Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O melhor e o pior de Boracay, a Ibiza das Filipinas

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h59 - Publicado em 22 mar 2010, 10h55

Summer Place: a balada mais divertida de “Bora”

Uns entram no clima, abraçam o diabo e enxergam a beleza ululante de Boracay por trás de seus banana-boats e exageros imobiliários. Outros não. E reclamam do barulho, amaldiçoam os grupos de coreanos, sonhando em vão com o paraíso perdido que Boracay certamente foi até uma década atrás…

Como comentei no meu post anterior sobre a ilha, sou uma entusiasta integrante do primeiro grupo. Porém, meu otimismo não me impediu de tomar nota do lado negro da força. Para que você não perca o seu tempo com o lado B (de brega) de Bora (é assim que o povo “in” de Manila se refere à ilha), eis aqui o que priorizar e o que descartar, na minha modesta opinião.

HOSPEDAGEM

O MELHOR
Se você está podendo, esconda-se nos hotelaços das belíssimas praias isoladas da ilha, que ficam depois da Station 1 de White Beach. Se você não está podendo, procure refúgio na tranqüila Station 3, onde estão as opções mais baratas. Eu fiquei numa pousadinha gostosa (Roy’s Rendezvous) num oásis de silêncio no “sertão” da Station 3, administrada por dois velhinhos daqueles que dão vontade de abraçar.

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O PIOR
A menos que você não se incomode em dormir com três tipos de música diferentes sacudindo as paredes do seu quarto (a julgar pela concentração de pessoas, muita gente não se importa), nem sonhe em hospedar-se na Station 2, principalmente de frente para o mar. Cuidado, também, com os primeiros hotéis da pomposa Station 1, que também têm algumas baladas estridentes na vizinhança – você corre o risco de pagar caríssimo e viver um inferno.

COMIDA

O MELHOR
Meu mantra na Ásia é “sempre coma a comida local, as receitas ocidentais não dão certo por aqui”. Em Boracay, esqueça isso. Depois de comer muita porcaria filipina, dei o braço a torcer e segui a dica de um alemão residente na ilha há 20 anos: o melhor é – veja só – um grego. O Cyma fica no D’Mall, um centro comercial charmosinho bem no meio da praia. A comida é perfeita, o atendimento é profissionalíssimo e  o ambiente é animadinho, sempre cheio de locais e turistas.

O PIOR
Quer perder uns quilinhos fácil fácil? Então coma dos buffets livres comeu-morreu da beira da praia e passe os próximos 5 dias enfurnado no banheiro. Os mariscos e peixes batem ponto à beira-mar todo santo dia a partir da hora do pôr-do-sol, sem refrigeração, até a hora que o último suicida se dignar a traçá-los. E caso sobre alguma coisa, rola reprise no dia seguinte (yupy!). O preço (cerca de 5 euros) e a quantidade de comida são tentadores, mas a gororoba é intragrável (sim, eu tentei, mas não tive coragem de comer depois de aproximar a primeira garfada da boca).

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Baldes de cerveja gelada por 8 reais

BALADA
O MELHOR
A noite em Bora começa com o pé direito na jaca na happy-hour, que geralmente vai até as 10 da noite (ainda que o meu bar favorito, Paradiso, tem happy hour até fechar, lá pela meia-noite). Veja bem: um balde de gelo com 6 cervejas sai por 200 pesos (pouco mais de 8 reais)!!! Depois disso, a regra é correr para o abraço no Summer Place, o bar mais divertido da praia, com pista de dança, que só fecha quando o último cair. O Cocomangas, por ser o preferido dos locais, também é divertido. Mas se você tem perto de 1 metro e 80 e é um ser de cabelos amarelos, esteja preparado para ser olhado como “a girafa que fugiu do zoológico” na pista de dança, onde a média de altura entre o público beeeem jovem gira em torno do metro e meio.

O PIOR
O The Guilly’s é provavelmente a balada mais famosa de Boracay. E também a mais pretensiosa, com gente mais produzida, iluminação de discoteca de verdade e coquetéis caros. Mas sabe aquele lugar onde a coisa não vai pra frente? (aquele famoso “vai e vem e ninguém como ninguém?”) Posso ter dado azar, mas não consegui ver o The Guilly’s engrenar de verdade. Os moçoilos devem redobrar a atenção. Aqui, muitas “meninas” calçam mais de 39 e não são exatamente aquilo que parecem ser depois de muita maquiagem, escova e silicone.

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