Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
Continua após publicidade

Um jeito diferente de curtir a Garden Route: no campo (com upgrade)

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h39 - Publicado em 5 mar 2014, 20h17

 

Mais de 70 cavalos espetacular pastam e galopam pela propriedade do Kurland

Mais de 70 cavalos espetaculares pastam e galopam pela propriedade do Kurland

Tudo o que havia lido e pesquisado sobre a Garden Route me levava a crer que o melhor da região estava nas cidadezinhas praianas que a N2 descortina entre Mossel Bay e Plettenberg Bay, a mais ou menos 450 quilômetros de Cape Town. Mas, depois de dois dias em Knysna (a mais famosa da rota) entre vovôs septuagenários e grupos de chineses, me dei conta de que seria necessário procurar o charme do lugar um pouco mais a fundo. Também caiu a ficha para algo que as fotos das revistas e do Google Images não revelam. Por mais que praias como Wilderness, Buffalo Bay e Brenton-on-Sea sejam lindas e valham a pena, o mar é perigossíssimo (além de gélido) e costuma ventar furiosamente. Em outras palavras, nem sempre a costa é a protagonista da Garden Route, a “rota do jardim” — que, aliás, tem este nome por causa da vegetação frondosa de suas colinas (nada de canteiros floridos como muita gente pode imaginar).

Continua após a publicidade
A paisagem bucólica da região de The Craigs

A paisagem bucólica da região de The Craigs

Não é à toa que o hotel mais elegante e original da Garden Route, Kurland, fica a 19 quilômetros do centrinho de Plettenberg Bay, na sub-região de The Crags. Com o aval da marca Relais & Chateaux, a propriedade tem 700 hectares pontilhados de bosques, com vista parta as Tsitsikamma Montains. Pelos campos intermináveis pastam sete dezenas de magníficos cavalos puro-sangue, alguns deles usados nos animados campeonatos de pólo que acontecem nos quatro campos da fazenda. Quem não cavalga pode se divertir com um quadriciclo.

Continua após a publicidade

Cercados de um verde-irlanda que se perde entre laguinhos, edifícios brancos em estilo colonial holandês abrigam dois restaurantes, doze suítes cinematográficas e a sede social, decorada com móveis clássicos, poltronas de couro, lustres de cristal e tapetes. No terraço, que se abre para a piscina de pedras negras, são servidos docinhos que acompanham o chá. Tanto na biblioteca (o cômodo mais aconchegante e imponente do casarão), como nos demais salões, lareiras esquentam as noites sempre frescas e a trilha sonora é feita de música clássica — sofisticado, discreto, aristocrático.

Espetáculo no interior da suíte

Espetáculo no interior da suíte

Continua após a publicidade

O staff (mais de 100 pessoas!) é amável e formal na medida certa. A não ser no café da manhã (servido no jardim) ou no jantar, os hóspedes mal se encontram. Suntuosas, as suítes têm dois andares (com quarto para as crianças no piso superior), cortinas frondosas, lustres de cristal e lareira, além de banheiros nababescos de mármore, com banheira. As quatro suítes superiores ainda têm varanda com espreguiçadeiras e piscininha privada (se melhorar, estraga). A não ser pelos suaves ruídos equinos esporádicos (os cavalos pastam calmamente, espalhados por todo o terreno), o silêncio é total.

Terracinho com piscina nas suítes
Continua após a publicidade

Terracinho com piscina nas suítes

O lugar casa bem com viagens de lua de mel ou datas especialíssimas. Mas a visita vale a pena mesmo para quem não tiver bala para ficar hospedado por ali. O pretexto pode ser um almoço no bistrô Katrina. Ou um jantar no superintimista e romântico (com direito a luz de velas e prataria de primeira) The Homestead, onde o jovem chef Leon Coetzee elabora pratos como steak tartare asiático, condimentado com especiarias orientais, ou um belo filé (especialidade-mor sul-africana) servido com verdurinhas no ponto certo e tubinhos de batatas.

Continua após a publicidade

A varanda da área social do Kurland, onde são servidos docinhos ao redor da lareira

A varanda da área social do Kurland, onde são servidos docinhos ao redor da lareira

A refeição pode ser um gran finale de um passeio pela região do The Craigs, que tem Game Reserves (reservas naturais privadas para safáris), santuário de elefantes (Elephant Sanctuary) e cobras (Lawnwood Snake Sanctuary) e diversos centros de reabilitação de animais (Monkeyland, Birds of Eden, Wild Cat Experience etc).

Siga @drisetti no Twitter

Publicidade