Alexandre Herchcovitch ganha exposição no Museu Judaico
Os 30 anos de carreira do estilista paulistano são retratados em mais de 40 looks ousados
Em 1993, a drag queen Márcia Pantera deixou uma plateia de queixo caído depois de desfilar vestida com um longo vestido branco, chifres na cabeça, um terço nas mãos e deixando um rastro de sangue no caminho. Era o desfile de formatura de Alexandre Herchcovitch, que criou todo o look e acaba de ganhar uma exposição no Museu Judaico, em São Paulo, para celebrar sua carreira.
Em cartaz até 8 de setembro, Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda exibe roupas, bolsas, chapéus e sapatos da grife que leva o nome do paulistano, uma referência da moda brasileira e internacional. O estilista é filho de imigrantes judeus e aprendeu a costurar com sua mãe, dona de uma confecção de lingeries na década de 1980.
O vestido que Herchcovitch fez para a mãe aos 14 anos faz parte da exposição, que conta com mais de 40 looks, dentre eles o macacão de poliamida criado para o DJ Johnny Luxo em 1993 – Alexandre despontou na noite de São Paulo como DJ de festas eletrônicas nos anos 1990.
Outro item icônico da trajetória do estilista é o primeiro esboço da caveira, identidade visual de sua marca, feita em 1986 antes mesmo de Alexandre iniciar o curso de moda na Faculdade Santa Marcelina.
O olhar queer que guia a produção de Alexandre Herchcovitch questiona padrões de gênero e orienta a criação de roupas ousadas com inspiração no universo sadomasoquista e dos fetiches sexuais.
Ao mesmo tempo, o estilista exprime sua identidade judaica, mas sempre em diálogo com outras perspectivas e identidades. Por isso, na mostra, a estética de mulheres judias e as roupas de judeus ortodoxos se misturam a macacões sadomasoquistas, sapatos de salto alto, roupas de látex, vestidos de seda, lingeries e biquínis.
A coleção de inverno de 2012 da grife foi inspirada nas vestes religiosas de judeus e cinco looks ganharam uma reedição para serem expostos na sinagoga do museu.
Além das roupas que pendem de cabides do teto, fotografias de família, desfiles e bastidores estão expostas como pano de fundo para 30 pequenos monitores com vídeos de desfiles das coleções.
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Serviço
Quando? Até 8 de setembro, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
Quanto? R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e grátis aos sábados. Ingressos no site.
Onde? Museu Judaico de São Paulo – Rua Martinho Prado, 128 – São Paulo, SP