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O que esperar (e não esperar) de Berlim

Por Ana Claudia Crispim
Atualizado em 27 fev 2017, 15h10 - Publicado em 4 fev 2016, 08h00

Berlim está na moda. Melhor, Berlim sempre esteve na moda!

David Bowie teve suas epifanias por lá – onde viveu entre 1976 e 1979 – e foi pensando em Berlim que ele cantou “Had to get the train / from Potsdamer Platz / you never knew that / that I could do that / just walking the dead” em Where are we now, de 2013.

Schonenberg, a casa de David Bowie.

Schonenberg, a casa de David Bowie.

Bem antes disso, no início do século 20, Berlim produziu Marlene Dietrich, uma mulher que achou bem pouco trocar de nome, ser atriz, se vestir de maneira pouco convencional pra época e dizer o que queria, pra quem quisesse ouvir, inclusive pro regime nazista.

+ Roteiro: 48 horas em Berlim

Pelas vizinhanças de Marlene Dietrich

Pelas vizinhanças de Marlene Dietrich

Beeeeem antes ainda, Albert Einstein fez da cidade sua casa por quase 20 anos. Enfim, a lista de nomes geniais é extensa!

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Mas, paira no ar a pergunta: o que esta cidade que não tem o charme de Paris, o rococó de Roma, as cores de Marrakesh nem a culinária de Barcelona faz pra atrair tanta atenção? Por que ela conquista cada vez mais brasileiros e turistas do mundo inteiro? O que esperar e não esperar de Berlim caso você esteja querendo amarrar seu burro por lá nas próximas férias já que a capital da Alemanha divide corações tanto para o bem e para o mal.

O que não esperar

Perfeição. Tentar comparar Berlim a alguma outra capital europeia é um tiro no pé! Berlim é única e está longe de ser perfeita, romântica e mais longe ainda de ter uma arquitetura de causar suspiros. Ela pode ser cinza e pesada, e às vezes pode ser feia – seus galpões e algumas estações de metrô não me deixam mentir. Berlim é feia, bonita, feliz e deprimente. Tá bom pra uma cidade que foi destruída, levantada, dividida e juntada, e está sendo reconstruída, aqui e agora, enquanto a gente visita suas ruas cheias de história empunhando nosso pau de selfie.

Canteiro de obras 365 dias por ano

Canteiro de obras 365 dias por ano

Cartões-postais manjados. O.K., tem o portão de Brandemburgo, palco de tantas manifestações assistidas até hoje na hora do plim-plim. Tem também a Fernsehturm, a torre de TV, onipresente nos bairros mais centrais. Mas, digamos, que a gente não consegue listar mais de cinco coisas conhecidas em Berlim, assim, rapidinho, sem estudar o assunto.

Nós amamos clichês

Nós amamos clichês

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Amor à primeira vista. Berlim não se entrega de cara nem é simples de decifrar. Não dá pra resolver sua visita flanando sem compromisso pelos seus cantos ora encantadores ora feiosos.

Kulturbrauerei, a fábrica de cerveja que virou centro cultural

Kulturbrauerei, a fábrica de cerveja que virou centro cultural

Culinária alemã como imaginamos. Se você está sonhando com joelhos de porco e chucrute em cada esquina, este não é seu lugar, aceite. É claro que, por lá, existem restaurantes especializados em comida bávara, mas muito menos que todos os outros tipos de comida do mundo todo.

Vitrines, sanduba de polvo e street-art, tão Berlim

Vitrines, sanduba de polvo e street-art, tão Berlim

Atrações concentradas. Berlim é espalhada. Num primeiro momento a gente até se engana achando que tudo está perto do que eles chamam de centro, o Mitte. Mas daí uma coisa leva à outra e quando você vê já precisa se aprofundar mais e mais, e se deslocar, e sair da zona de conforto do “tudo perto e lindo e agora”.

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O que esperar

História e arte A cidade tem mais de 150 museus, uma ilha inteirinha que guarda, em cinco prédios, peças da Antiguidade grega, egípcia, romana, bizantina, etrusca e do Oriente-médio, e ainda sobra espaço pra uns Monets, Renoirs e Cézzanes! Achou pouco? Dá pra completar a cota artística em galerias de fotografia, arte contemporânea e muito street-art pelas ruas e becos que eles chamam de höfes. E, claro, Berlim é o cenário perfeito pra quem se interessa por temas bélicos. São muitos memoriais, ótimos acervos de documentação de guerras e do muro que dividia a Alemanha Oriental e Ocidental. Existem trechos do muro intactos e outros transformados em arte e, de vez em quando, aparecem marcas das fundações do muro que separava a cidade em duas até 1989. 

Arte. Arte. Arte. Tem pra todo mundo.

Arte. Arte. Arte. Tem pra todo mundo

Hackescher Hof, quem procura acha

Hackescher Hof, quem procura acha

Gastronomia O fast food berlinense se divide entre o currywurst (a tradicional salsicha alemã coberta por molho de curry) e o kebab turco. Isso já dá a dica do que acontece com a gastronomia por aquelas bandas. É uma mistureba danada, resultado da migração de gente do mundo todo. Falar de comida berlinense é falar de comida tailandesa, vietnamita, turca e até americana! Falar de comida berlinense é falar de uma forte cultura vegetariana e vegana, de festivais de food truck gourmet durante o verão (com preços nada gourmets) e brunch aos domingos.

Imigração turca O maior número de turcos fora da Turquia está lá, mais de 200.000 migrantes. Isto colore a cidade e faz com que ela fique mais interessante ainda. As influências estão claras na gastronomia, nas feiras típicas, nos bairros com placas escritas em turco, na descontração meio parecida com a nossa nas feiras-livres, nas roupas típicas das mulheres e nos narguiles soltando vapor nos bairros povoados por turcos. Berlim não seria tão Berlim sem a Turquia que está impregnada nela.

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A Turquia é aqui

A Turquia é aqui

Preço Berlim é considerada pobre se comparada a outras cidades alemãs. Isso quer dizer que o povo lá não tem grana e não gasta loucamente. Por isso os preços são bem razoáveis pra gente, mesmo convertendo para reais. Dá pra ser feliz, comer bem e barato, se hospedar gastando menos do que em outras cidades europeias, em todos os níveis de hospedagem.

Um charme só

Um charme só

Vida ao ar livre A Alemanha não tem sol o ano todo, por isso qualquer quadrado iluminado é valorizado. Os berlinenses levam isso à risca, aproveitam pra valer as praças e gramados. Qualquer pedaço de terra pode virar horta comunitária, um lugar para andar de skate, patins, patinete e 20% do tráfego da cidade é de bicicletas. A cidade é arborizada, plana e silenciosa. O berlinense é tranquilão, não é ostentador, usa o transporte ótimo público, toma sua cerveja de boas e só vai se manifestar se invadirem seu espaço. Simples assim.

Memoriais e áreas verdes, eles amam – e nós também

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