Como andar de ônibus na Itália
Quem for viajar pelo país sem carro, saiba: as linhas de metrô são poucas e o sistema de ônibus é bem diferente do brasileiro!
Na minha mais recente viagem para a Itália, estava sem carro e tive que desvendar o transporte público do país.
Metrô é coisa rara por lá. Há poucas linhas em Nápoles, Brescia, Turim, Catânia e Gênova. Apenas Milão e Roma possuem uma rede considerável e, nesse caso, o funcionamento é como em outras cidades do mundo, sem grandes mistérios.
O ônibus, por sua vez, é utilizado no país inteiro e pode causar confusão na cabeça dos brasileiros. Veja alguns pontos que podem gerar dúvidas:
Onde compro os bilhetes?
Via de regra, não é possível pagar pela sua viagem dentro dos ônibus – não há nenhum cobrador ou máquina que exerça essa função. Os bilhetes devem ser comprados antes do embarque, em bancas de jornais e principalmente nas tabacchi (tabacarias).
Basta procurar uma placa azul ou preta com um “T” branco pelas ruas, entrar no estabelecimento e pedir por biglietti per l’autobus. Eventualmente irão te entender. No caso específico de Milão e Roma, as passagens também podem ser compradas dentro das estações de metrô.
Como são os pontos de ônibus?
Eu vi tanto pontos de ônibus estruturados, com banco e cobertura, quanto simples placas fincadas na calçada. Seja qual for o caso, há sempre um papel pendurado em algum lugar informando os ônibus que passam por ali e em quais horários. Porém, a forma como os italianos dividem e chamam os dias da semana pode ser estranha para nós, então anote aí:
- Feriale ou FR = Segunda a sábado
- Festivo ou FS = Domingo e feriados
- Lunedì a Venerdì = Segunda a sexta
Repare também se há alguma indicação de prazo de validade na folha, pois os horários costumam mudar do verão para o inverno, das férias para o ano letivo. Algumas placas também indicam quais são as fermate (paradas) de cada ônibus.
Como pego ônibus?
Essa foi a parte em que eu mais me atrapalhei. Após longas observações, conclui que os italianos tem duas maneiras de sinalizar que querem embarcar. O mais comum é eles inclinarem levemente o corpo em direção à rua ao verem seu ônibus se aproximar, mas há também quem faça um gesto com a mão bem discreto (quem diria, logos eles!).
Depois, é só embarcar pela porta da frente e – muito importante – procurar por uma maquininha ali perto. Assim como acontece com os trens, é preciso timbrar a sua passagem e guardá-la consigo durante todo o percurso. Volta ou outra, um fiscal entra no ônibus checando os bilhetes e, caso você não tenha validado o seu, terá de pagar uma multa. Confesso que eu mesma, uma vez, na pressa de sentar, me esqueci de passar o papelzinho na máquina – por sorte, nenhum fiscal apareceu naquele dia.
Na hora de descer, é só apertar o botão, como fazemos no Brasil. Se tiver alguém impedindo a sua passagem, vale perguntar scende? (vai descer?), que pronuncia-se “xênde”.
Como foi a experiência?
A pontualidade dos ônibus está mais para brasileira do que para suíça. Talvez por azar, não houve uma única vez em que o meu ônibus chegou na hora ou com uma margem pequena de atraso. Ainda assim, a estimativa de horário era ok se comparada a total imprevisibilidade que temos com o transporte público em São Paulo.
Tirando isso, só tenho elogios. Os ônibus são limpos, bem conservados, possuem ar condicionado e geralmente estão vazios – só me lembro de ter viajado em pé duas vezes, e ainda assim havia bastante espaço ao meu redor. Para saber qual rota pegar, aplicativos como o Google Maps funcionam bem.
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