Conservatória (RJ): “Capital da Seresta” tem mais do que música para os viajantes
Famoso pela tradição de cantorias, distrito de Valença, no interior do Rio de Janeiro, conta com rica história e lindas paisagens
A fama de Conservatória vem da música. Não se sabe bem como a história começou, mas o fato é que esse distrito no interior de Valença – município fluminense a 160 km do Rio de Janeiro e na divisa com Minas Gerais – hoje é mais conhecido como a Capital da Seresta.
Se foi com um imigrante alemão que desembestou a tocar violão pelas noites de Conservatória ou músicos que ainda no tempo do Império acompanhavam expedições da nobreza e faziam serenatas para as beldades locais (as duas versões mais difundidas), certo é que as cantorias se tornaram tão tradicionais que são uma atração à parte para quem visita o distrito. Tem até data própria para a celebração, no dia 30 de maio, quando a localidade comemora o Dia dos Seresteiros.
Mas, se a música já fazia a fama de Conservatória há mais de século, em anos recentes o lugarejo também tem atraído viajantes pelo ecoturismo. Com trilhas, cachoeiras e muita história para contar, essa escapada para o interior do Rio de Janeiro oferece uma opção diferenciada para curtir um pedaço do Brasil em que a natureza e a cultura andam em sinfonia – seja ao som das serestas, nome dado à cantoria em ambientes fechados, ou das serenatas, quando a música é tocada sob as estrelas.
Conservatória além da música
A primeira atração de Conservatória aparece logo na sua entrada, da época em que o povoado ainda se chamava Santo Antônio do Rio Bonito. É que para chegar ao distrito os visitantes precisam passar pelo Túnel que Chora, uma entrada inaugurada em 1883 com a presença da Família Imperial. O apelido poético se deve a uma fonte que faz a água verter pelas rochas do interior da passagem de quase 100 metros, cujo nome oficial é Túnel Maria Komaid Nossar.
Obras da segunda metade do século 19 – erguidas com mão de obra escravizada – são marcantes no povoado, que teve seu primeiro boom econômico durante o ciclo do café. São dessa época outras atrações históricas como igrejas, o antigo casarão onde funciona a Casa de Cultura e a Ponte dos Arcos. A ponte, aliás, também foi dedicada originalmente à mesma ferrovia que exigiu a abertura do túnel, e a importância dos trens é tamanha que até mesmo uma antiga locomotiva é destaque no distrito – roupas de época podem ser alugadas para ensaios fotográficos.
Também imperdível é o Museu Vicente Celestino e Gilda de Abreu, outra atração dedicada à história da música brasileira, um programa inevitável quando se vai para Conservatória.
Já fora da área mais “urbana”, opções para curtir a natureza local incluem pontos como a Cachoeira da Índia, queda d’água a pouco mais de 1 km do centro e a Serra da Beleza, já no distrito vizinho de Santa Isabel do Rio Preto, onde há um famoso mirante que permite vislumbrar um panorama de toda a região.
Uma boa opção para se integrar ainda mais ao passado e ao verde de Conservatória é a Pousada Fazenda Florença, situada em uma histórica propriedade rural da época do Império – que conserva prédios e mobiliários originais e já foi cenário de diferentes novelas como Escrava Isaura e Dona Beija.
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Como chegar
Conservatória fica a cerca de 160 km do Rio de Janeiro e a pouco mais de 30 km do centro de Valença. Há opções de ônibus que levam ao distrito – a rodoviária, por sinal, funciona no mesmo prédio da histórica estação de trem tão determinante para a urbanização local.
De carro, partindo da capital do estado, deve-se pegar a Rodovia Presidente Dutra até Piraí. De lá, siga pela RJ-145 até Barra do Piraí e, na sequência, a RJ-137 até Conservatória. Vale planejar a viagem com antecedência consultando online as condições de tráfego, pois o melhor trajeto pode variar de acordo com o momento e as circunstâncias da estrada.
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