Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Sair sozinha à noite? Ô se rola! (Ou: relatos de uma blogueira sozinha em Ibiza)

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h08 - Publicado em 27 out 2008, 19h10

Recentemente, a queridíssima Mari Campos (a mais nova e bem-vinda blogueira do time do Viaje Aqui) fez um post inspirado no Saia Pelo Mundo sobre um grande tabu: a hora de jantar num restaurante quando nós, meninas, viajamos sozinhas.

A Mari jantando sozinha e gloriosa em Miami me fez lembrar o mochilão que fiz pela Europa com 21 aninhos, solita da silva, durante dois meses. E essas lembranças me deram vontade de fazer uma pequena subversão: escapulir rapidinho do tema Achados para um papo “de menina” sobre um tabu que talvez seja maior ainda, o de sair sozinha.

Muita gente ficava de olhos arregalados quando dizia que tinha viajado sozinha por tanto tempo. Mas os globos oculares pulavam pra fora mesmo quando contava que tinha ido sozinha para Ibiza, a terra das noites insanas e intermináveis. Que coisa, não? A gente já conquistou independência e igualdade em muitos campos. Mas até hoje os meninos saem sozinhos na boa e as meninas têm muito mais dificuldade para fazer o mesmo.

Se eu preferia ter ido para a ilha do diabo com um grupo de amigas infernais? Talvez sim. Mas no fim das contas a experiência foi inesquecível. E a recomendaria para qualquer uma de vocês, leitoras.

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Fazer empreitadas-solo na night tem as suas vantagens. E, para mim, a maior de todas elas é: há coisas que só acontecem quando você está sozinha.

Em Ibiza, nesta ocasião, foram vários os acontecimentos surreais. Logo na primeira noite, parei para perguntar sei lá o que para um carinha no meio da rua. Papo vai, papo vem, resulta que ele era um dos DJs que iam tocar na Manumission (a festa que mais bombava na época, 11 anos atrás).

Não só ele acabou me dando uma carona numa Harley espetacular, como me botou pra dentro de graça (a entrada era uma paulada em torno de 50 euros) e me fez um mapa de todos os lugares cool que eu tinha que conhecer na ilha. Antes que vocês pensem coisinha, não, ele não me xavecou.

E por falar em xaveco, uma vantagem óbvia de estar solteira e sozinha (ao invés de numa rodinha de mulheres dando risadas malvadas) é encorajar o approach por parte de rapazes. No Brasil, isso pode até ser um pouco incômodo, dados os métodos cavernícolas utilizados. Mas na Europa é super na boa, já que ninguém pega ninguém à força.

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Da mesma forma, é uma boa oportunidade de fazer novas amigas, entre outras coisas, dando mais continuidade para aquelas conversas impagáveis que sempre rolam na fila do banheiro (um hábito universal). No final da primeira noite em Ibiza, eu já tinha duas amigas inseparáveis.

Dicas de sobrevivência:

– Prefira sempre os lugares onde as pessoas ficam em pé e, de preferência, fazendo alguma atividade (como dançando ou assistindo a um show). Num bar ou lounge onde todo mundo fica sentado em grupinhos as chances de você ficar entediada ou com aquela sensação “está todo mundo me olhando” são maiores.

– Não chegue muito cedo. Se a pista ainda estiver vazia e o ambiente ainda estiver cheio de rodinhas isoladas, as chances de você se sentir peixe fora d’água aumentam.

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– Não exagere no álcool na esperança de “se soltar”. Lembre-se que a única pessoa capaz de cuidar de você é você mesma.

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