura do Garantido e do Caprichoso é pelas canções oficiais de cada um, que você pode escutar nas playlists a seguir:
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