Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Lisboa: as melhores sardinhas de Alfama

O Pateo 13 é um clássico do bairro e, o melhor, tem preços camaradas

Por Rachel Verano
Atualizado em 6 mar 2020, 14h19 - Publicado em 7 ago 2018, 18h01
As sardinhas na grelha: estrelas do verão
As sardinhas na grelha: estrelas do verão (Bruno Barata/Reprodução)

As ruas de Lisboa ganham aromas especiais a cada temporada do ano. E se o outono/inverno traz o perfume delicioso das castanhas assadas, no verão reinam as sardinhas na brasa. Elas estão por todo canto e estrelam cardápios dos mais variados restaurantes nesta época do ano, mas são ainda mais presentes no bairro onde Lisboa é mais lisboeta: Alfama.

Receita de sucesso: sal, carvão e nada mais
Receita de sucesso: sal, carvão e nada mais (Bruno Barata/Reprodução)

Becos sem saída, escadas, um eterno sobe-e-desce. Alfama é o bairro das roupas estendidas nas janelas, das discussões calorosas entre vizinhos, das vendas e quitandas com cara de antigamente. Em junho, é o bairro oficial das festas dos santos populares, quando se enche de barraquinhas e churrasqueiras ao ar livre. A partir daí, e enquanto houver calor, uma coisa é certa: há sardinhas.

As mesinhas ao ar livre do Pateo 13: belo segredo
As mesinhas ao ar livre do Pateo 13: belo segredo (Bruno Barata/Reprodução)

Num canto escondido no coração do bairro, com gostosas mesas ao ar livre embaixo de uma árvore, o Pateo 13 é o melhor segredo de Alfama nesta época do ano. Já de longe dá para sentir o cheiro da grelha a carvão montada do lado de fora.

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Concorrência pesada: vale chegar cedo para não enfrentar fila de espera
Concorrência pesada: vale chegar cedo para não enfrentar fila de espera (Bruno Barata/Reprodução)

O ritual ali varia pouco – e é bom que assim seja. Ao sentar nas mesas de bancos corridos de madeira, chegam os clássicos do couvert de uma tasca tipicamente portuguesa: tenras fatias de broa de milho, queijinho saloio, azeitonas. Para beber, a carta de vinho tem poucas opções, mas um bom alvarinho do Minho sempre salva.

O menu resume-se ao que sai da grelha: bacalhau, linguado, lulas, febras (um bifinho de porco) e mais umas quantas opções do gênero. E sardinhas, as rainhas da estação, que chegam à mesa com a pele prateada crocante, acompanhadas de gostosas batatinhas cozidas. Um fio de azeite, sal e pronto, está feita a orgia. O nativo clássico vai ainda pedir salada de pimentos (pimentões) assados e cortados em longas fatias, mas eu particularmente dispenso.

A caminho da mesa: batatinhas e fatias de limão para escoltar as estrelas da casa
A caminho da mesa: batatinhas e fatias de limão para escoltar as estrelas da casa (Bruno Barata/Reprodução)

A sobremesa também segue a vertente obrigatória das tascas e a escolha vai recair sempre sobre o duo arroz doce ou mousse de chocolate. Que aqui têm gosto de casa de avó. 

Close no prato: pele crocante, carne macia, batatinhas delícia
Close no prato: pele crocante, carne macia, batatinhas delícia (Bruno Barata/Reprodução)

Mas a melhor novidade do Pateo 13 é que ele segue imune à inflação generalizada que tomou conta dos restaurantes de Alfama com a chegada em bando de gente vinda dos quatro cantos a Portugal. O prato das sardinhas custa € 7,50. O de bacalhau, € 9,50. As sobremesas estão abaixo de € 2. A conta para duas pessoas, com direito vinho e couvert, não bate nos € 30. 

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