Vou Estudar Fora Por Blog
Raquel Marçal ama viajar e aprender línguas e acha melhor ainda quando pode combinar os dois. Acredita que intercâmbio não tem idade e pretende continuar fazendo até os 80 anos
Quem estudou fora: um intercâmbio em Boonville, NY
A partir de hoje estreia a seção “Quem estudou fora”, um espaço para contar como está sendo a experiência dos estudantes brasileiros ao redor do mundo.
Cartaz de boas vindas que o estudante recebeu em sua chegada a Boonville
Essa semana eu conversei com o Gabriel Garrastazu, 17, que está na penúltima semana de seu “high school” (colegial) na pequena Boonville, no estado de Nova York, nos EUA. O plano de Gabriel não era ir para Boonville, uma cidade de 3 mil habitantes, assim como também não pretendia ficar um ano. Acontece que muitas vezes, quando se vai para um “high school”, não é possível escolher a cidade, apenas a região. Foi o que aconteceu com Gabriel. Mas a mudança radical, de São Paulo para a pequena cidade, foi tão legal que o estudante acabou estendendo o curso, que era de 6 meses, e ficou lá por 1 ano.
Gabriel adorou praticar snowboard. Essa foi a primeira vez.
Essa foi a primeira experiência dele no exterior:
“Confesso que no começo me deu um pouco de medo e frio na barriga. Primeira vez indo pra outro país, para ficar em uma família que eu não conhecia na época, só tive contato por Facebook. Ficar preso no aeroporto em New Jersey por 12h fez parte da minha primeira vinda aos EUA. Sem contar a viagem de 1:30h de carro para chegar até a cidade com a minha host family, foi bem estranho. Me sentia em algum filme americano. Tudo era novo pra mim e hoje é parte do meu dia-a-dia.”
Abóboras no Halloween são tradicionais na cultura dos EUA, essa foi uma das datas comemorativas que Gabriel vivenciou
O maior aprendizado:
“Com certeza aprender inglês fluente. Mas também, aprender e viver uma cultura diferente da sua. Amadurecer, saber controlar a saudades da família e dos amigos, e até da comida. Ver como as pessoas veem a sua cultura e o seu país. Teve gente me perguntando sobre o Brasil, às vezes fazendo umas perguntas meio esquisitas como “Por que você é tão branco?”. Mas, no fundo você vê que as pessoas querem mesmo conhecer você e os costumes do seu país. E é preciso estar aberto para conhecer a cultura deles, fazer o que eles fazem e tudo mais.”
Neve até a canela!
Gabriel manuseando a”snowblow”, máquina que tira a neve do caminho
Dois momentos inesquecíveis da viagem de Gabriel:
“O que marcou essa viagem com certeza foi ter visto a neve pela primeira vez na minha vida (depois de 4 meses na neve você enjoa, viu?). Poder esquiar e fazer snowboard foi muito legal. Você acha que está em frio em São Paulo? Se meu inverno aqui tivesse sido nas temperaturas de SP, teria sido ótimo. Mas peguei temperaturas chegando a sensação térmica de -43ºC. Não tem casaco e aquecedor que te mantenha quente.
Outro momento inesquecível foi quando minha família do Brasil veio pra cá passar o Natal com a minha host family. Depois fomos pra New York City (também pela primeira vez).”
O time da escola de Gabriel. Ele é o número 19
O que ele mais vai sentir falta?
“Vou sentir muita saudade das pessoas e dos laços que fiz com elas. E acho que pela primeira vez na minha vida vou sentir saudades da escola. Estudei em uma escola pública, com uma mega estrutura, melhor do que muitas escolas particulares no Brasil. Vou sentir saudades de jogar futebol e correr (atletismo) pela minha escola.”
E não é que rola mesmo o concurso de “rei e rainha do baile”. Como nos filmes! Gabriel recebeu o título de “conde”
Gabriel já está nos últimos dias de sua viagem e contou que está louco para voltar pra casa. O que ele mais quer é rever a família, comer arroz e feijão e curtir uma Festa Junina regada a paçoquinha!
Se você também quer compartilhar sua experiência como estudante no exterior, escreva para julia.monteiro@abril.com.br
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