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Como é saltar de paraquedas em Boituva, interior de São Paulo

Veja como foi o salto da nossa brava repórter na capital nacional do paraquedismo

Por Malu Jansen
Atualizado em 21 ago 2024, 14h43 - Publicado em 21 ago 2024, 10h00
Boituva, São Paulo, Brasil
 (Rouwert/Pixabay)
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Saltar de paraquedas era um dos primeiros itens na minha bucket list e não havia lugar melhor para fazer isso do que Boituva: a cidade a apenas 115km de São Paulo é nada menos que a capital nacional do paraquedismo. 

Depois de pesquisar os preços, fechei a atividade com a Wow Paraquedismo, um dos 14 centros que disponibilizam o salto em Boituva. Comecei entrando em contato com a empresa, que foi indicada pelo anfitrião do Airbnb que eu havia reservado na cidade. Queria tirar algumas dúvidas uma vez vez que, além do desejo, eu não sabia nada sobre o que seria pular de aviões a 12 mil pés.

Não adianta ir na loucura do momento: é muito raro chegar na hora e encontrar vagas disponíveis para saltar. A recomendação é reservar com alguma antecedência – no meu caso, foram dois meses. O salto custou R$ 599 e na reserva é preciso pagar R$ 70, o restante é pago no dia. 

Para os iniciantes, a opção é o salto duplo, em que um instrutor profissional vai  “acoplado” a você. Ele é o responsável por toda a operação, como engatar o equipamento de segurança, saltar do avião e abrir o paraquedas. Dessa forma, não é preciso se preocupar com nada – só manter a convicção o tempo todo e estar atenta às orientações de segurança. 

No salto duplo, são três opções de pacote: apenas o salto, o salto com fotos e vídeos feitos pelo instrutor, e o salto com fotos e vídeos feitos por um cinegrafista externo, que saltará junto com você. 

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Só é possível saltar sozinho após fazer o Curso AFF (Accelerated FreeFall), que ensina noções básicas sobre a queda livre e sobre o salto de paraquedas. Há uma etapa teórica e uma etapa prática, que inclui sete saltos junto a profissionais. A Wow e outras empresas de paraquedismo de Boituva oferecem o curso. 

Como é o salto de paraquedas

Por sorte, no dia do meu salto não havia uma nuvem no céu. Cheguei com uma hora de antecedência, conforme a Wow pedia, e logo fui apresentada à equipe.

Acabei vestindo um macacão azul padrão, mas há mil e uma opções diferentes, todas apropriados para o salto, que incluem até fantasias de animais e super-heróis. 

Na sequência conheci o Igor, instrutor que me conduziria nessa loucura. Primeiro, ele me passou todas as orientações de segurança, explicou todas as partes do salto e qual era a postura que eu deveria me manter durante a queda livre. O mais importante era não inclinar o pescoço pra frente e manter as pernas dobradas pra trás.

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Logo, chegou o pequeno caminhão que leva da sede da empresa – que fica na extremidade do Centro de Paraquedismo – até o pequeno aeroporto. Uma curiosidade é que esse é o único aeroporto do Brasil que tem como propósito a prática de paraquedismo. O caminhão vai parando de empresa em empresa, buscando os paraquedistas que iriam junto conosco na mesma aeronave. 

A espera no aeroporto foi bem rápida, em um pequeno espaço que faz as vezes de uma mini-sala de embarque. Engoli em seco enquanto lia a propaganda de seguros de vida, posicionada logo ao lado da porta que leva até a pista. Até que, ufa, nos chamaram. 

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A ficha ainda não tinha caído. O Igor me ajudou a subir no avião e o nervosismo só bateu de verdade quando a aeronave saiu do chão – e como balança o bendito avião! Para afugentar o frio na barriga, aproveitei para conversar com o instrutor. Descobri que ele nasceu e cresceu em São Paulo, mas depois de saltar de paraquedas, se apaixonou e se mudou para Boituva – não só para seguir com a profissão, mas para ter uma vida mais tranquila. Essa é uma história bem comum entre as pessoas com quem conversei quando estive na cidade. 

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Quando o avião estabilizou sua altura, em torno dos 12 mil pés, o Igor me relembrou das principais orientações de segurança, que tinha me passado quando estávamos lá embaixo. 

Logo, os atletas e paraquedistas solo começaram a se jogar do avião. Os que saltam em dupla vão por último, e logo Igor nos empurrou em direção à porta. Nunca vivi nada parecido com a sensação de me inclinar para baixo e encarar o céu imenso abaixo de mim – nem era possível ver o chão de onde eu estava. 

Pensei que teria contagem regressiva ou um aviso amigável, mas quando vi Igor já tinha nos jogado no vazio. O vento corta o rosto e os ouvidos trancam na hora, mas você só repara nisso depois, quando o paraquedas abre em um tranco. 

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O que eu não esperava era a sensação de relaxamento total durante a descida com o paraquedas já aberto. A descarga de adrenalina já estava abaixando e Igor ia me mostrando diferentes bairros e regiões de Boituva e das cidades vizinhas. A paisagem é linda, já que a região é plana e há muitos campos abertos – inclusive, o campo onde fica o centro de paraquedismo e onde os paraquedistas fazem o pouso. 

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Do salto do avião até o momento em que os pés voltam a tocar a terra firme, são cerca de dez minutos no ar. Se pudesse resumir a sensação, diria que é quase como uma montanha-russa, que antes de embarcar dá um certo medo, mas quando termina a vontade é repetir outra vez. 

Boituva, São Paulo, Brasil
A vista linda dos campos boituvenses (Cássio Dourado/Unsplash)

O meu salto estava marcado para às 11h e às 11h50 eu já estava de volta ao chão. Mas a empresa pede que os clientes se programem para passar até seis horas com a equipe. Esse aviso é para caso as condições climáticas atrapalharem a decolagem da aeronave. Como o dia estava lindo, não houve nenhum percalço. 

Já estava pensando em quando saltaria de novo enquanto Igor tirava o paraquedas das minhas costas. Logo me despedi e voltei para devolver o macacão e buscar minhas coisas.

A atmosfera estava muito agradável, com vários paraquedas coloridos no céu – se você saltar aos fins de semana, também verá balões – e bastante gente ouvindo música e aproveitando o dia ensolarado. Só de acompanhar do chão o passeio já vale a pena.

Boituva, São Paulo, Brasil
Poucos minutos antes, eu era um desses pontinhos coloridos (Malu Jansen/Arquivo pessoal)

Empresas que realizam o salto duplo

São 14 centros de paraquedismo que oferecem o salto duplo no Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva. Os preços e condições para os saltos variam de empresa para empresa, mas em geral ficam em torno de R$ 450 e R$ 600 por pessoa. O preço também pode variar em função do dia da semana, já que há mais demanda para os saltos aos fins de semana. Veja uma lista com todos os centros:

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Como chegar 

O Centro Nacional de Paraquedismo, em Boituva, fica a 115 km de São Paulo. O trajeto até lá leva em torno de duas horas por meio da Rodovia Castelo Branco. O aeroporto mais próximo é o de Viracopos, em Campinas. De lá, são 95 km até Boituva, trajeto que costuma ser feito em uma hora. 

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