Tailândia sem muvuca – parte 2: a ilha de Koh Lipe
Quer dizer, mais ou menos sem muvuca. Koh Lipe está caindo rapidamente na boca do povo e, dizem os que a freqüentam há tempos, que a velocidade com que as coisas estão mudando por lá é impressionante. De qualquer forma, a ilha ainda não tem píer, não tem carros, não tem luz elétrica, não tem casa da luz vermelha (!) e não tem europeus pós-púberes vomitando pelos cantos.
Saindo do paraíso perdido de Koh Bulon Leh (essa sim, você diz que esteve lá e o povo diz “ann?”), achava meio impossível que pudesse haver alguma praia mais bonita nas redondezas. Ledo engano. Koh Lipe é de matar. Desembarquei numa praia de areia talquinho e mar azul Maldivas na hora do pôr-do-sol, no exato momento em que uma bola vermelha desaparecia no mar.
Sem reservar com antecedência, descolei um bangalô na areia, bem aprumado (Andaman Resort) por 18 euros ao dia, um preço bem bom para a costa oeste tailandesa, o lugar mais “caro” do país.
Ao contrario do que aconteceria em Koh Bulon Leh, uma pessoa solteira não tem vontade de enfiar a cabeça na areia e desaparecer entre tantos casais apaixonados e famílias de propaganda de margarina. Lipe já tem um certo agitinho, principalmente na praia de Pattaya (na foto, injustamente homônima à capital tailandesa do alemão barrigudo caçador de tailandesas com taxímetro). A faixa de areia mais badalada da ilha é onde se concentra a maioria dos hotéis e dos barcos (a quantidade de barcos estacionados é o ponto fraco). Mas ainda assim o lugar tem um clima relax.
Lipe está dentro do parque nacional marinho de Koh Tarutao (ainda que não faça parte do parque), e a poucos minutos de ilhas totalmente virgens, belíssimas, como Koh Adang e Koh Rawi. Para visitá-las é possível fretar um barco privê o dia todo pela pechincha de 24 euros (na maldita Krabi paguei 16 euros por um passeio com mais 24 pessoas num barco igualzinho… grrrrr….)! Tem coisa melhor nesse mundo?
Como se não bastasse toda essa belezura, os locais são über fofos. Logo no primeiro dia, jantando na vila Chao Leh (os ciganos do mar), onde a comida é melhor e mais barata que no centrinho pop da ilha, fizemos amizade com a grande figura Ohm (a ortografia é fruto da minha imaginação, mas o seu nome se fala pronunciava assim), que nos convidou para a festa do seu aniversário no dia seguinte, onde meu namorado e eu fomos tratados como reis e conversamos pelos cotovelos com todo mundo através de mímicas e sorrisos.
Morri de chorar na hora de ir embora de Koh Lipe. E meus olhos acabaram de encher de lágrimas de novo ao escrever este post.
A vida é bela.