Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Tudo o que você precisa saber sobre um live aboard de mergulho na Tailândia

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h06 - Publicado em 4 fev 2009, 14h02

1.    É preciso ser um mergulhador experiente para embarcar num live aboard?

Não é preciso ser um Jacques Cousteau. Mas uma boa noção (digamos, pelo menos 10 mergulhos no log book) é bastante conveniente, já que as condições em alguns pontos de mergulho na costa tailandesa costumam incluir correntes e mar agitado. Além disso, muitos mergulhos do programa são profundos (30 metros) e também há mergulhos noturnos. Em ambos os casos, é preciso ter o curso PADI avançado (ou equivalente) ou pelo menos o Open Water (Águas Abertas) e mais as respectivas certificações (os chamamos “Adventure Dives”) para profundidade e noite. Quem ainda não tiver tais credenciais pode aproveitar o embalo e fazer os cursos lá mesmo. No barco do Khao Lak Scuba Adventures, o curso avançado sai pela pechincha de 120 euros (no resto da Tailândia o preço é o dobro ou mais), já que os mergulhos incluídos no live aboard (14) são “aproveitados” como mergulhos do curso (o curso avançado é composto de 5 mergulhos de treinamento em modalidades diferentes, entre as quais estão obrigatoriamente navegação e mergulho profundo, mais três, que podem ser mergulho noturno, com corrente, etc).  O Open Water também pode ser feito no barco. Mas como envolve muito mais teoria e exercícios chatos, pode micar um pouco o caráter de férias da empreitada. Eu não recomendaria.

2.    Como escolher uma operadora?
As cidades de Khao Lak e Phuket tem um centro de mergulho ao lado do outro, muitos dos quais oferecem programas de live aboard pelas ilhas Similan e pelas ilhas Surin. As primeiras, segundo muitos mergulhadores consultados por esta blogueira, são muito mais interessantes e ricas em corais e fauna. Quase todas as empresas oferecem roteiros e condições semelhantes. A dica para o critério de desempate, portanto, deve ser o numero de mergulhadores no barco. Algumas embarcações gigantes (que os chineses adoram…. e lá vai aquela leitora me chamar de racista de novo) chegam a levar mais de 60 mergulhadores (imagine esse povo todo transitando com equipamento pelo barco e pulando na água ao mesmo tempo!), que chegam e saem todo santo dia através de lanchas rápidas vindas do continente. Ou seja, a galera não é a mesma todos os dias,  o que aumenta em progressão geométrica a possibilidade da presença de malas. No caso do Khao Lak Scuba Adventures, que recomendo cegamente, éramos apenas 20 mergulhadores (os mesmos durante os 4 dias), mais 5 Dive Masters e/ou instrutores.

3.    Quanto custa essa brincadeira?
Paguei 440 euros por acomodação em cabine dupla num cruzeiro de 4 dias e 4 noites com tudo incluído (de equipamento a comida). Em cabine de 4 pessoas, o preço é de 385. A taxa do parque nacional morde mais 35 euros.

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4.    Quatro dias não é muito?
Não. Principalmente porque os roteiros de 4 dias chegam até Richelieu Rock (uma lenda do mergulho quase na fronteira com o Myanmar), enquanto os mais curtos se limitam às ilhas Similan propriamente ditas.

5.    É preciso ser um atleta para mergulhar 4 vezes por dia?
Não. O intervalo e as refeições entre cada imersão são bem razoáveis e revitalizantes. Esta blogueira, por exemplo, está longe de ter um preparo físico fenomenal e nem cogitou cabular um mergulho. No fim do dia você pode até ter a sensação de que foi atropelado por um caminhão (a prova é que às 10 horas da noite já estava todo mundo dormindo), mas os lugares são tão estimulantes que a euforia acaba abafando o cansaço.

6.    Quem não mergulha pode ir?
Sim, pagando 290 euros.

7.    E vale a pena?
Definitivamente não. O barco faz algumas paradas na praia e para snorkeling, mas o mergulho é prioridade total, inclusive nas conversas. É ficar entediado na certa.

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8.    As cabines tem banheiro?
Em alguns barcos mais luxuosos (e obviamente mais caros), sim. Mas no meu caso eram 3 para todo mundo. Mesmo assim, por incrível que pareça, não houve problema algum, mesmo nas horas de pico. Tenho para mim que isso tem bastante a ver com o fato de alguns europeus levarem a expressão BANHO de mar ao pé da letra demais.

9.    A comida era boa?
Excelente. As duas cozinheiras eram verdadeiras guerreiras e o cardápio, super variado, incluía altos peixes, camarão, lula e mais outros amiguinhos que víamos no mar durante o dia.

10.    O barco balança muito? E se eu enjoar?
O mar anda bem nervosinho ultimamente e na primeira noite até sonhei que estava atravessando o Canal da Mancha a nado (juro!). Mas os remedinhos anti-enjôo, disponíveis à bordo, são bem eficientes para pessoas não muito sensíveis ao balanço do mar. No entanto, se você for daqueles que ficam verdes em qualquer barquinho, melhor pensar 10 vezes antes de ir. Uma moça alemã passou 36 horas vomitando e trancada na cabine até que uma lancha rápida aparecesse para levá-la de volta à terra firme. Foi de partir o coração.

11.    E se (toc toc toc) acontecer algum acidente ou problema de descompressão?
O barco tem oxigênio de emergência e o infeliz é transportado de lancha até as câmeras de descompressão de Phuket, com as quais a agência tem convênio. O seguro está incluído no preço do pacote.

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Obs: vou tentar postar logo mais um fotolog da viagem, quando a internet por aqui colaborar….

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