Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Lua de mel em Zanzibar: um hotel de luxo para fugir dos grandes resorts

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h37 - Publicado em 12 Maio 2014, 22h03
A piscininha do bangalô: precisa dizer algo mais?

A piscininha do bangalô: precisa dizer algo mais?

Mais do que uma viagem de férias, a lua de mel é uma experiência em que o casal deposita grandes expectativas. Não basta ser gostosinho, tem que marcar a vida da dupla, deixar cicatriz. Com praias perfeitas e jeitão exótico, Zanzibar tem tudo para ser inesquecível. Mas a ilha mais famosa da Tanzânia, no sudeste da África, também tem seu lado B. O país faz parte da turma do fundão quando o assunto é desenvolvimento, ocupando a posição 152 do ranking de IDH (índice de desenvolvimento humano) da ONU, atrás de lugares como Bangladesh, Myanmar e Paquistão. Além de trombar com a pobreza, o hedonismo esbarra na questão cultural: 99% da população de Zanzibar é muçulmana e vive de acordo com uma conduta que não é compatível com biquíni, birita e demonstrações empolgadas de afeto. Num lugar como esse, convém ser discreto e respeitoso, o que combina muito mais com hospedar-se num hotel escondidinho e com proposta sustentável, do que num resortão opulento e despreocupado.

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Vista do bangalô no Matemwe Retreat: do que mais vocês precisam?

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O terraço no piso superior, com piscininha e sofás preguiçosos

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Outro ângulo da piscina e do terraço

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O terraço do andar de baixo (repare no sofá feito a partir de uma antiga canoa)

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Mergulhar? Fala sério…

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A entrada do meu sultanato

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Bangalô visto de fora

Ao norte da ilha, nos arredores de um vilarejo de pescadores, o Matemwe Retreat é um refúgio de luxo rústico onde a privacidade do casal é levada a sério. São apenas quatro bangalôs esparsos, distribuídos por um terreno enorme, cada um deles atendido por um só funcionário. Ele serve as refeições, faz as vezes de concierge, limpa e arruma o quarto. Mordomo? Mais ou menos isso, mas sem afetação ou formalidade (ele trabalha de sandália e camisa de manga curta, como manda o figurino local). “Estou aqui para fazer vocês felizes”, disse o simpaticíssimo Martin ao se apresentar. Se vocês sentirem falta do resto da humanidade, podem usar as dependências do Matemwe Lodge, o hotel anexo, também muito bacana – um pouco mais em conta, com 12 belos bangalôs de frente para o mar. A área comum tem piscina, bar, restaurante e spa.

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A cama grandona e centralizada

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Atrás da cama, um sofá com jeitinho de mil e uma noites

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Cama enfeitada com flores (repare na linda cabeceira de madeira rústica)

 

Luxo sem ostentação é isso: um quarto espaçoso com cama king size centralizada e várias portas que levam a um terraço enorme de madeira. A vista para o mar azul-neón tem, de brinde, a gloriosa ilha de Mnemba. Diante de um panorama como esse, do que mais você precisa? As paredes são aquecidas com pátina de tom alaranjado e tudo segue o estilo vigente na ilha, com influência islâmica nas luminárias (made in Zanzibar) e nos detalhes. Os móveis são feitos de madeira rústica, em grande parte aproveitada de antigos barcos de pescadores – o resultado é lindo, estiloso e sustentável. O banheiro tem pia dupla, chuveiro enorme e uma banheira que se abre para o Índico. Mas o melhor, sem dúvidas, está no segundo andar, onde há um terração com sofás sob um gazebo, espreguiçadeiras ao sol e uma piscininha (o antídoto para o único ponto baixo do hotel: a praia mais próxima praticamente seca na maré baixa e tem o solo muito pedregoso).

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Banheiro com pia dupla, em estilo zanzibar-chic

 

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A banheira, simples e bela, com vista para o mar

A comida segue a proposta sustentável do hotel. Portanto, não espere foie gras e steak de Angus. O foco é nos ingredientes locais e você só tem a ganhar com isso: lagosta, caranguejo, frutas tropicais, peixes fresquinhos, pescados ali perto. Tudo está incluído no preço da diária, inclusive as bebidas alcoólicas. A lista de vinhos é enxuta, mas inclui bons brancos e tintos sul-africanos e alguns rótulos franceses. As cervejas são todas locais (não são as melhores do mundo, mas dão para o gasto).

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Detalhes que fazem a diferença

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Luminária made in Zanzibar

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Pendurador fofo, de artesanato local

 

Cozinha a partir de ingredientes locais

Cozinha simples e gostosa, a partir de ingredientes locais

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A rotina rola como você quiser: sem abusar, é possível escolher o horário do café da manhã, almoço, happy hour (com drinques e petisquinhos) e jantar. Integrado com a natureza, meu bangalô recebia a visita de macaquinhos e revoadas de corvos, além de pequenos lagartos coloridos e borboletas. Não arredei o pé dos meus domínios, nem para ir até a praia. Me senti uma sultana autossuficiente dentro do meu castelo: sair pra que? Passeios pela ilha, mergulhos e pescarias estavam à mão. Mas nos dedicamos com afinco a fazer absolutamente nada, horizontalizando ora na espreguiçadeira, ora na outra espreguiçadeira, com um pulinho na piscina entre uma coisa e outra.

Visita inesperada

Visita inesperada

 

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A ilhote de Mnemba, que abriga um outro hotel arrasa-quarteirão

 

Outros hotéis bacanas e intimistas para passar a lua de mel em Zanzibar:

 

Kilindi: 15 bangalôs no mesmo estilo Zanzibar-chic, com piscina privê e terracinho.

 

Mnemba Island: o suprassumo do luxo rústico, numa ilha privada absolutamente perfeita, com dez bangalôs pé na areia. É caríssimo. Mas é algo fora do trivial.

 

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