Campeche: o melhor da praia, da ilha e do bairro no sul de Florianópolis
Praia que já recebeu o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, reúne trilhas, sítios arqueológicos, mini-shoppings
Situada no sul de Florianópolis, a Praia do Campeche é uma das favoritas por quem busca areias mais selvagens, ainda que a orla urbana já esteja bastante desenvolvida. Na parte sul, faz divisa natural com a Praia do Morro das Pedras e, ao norte, com a Praia da Joaquina, amada pelos surfistas. A região, que fica em um dos bairros mais tradicionais de Floripa, se destaca por suas águas cristalinas e por vezes perigosas, largas faixas de areia clara e rica biodiversidade.
As atrações não se restringem ao pedaço insular. Com quilômetros de Mata Atlântica preservada, a Ilha do Campeche, que pode ser acessada de barco, reúne diversas trilhas guiadas e sítios arqueológicos.
As divisões do bairro
Chamado por alguns de “Caribe Catarinense”, o bairro é dividido em duas regiões. No trecho que vai da Avenida Pequeno Príncipe até a praia, estão os quiosques e restaurantes mais tradicionais, que oferecem várias opções de petiscos e drinks. Já o Novo Campeche abriga um trecho mais sossegado da praia e é onde estão os prédios mais modernos e o dinheiro novo do bairro, o que inclui alguns condomínios de alto padrão.
De qualquer modo, a praia é certamente o principal atrativo. Com uma larga faixa de areia e águas cristalinas, os seus 3,5 quilômetros de extensão são ideais para relaxar, caminhar ou praticar esportes. As suas ondas costumam ser intensas na maior parte do ano, o que é um grande atrativo para surfistas. No entanto, há épocas em que o mar se torna mais calmo. O importante é estar atento às bandeiras vermelhas afixadas na areia e de preferência entrar na água onde tenha salva-vidas. No Novo Campeche o acesso à areia é por túneis formados pela vegetação de restinga, um acesso quase tão surreal quanto belíssimo.
Um passeio imperdível para quem curte caminhadas é a Trilha do Morro do Lampião. O percurso, que possui cerca de 1,5 quilômetro, inicia na Rua Pau de Canela e leva diretamente à Pedra do Urubu, no ponto mais alto da praia. Com uma vista de tirar o fôlego, o local permite a contemplação de diversos pontos turísticos da região.
Vale aproveitar a ida à praia para conhecer a badalada região do Riozinho, um trecho muito utilizado para partidas de vôlei e futevôlei. Entre os meses de junho e setembro, outro atrativo são as baleias. A região do Campeche é um berçário natural para esses animais, que podem ser avistados a partir da faixa de areia.
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Embora o bairro seja ideal para quem quer relaxar com o pé na areia, há também diversos atrativos culturais e gastronômicos. Um deles é a Galeria NC. Situado na região do Novo Campeche, o complexo reúne diversas opções de restaurantes com música ao vivo. Já na SC-406, na rodovia que dá acesso ao Novo Campeche, o Multi Open Shopping é um centro comercial dos mais agradáveis, com cinema, livraria e bons restaurantes como o Botânico e a costelaria Ponta D’Agulha.
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A Ilha do Campeche
Tombada como Patrimônio Arqueológico e Paisagístico desde 2000, a Ilha do Campeche é certamente um dos hits do sul da Ilha. Rodeada por um mar cristalino e uma rica biodiversidade, a região conta dez sítios arqueológicos com inscrições rupestres datadas, pelo menos, de 3.500 a.C. A maioria deles podem ser visitados a partir das trilhas guiadas.
Ao todo, são oferecidos cinco opções de passeios na região. Todos eles são pagos. Com um nível de dificuldade médio, a Trilha do Letreiro oferece uma bela vista panorâmica da costa leste da ilha e passa pelo sítio arqueológico com o maior número de registros rupestres de Campeche.
Ideal para iniciantes, a Trilha da Pedra Fincada é considerada uma das mais leves. Depois de um trajeto de no máximo uma hora, os visitantes chegam ao ponto mais alto da ilha. Já a Trilha Pedra Preta Sul possui dificuldade média e leva à parte leste, passando por inscrições rupestres e mirantes.
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A Volta Norte, por outro lado, é uma das mais complicadas. Recomendada para quem já tem prática, ela passa pela Pedra Fincada, Pedra do Ímã, Pedra do Rosa e alguns sítios arqueológicos. O nível de dificuldade é parecido com o da Pedra da Vigia, que permite avistar toda a costa sudeste da Ilha de Santa Catarina.
Vale ressaltar que o único meio de acessar a ilha é de barco. Há três pontos de embarque: na Praia da Armação (maior frequência de barcos), na Barra da Lagoa (percurso mais longo) e na Praia do Campeche (menor frequência de barcos). Nas duas primeiras, respectivamente, o translado é feito de barco. Na última, o trajeto é realizado de bote inflável. Outro ponto de atenção é que a permanência na ilha é das 9h às 17h. Informe-se sobre a travessia com a Associação dos Barqueiros de Transporte da Praia do Campeche (ABTC) e com a Associação dos Pescadores Artesanais da Praia da Armação (APAAPS).
Quem costuma frequentar Campeche, certamente já reparou no nome da avenida principal: Pequeno Príncipe. Mas, por que ela foi batizada dessa forma? A resposta revela um encantador e quase desconhecido capítulo desse paraíso catarinense.
Na primeira metade do século 20, a região era um ponto de parada para o Aéro Postale, o correio francês, que tinha Florianópolis como parte da rota entre Paris e Buenos Aires. O piloto e autor do clássico literário O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry, era um dos funcionários dessa companhia de correspondências. Entre as décadas de 1920 e 1940, ele chefiava a sede da Aero Postale na Argentina.
Há registro de pelo menos três passagens do escritor pelo Campeche, que abrigava o Campo de Aviação, onde os pilotos desembarcavam para realizar entregas e abastecer as aeronaves. Suas visitas ao então sonolento vilarejo renderam à Saint-Exupéry o apelido de Zé Perri.
Hoje, a Avenida Pequeno Príncipe é a principal artéria do bairro. Nela, é possível encontrar uma grande variedade de estabelecimentos, incluindo restaurantes, bares, cafeterias, farmácias, lojas de roupas e outros serviços.
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