Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Restaurantes escondidinhos de Barcelona que valem a viagem: La Taqueria

A simplicidade é a alma do negócio: mesinhas forradas com estampas escandalosas, banquinhos, paredes pintadas em cores fortes e bandeirinhas no teto

Por Adriana Setti
Atualizado em 26 set 2019, 15h58 - Publicado em 4 ago 2014, 11h20

A área que cerca a Sagrada Família é um oceano de restaurantes “pega-turista” e lojinhas vagabundas. Eis um lugar ideal para comer paella congelada e pagar € 8 por um refrigerante. Chega a ser surpreendente, portanto, que haja uma pequena joia gastronômica escondididinha no meio de tanto lixo.

É preciso olhar o mapa com lupa para encontrar a Passatge de Font, uma passagem quase secreta entre as ruas Mallorca e Valencia, adjacente a uma das laterais do templo projetado por Gaudí. La Taqueria é um micro restaurante, com menos de dez mesas pequenas (se você está em turma, melhor esquecer).

A simplicidade é a alma do negócio: mesinhas forradas com estampas escandalosas, banquinhos, paredes pintadas em cores fortes, bandeirinhas com a cor da bandeira mexicana no teto. A cozinha tem uns 3 metros quadrados e é aberta ao salão. Os próprios donos – meninos jovens, simpáticos e incansáveis – servem as mesas. O teto é baixo e o volume da conversa é invariavelmente alto. No menu, a fina flor da baixa gastronomia do país de Frida e Diego, com poucas e boas receitas de street food mexicana.

Pozole: a sopa mexicana de "toda la vida"Pozole: a sopa mexicana de “toda la vida”

As estrelas da casa, como o nome sugere, são os tacos. E não estamos falando de releituras tex-mex. A cozinha aqui é puramente mexicana. A tortilha “oficial” é feita de milho (que tem um sabor muito mais pungente do que a de trigo) e os molhos que acompanham são leves e bem condimentados. Se o garçom disser que um deles é picante, acredie. Guacamole, só em alguns pratos ou se você pedir como extra –os mexicanos comem muito menos guacamole do que você imagina.

Minha entrada favorita é o melequento Nachos La Cucara, com totopos (tortilha frita, bomba calórica e orgasmática) gratinados com queijo, feijão, sour cream, vinagrete (pico de gallo) e chiles jalapeños. Os dias mais frios também são inspiradores para um pozole (uma tradicionalíssima sopa de milho com carninhas). Dos tacos, eu piro no “Cucarito”, que tem receita “secreta”: uma carninha desfiada picante, com um sabor atrevido. E também no pastor (o mais mexicano dos tacos), que leva carne de porco e abacaxi assado. Também não dá pra perder a quesadilla (torilha de trigo recheada de queijo) com flor de abobrinha. Dos pratos propriamente ditos, mata a pau a arrachera (carne marinada) com nopales (um cacto mexicaníssimo que parece uma verdura suculenta), jalapeños recheados de queijo, feijão e arroz.

Tacos "cucarito", com receita secretaTacos “cucarito”, com receita secreta

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Para acompanhar, rolam cervejas mexicanas, micheladas e, por supuesto, margueritas e tequilas. E eu aposto com você que a conta não vai passar muito de 15 euros por cabeça. Sim, uma pechincha bem do lado da Sagrada Família.

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Anota aí: quem não reserva fica de fora. Na esquina, uma outra taqueria se aproveitou do sucesso dos meninos mexicanos para abrir um restaurante de nome parecido, como se fosse uma suposta filial. Não entre nessa!

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