Achados
Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
Dois restaurantes orientais excelentes em Amsterdã
“Rice table”, o menu degustação do Indrapura, um achado indonésio
Longe de mim tirar o mérito do melhor tira-gosto do mundo. Mas convenhamos que não se pode esperar muito da cozinha de um país que tem a batata frita como orgulho gastronômico nacional. Os holandeses também sabem disso. E foi justamente pela falta de exuberância gustativa que acolheram com carinho e entusiasmo o jeito de comer de outras centenas de culturas.
Na Amsterdã de hoje em dia, é possível dar a volta ao mundo, gastronomicamente falando, sem sair de um mesmo quarteirão. O difícil é separar o joio do trigo e escolher os lugares de qualidade. Meu sogro Ivan foi fundo na pesquisa antes de irmos. E fomos dar com dois achados made in Sudeste Asiático de primeiríssima.
Mesa enfeitada com flores do Krua Thai
A melhor experiência gastronômica da estada em Amsterdã aconteceu nesse restô tailandês, escondidinho em uma rua simpática, já um pouco afastada do caos do centrão da cidade. Para começo de conversa, o lugar é lindinho: inteiro branco e moderninho, com mesas enfeitadas com flores frescas e alguns detalhes thai (a foto do idolatrado rei Bhumibol Adulyadej inclusive). O staff é amabilíssimo (de dar vontade de abraçar) e prestativo, com paciência para explicar cada prato. No final, diante da indecisão geral, o garçom propôs um menu degustação com curry de peixe, pratos de carne, sopa, arroz com verduras e outros quitutes. Tudo estava muito bom. O preço? Longe de ser baratex como muitos outros thais mais informais da cidade: mais ou menos € 40 por cabeça. Mas impecável.
Indrapura (Indonésio)
Olhando de longe, a comida indonésia pode lembrar um pouco a tailandesa: pratos de arroz com carnes e vegetais, espetinhos de carne e frutos do mar, pratos com vários ingredientes misturados e molho picante. Mas os temperos são absolutamente diferentes e ainda mais exóticos. Um dos principais ingredientes é o amendoim, que aparece em várias versões (de adocicado até salgado e picante) em molhos e saladas. Para quem nunca provou, considero uma aventura mais radical do que a cozinha thai. Nesse restaurante aconchegante e ultra simpático (uma das poucas coisas que se salvam na caótica Rebrandtplein) as grandes pedidas são as “rice tables” (traduzindo ao pé da letra: mesas de arroz), que nada mais são do que menus degustação de proporções homéricas, com várias entradas e pratos principais, sempre acompanhados de arroz branco (numa versão mais suave e menos “soltinha” do que o nosso). Pedimos a “Purnama” (€ 29,50 por pessoa), um verdadeiro banquete: peixe frito com amendoim, gado gado (uma salada super típica também com amendoim), vegetais ao leite de coco, e mais outros pratos de frango, carne bovina e porco. Uma de-lí-cia, além de super nostálgico para mim, que tenho a Indonésia como meu destino de férias favorito.
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