Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Mergulho em Cozumel: todo cuidado é pouco para não entrar em roubada

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h48 - Publicado em 28 fev 2012, 18h14

Megulho em Cozumel: se a canoa não virar… ole ole olá

 

Cinco dias antes de  que eu chegasse a Cozumel, nove mergulhadores viveram uma experiência digna de filme de terror. A tchurma seguia rumo a Playa del Carmen, onde faria um mergulho com os temidos tubarões-touro (ali, pedaços de atum são usados como “isca”, o que garante a presença dos temidos animais, apesar da prática ser extremamente duvidosa do ponto de vista ecológico – mas isso já é outra história). O mar estava agitado e o barco definitivamente não era adequado para a travessia, uma vez que tinha fundo de vidro. Obviamente mais frágil, esse tipo de embarcação costuma ser utilizado para que os turistas (que não mergulham!) possam procurar nemo sem desmanchar o penteado. Lá pelas tantas, as leis da física prevaleceram: o piso não aguentou o peso dos mergulhadores e seus respectivos equipamentos e quebrou.

 

Com o naufrágio, as pobres criaturas ficaram à deriva, flutuando com os poucos coletes (o BCD de mergulho) que conseguiram agarrar enquanto o barco vivia o seu momento Costa Concordia. Foram resgatados cinco horas mais tarde, depois que um milionário russo de férias por ali lideraou um mutirão de busca com o seu mega iate e seu helicóptero. Coisa de filme.

 

Nos dias seguintes, as normas de segurança e a corrupção que gira em torno delas em Cozumel passou a ser atirar no ventilador. O náufrago, que por ironia do destino se chamava “Diving Underwater” (“mergulhando no fundo do mar”), estava em situação totalmente irregular. Para mostrar serviço, a guarda costeira organizou blitz nos principais píers da ilha para checar os papéis dos demais barcos. E posso dizer, como testemunha ocular, que no dia em que baixou a fiscalização, pouquíssimos barcos saíram ao mar, o que demonstra que há algo muito errado por lá.

 

Nos arredores do terminal onde desembarcam os cruzeiristas, há inúmeros guichês que oferecem todo tipo de passeio. Entre eles mergulhos com barcos e guias que não oferecem as mínimas condições de segurança e que não estão vinculados aos dive centers da ilha. Para não entrar em roubada, melhor procurar diretamente os estabelecimentos, checar as instalações, os equipamentos e se a licença está em ordem. O Trip Advisor também pode ser uma boa ferramenta para medir o desempenho dos serviços.

 

Por essas e outras, e também pelo carinho com que tratam os clientes, recomendo de coração o Dive Center com o qual mergulhei: Blue Magic. Operando com barcos em ótimo estado e com capacidade para no máximo oito pessoas, eles tinham toda a documentação em dia. Além do mais, o dive máster que nos acompanhou era uma lenda viva de Cozumel, Pumba (o inspiradíssimo apelido em homenagem ao javali de Rei Leão), um veterano com olhos de lince que, aos 44 anos, ainda dá o melhor de si e respeita o tempo de cada cliente (nada de limitar o mergulho a 45 minutos independente de você ainda ter ar suficiente para continuar e outras frescuras irritantes do gênero).

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