Casa Museu Ema Klabin reúne 35 séculos de história da arte

Empresária e mecenas guardava em sua casa do Jardim Europa obras de Marc Chagall, Frans Post, Tarsila do Amaral, Mestre Valentim, Di Cavalcanti, entre outros

Por Da Redação
Atualizado em 27 jun 2025, 16h29 - Publicado em 27 jun 2025, 10h00
Jardim da Casa Museu Ema Klabin
Jardim da Casa Museu Ema Klabin (Nelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)
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Aberta ao público em 2007, a Casa Museu Ema Klabin, no Jardim Europa, em São Paulo, abriga um diversificado acervo de mais de 1600 obras, entre pinturas, mobiliário, livros raros, peças arqueológicas e de artes decorativas que pertenceram a sua moradora, a empresária Ema Klabin. O passeio é a oportunidade de conhecer a casa onde ela vivia e colecionava obras fantásticas e de inestimável valor. Por não ter tido herdeiros, foi um pedido de Ema que após a sua morte, que ocorreu em 1994, a casa fosse aberta ao público. Nos 18 anos da abertura, confira 18 curiosidades sobre o lugar:

1 – Layout original: Ao entrar na Casa Museu Ema Klabin, o visitante é transportado para o cenário que abrigava a vida da empresária, mecenas e colecionadora. Cada ambiente convida o público a um diálogo com a arte mundial, com obras de mestres como Marc Chagall, Frans Post, Tarsila do Amaral, Mestre Valentim, Di Cavalcanti, entre outros.

Lago com carpas na Casa Museu Ema Klabin
Lago com carpas em jardim projetado por Burle Marx (Nelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

2 – Palácio Alemão: Inspirada no Palácio de Sanssouci, em Potsdam, a residência foi idealizada pelo engenheiro-arquiteto Alfredo Ernesto Becker. Com cerca de 900 m², a construção, iniciada em 1950, levou uma década para ser construída e foi concluída em 1960, quando Ema se mudou definitivamente para o local. O espaço ganhou vida pelas mãos do decorador Lottieri Lotteringhi (Terri) Della StufaEle foi o responsável por conferir à casa uma decoração de elegância atemporal.

3 – Pietro Bardi: A coleção foi adquirida por Ema Klabin em galerias e antiquários do mundo inteiro. Uma das primeiras aquisições, em 1947, foi a tela Ariadne, de Jean-Baptiste Greuze (Séc. XVIII), por indicação do marchand italiano Pietro Maria Bardi – que, junto a Assis Chateaubriand, ajudou a criar o MASP e atuou como seu diretor por 45 anos.

Salão da Casa Museu Ema Klabin
Sala de estar da Casa Museu Ema Klabin (Nelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

4 – Caderno de jantares: Ema registrava todos os seus requintados jantares em um caderno, onde anotava desde as porcelanas e pratarias utilizadas, até o menu, toalhas, vinhos e arranjos de flores (tiradas do seu próprio jardim). Recebeu visitas ilustres como Assis Chateaubriand, Magda Tagliaferro, João Carlos Martins, José Mindlin, entre outros. Atualmente, a cada semestre, a mesa da casa museu ainda é posta reproduzindo um desses jantares.

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5 – Porcelanas: a coleção de porcelanas de Ema Klabin presente na decoração de todos os ambientes de sua casa já foi tema de exposição. O conjunto de porcelanas da Companhia das Índias é o maior destaque.

6 – Primeiras pinturas sobre o Brasil: Na coleção, há peças de grande valor histórico como Vista de Olinda (1650), de Frans Post, uma das primeiras pinturas feitas sobre o Brasil. O quadro fez parte de uma leva de presentes dados pelo conde Maurício de Nassau, que governou o Brasil holandês entre 1637 e 1644, ao rei francês Luís XIV.

7 – Maior falsificador da história: No quarto principal da casa museu, as enigmáticas páginas iluminadas da obra “Falsificador Espanhol” (1900) despertam a curiosidade. Forjadas por um artista misterioso, elas circulam em grandes museus com preços de obras autênticas, instigando reflexões sobre o tema. Curiosamente, dividem espaço com duas páginas genuínas de 1520, que registram a entrada da Rainha Claude em Paris, em 12 de maio de 1517. 

Casa Museu Ema Klabin
Hall da Casa Museu Ema Klabin (Nelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

8 – Mestre Valentim: Em 1957, Ema adquiriu um importante conjunto de talhas de Mestre Valentim, recuperadas da demolição da Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Rio de Janeiro. As peças foram adaptadas a diversos ambientes da casa, conferindo um toque histórico e singular à decoração.

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9 – Livros raros: A biblioteca, ambiente predileto de Ema, reúne sua coleção de livros raros, que inclui desde manuscritos até edições ilustradas do séc. XVIII, bem como um conjunto significativo de relatos de viajantes estrangeiros sobre o Brasil (Brasiliana). A biblioteca contou com a orientação inicial do bibliófilo José Mindlin. Logo na entrada, pequenas gravuras de Rembrandt e Albrecht Dürer (séc. XVI XVII) dão o tom do ambiente. 

10 – Jardim: Em formato sinuoso e com um deslumbrante lago com carpas, o jardim de Ema Klabin foi projetado por Roberto Burle Marx.  

11 – Orquídeas premiadas: Ema Klabin colecionava orquídeas e chegou a ter mais de 400 vasos em seu orquidário, com espécies trazidas de todo o mundo. Registrava todas as florações em seus cadernos e chegou a ter vasos premiados em exposições. Hoje, essas orquídeas ainda podem ser apreciadas.

Biblioteca da Casa Museu Ema Klabin
A elegante biblioteca e sua inestimável coleção de livros (Nelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

12 – Hospital Albert Einstein: Ema Klabin dedicou-se a inúmeras atividades filantrópicas e assistenciais, dentre as quais se destaca a doação do terreno para a construção do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

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13 – História da Arte: A coleção tem um caráter panorâmico e histórico, com muitas preciosidades. A peça mais antiga — uma taça chinesa em bronze do século XIV a.C. — convive com uma gravura de Renina Katz de 1987, compondo quase 3.400 anos de história e arte.

14 – MAM: Na década de 1970, sem ter herdeiros diretos e atenta ao destino de sua coleção, Ema consultou especialistas para identificar as instituições mais adequadas a resguardar seu legado artístico. Ela optou por transformar sua residência em um museu aberto ao público, democratizando o acesso à arte.

15 – Unindo Rio e SP pela arte: A irmã de Ema Klabin (1907-1994), a empresária e mecenas Eva Klabin (1903-1991), também converteu sua residência no Rio de Janeiro em casa museu. Em ambas as casas, as colecionadoras viveram por mais de 30 anos e suas importantes coleções estão em exposição permanente, unindo as cenas artísticas de duas metrópoles.

Sala de música da Casa Museu Ema Klabin
Sala de música da Casa Museu Ema Klabin (Nelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação)

16 – Uma mulher à frente de seu tempo: Ema Klabin atuou intensamente na vida cultural de São Paulo. Membro dos conselhos da Fundação Bienal de São Paulo, do MASP e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, além de colaboradora na criação do Museu Lasar Segall e da Fundação Magda Tagliaferro.

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17 – Exposições temporárias: A casa museu apresenta exposições temporárias que decorrem da Coleção Ema Klabin e oferecem diálogo e reflexão atentos às discussões contemporâneas da sociedade. Sua diversificada programação cultural também inclui ações educativas, palestras, cursos, oficinas, espetáculos e projetos de arte contemporânea. 

18 – A um click da arte: No site da casa museu, é possível baixar gratuitamente uma série de publicações produzidas ao longo desses 18 anos, ampliando ainda mais o acesso e a disseminação do seu legado cultural. Alguns exemplos são: A Coleção Ema Klabin (organizado pelo curador Paulo de Freitas Costa, 2017) e O Caderno de Receitas de Ema Klabin (com seleções de Janka Babenco, 2017), além de catálogos de exposições e todas as edições dos Cadernos da Casa Museu Ema Klabin, periódicos anuais em formato de livro digital com textos de pesquisadores convidados que expressam a diversidade da programação cultural da casa museu e dos temas desenvolvidos ao longo de cada ano.

Serviço:

Visita ao museu:

Aberto de quarta a domingo, das 11h às 17h, com permanência até às 18h (visita mediada quarta a sexta, às 11h, 14h, 15h e 16h. sáb, domingo e feriado, às 14h)

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R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) – gratuidade para crianças de até 7 anos, professores e estudantes da rede pública

Visita ao jardim: quarta a domingo, das 11h às 17h, entrada franca

Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo, SP

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