Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Começa hoje a Festa de la Mercè 2019, o carnaval de Barcelona

Um desfile de tradições da Catalunha, música, comidas e bebidas invade as ruas da cidade

Por Adriana Setti
20 set 2019, 13h57

Se você pretende visitar Barcelona nos próximos dias, prepare-se para viver a cidade de um jeito totalmente fora do normal. Fechando o verão com chave de ouro desde 1902, a Festa de la Mercè é a fiesta mayor (ou festa major, em catalão) de Barcelona – cada cidade espanhola tem a sua, celebrada em grande estilo com música, comida, (muita) bebida e tradições. Não tem samba, mas suor e cerveja não faltam a esse carnaval catalão que, em 2019, invadirá as ruas do Centro Histórico entre 20 e 24 de setembro.

A parte mais animada da Festa de la Mercè é o BAM, o festival Barcelona Ação Musical, de programação ultra eclética: rock, pop, flamenco, folk, MPB, eletrônica, ritmos latinos…. Os palcos são espalhados por vários lugares diferentes, como a Plaça Reial, no Bairro Gótico, a Plaça dels Àngels, no Raval, o Moll de la Fusta, no Porto Velho, entre outros  – tudo de graça. A festança ainda engloba o MAC, um festival de arte de rua, com dança, teatro, música e performances das mais variadas, tendo como epicentro o Parc de la Ciutadella.

Castellers: mais uma tradição insana que você vê na Mercè (Turismo de Barcelona/Reprodução)

Um dos pontos altos da festa, literalmente, é a apresentação dos castellers na Plaça Sant Jaume, em frente à prefeitura – domingo por volta do meio-dia. Fazer torres humanas que chegam a ter até 8 “andares” já seria uma façanha. Mas, para desespero das mães presentes, é tradição que uma criança de 6 ou 7 anos seja a última pecinha do “castelo”. O costume tem origem em uma dança ancestral de caráter religioso, o Ball dels Valencians. Mas ninguém sabe ao certo quando isso evoluiu para o formato de hoje em dia. Os castellers são organizados em “times”, geralmente formados por vizinhos do mesmo bairro. Cada grupo se reúne para ensaiar e se apresenta em festas populares (como é o caso da Festa de la Mercè), numa espécie de competição. Como toda equipe que se preze, cada um usa uma camisa de determinada cor — e tem a sua torcida.

As origens da tradição dos correfocs, ainda mais exótica, remetem à Idade Média, mais precisamente ao Ball dels Diables (baile dos diabos), uma dança que representava a luta do bem contra o mal. Os desfiles dos dragões e dos diabos que cospem fogo em meio à multidão enlouquecida são alguns dos momentos de maior euforia da Festa de la Mercè. Para ver essa doideira de perto, o melhor momento será amanhã, sábado, a partir das 19h45 começando na placa d’Antoni Maura e seguindo pela Via Laietana. A regra é proteger os olhos e os cabelos com panos e seguir o desfile em meio ao batuque, à fumaça e às faíscas – coisa que pais, filhos e avós fazem juntos, sem medo de se queimar. Para quem não cresceu brincando com fogo, é preciso ter nervos de aço.

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