Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Barcelona boa e barata, parte 1: 20 jantares por menos de 25 euros

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h08 - Publicado em 28 out 2008, 16h10

Almoçar barato em Barcelona é bico. Grande parte dos restaurantes da cidade, incluindo os bons e caros (com exceção dos suuuper caros, com estrela Michelin, etc), tem menu del día, com primeiro prato, segundo prato, sobremesa, café e até vinho incluídos. E a média de preço gira em torno de 10 a 12 euros (veja aqui uma listinha de restaurantes espertos para almoçar). Ou seja, o mesmo que se paga por um almoço qualquer, estilo quilão, em São Paulo.

Na hora do jantar, porém, a coisa complica. Pratos semelhantes ao do almoço ganham muito mais capricho e alguns frufrus e passam a custar praticamente o dobro. Jantar em Barcelona por menos de 25 euros está cada dia mais difícil. Mas nem tudo está perdido. Eis aqui vinte opções boas, bonitas e baratas:

1. Senyor Parellada: um dos maiores achados de Barcelona, anexo ao hotel Banys Orientals (um dos maiores achados na categoria hotel). Instalado num edifício do século XIX, em plena badalação do bairro do Born, o belíssimo restaurante tem salões com pé direito alto, decoração impecável e serviço idem. A comida, catalã tradicional, é boa e farta, incluindo pratos de carne como magret de pato, peixes frescos e arrozes. Sua matriz, o restaurante Fonda Europa de Granollers, foi fundado em 1771 e é uma das casas mais tradicionais da cidade. Como ninguém é bobo, reservar com antecedência é essencial.

2. La Mamasita: Afastado do centro, num endereço sem muito charme (o começo da Avinguda Sarriá), este restaurante é uma ótima surpresa. A decoração é tão bacana e moderninha e o serviço, tão eficiente, que é difícil acreditar nos preços dos pratos (quase nenhum passa de 10 euros). Ok, a comida não é a oitava maravilha. Mas é, sim, bastante satisfatória. Além disso, é compensada pelo ambiente e uma boa carta de vinhos. Ideal para fazer bonito sem gastar muito.

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3. La Fonda: Não se deixe abater pela fila de turistas na porta. Ela anda rapidíssimo. O restaurante tem três andares enormes, mas com diversos ambientes repartidos inteligentemente para que os salões sejam aconchegantes. Pertence ao mesmo grupo que o La Mamasita e tem quase o mesmo cardápio. Com a vantagem de estar em pleno Bairro Gótico e a desvantagem de ser não ser tão bonito.

4. Les Quinze Nits: xérox autenticado do La Fonda (acima) que só muda de endereço, para melhor: a Plaza Reial, também no Gótico.

5. Mitsui (Calle Aribau, 112, 34/934-514-999): Ok, quem mora no Brasil (principalmente em São Paulo) dificilmente vai achar algum sushi barato em Barcelona espetacular. Mas se a abstinência bater, este é o lugar para comer até cair. O ambiente é um pouco barulhento (por isso vale ir cedo!), mas o sushi, fresquinho, é feito com carinho. O cliente ainda pode se servir de um bufê enorme de frutos do mar, carnes e verduras que o wok man prepara na hora. Não deixe de xeretar nas gavetas de pasteizinhos cozidos a vapor que fica ao lado do bufê de sushis! E guarde um espacinho para a sobremesa (o bufê de doces é colossal). O preço? Inacreditáveis 15 euros.

6. Hanagin (Calle Provenza 201, 34/934-546-595): Está desesperado por um sushi mas não suporta a idéia de um bufê self-service? Pois o Hanagin funciona no sistema a la carte, com a diferença que você pode pedir tudo o que quiser por um preço fixo de 17 euros.

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7. Fast Good: é a rede de fast food assinada pelo mago Ferran Adriá. Como o nome sugere, a especialidade é uma comida rápida, gostosa e saudável. As saladas e pratos frios você mesmo pega e paga no balcão. E os pratos quentes vêm da cozinha e são levados à mesa pelo garçom. O queridíssimo Arnaldo, viajadíssimo e fã de Barcelona, deixou um comentário aqui dizendo que comeu o melhor hambúrguer da vida dele num Fast Good de Madri. Não tenho dúvidas de que vale a pena conferir (quando eu sair do meu regime vou direto pra lá, Arnaldo!).

8. La Báscula (C/Flassaders 30): É um restaurante vegetariano administrado por uma cooperativa. Por mais badauê que soe, o lugar faz sucesso com todo tipo de público (não é preciso ir de conga e saia indiana). Funcionando num galpão que já foi uma fábrica de chocolate, o restaurante, sempre lotadíssimo, serve saladas bem elaboradas, sanduíches criativos, sucos, brownies, alfajores… delícia!

9. La Paradeta: É o lugar mais barato de Barcelona para comer frutos do mar e… (milagre!) disparado o mais barato. Os mexilhões, camarões, ostras, navajas, almêijoas, lulas, sépias e etcs ficam expostos, como num mercado de peixes. Olhando olho no olho do bicho, você escolhe o mais fresco e apetitoso e diz como quer que ele seja preparado. Daí, pega os pratos e as bebidas no balcão e espera a sua mesa ser chamada no microfone. Daí é só buscar a comida numa janelinha que dá para a cozinha e correr para o abraço. No final, o esquema informal e self-service até as últimas conseqüências acaba sendo divertido. Não, não é necessário lavar os pratos. Chegue cedo, antes das 9, porque as filas se formam na porta. A casa do Borne é a mais cheia das filiais.

10. La Rosa del Raval: Fica numa das áreas mais badaladas do Alto Raval, pertinho do MACBA. A decoração é divertida, usando e abusando das cores fortes e de detalhes como espelhos emoldurados por pneus de bicicleta. Os pratos mexicanos dão uma “sustância” daquelas, custam pouco e são uma delícia. Não à toa, mal inaugurou e já é um dos points do bairro. Tem um irmão La Rosa Negra, na Via Laietana.

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11. Dos Trece: É um dos pioneiros dos vários restaurantes mexicanos moderninhos do Alto Raval (a um quarteirão do La Rosa del Raval). Até pouco tempo, era mais conhecido pela baladinha do que pela comida em si. Mas os problemas com os vizinhos, que reclamavam dos “barulhos” das jam sessions e dos DJs, fizeram com que a casa investisse na cozinha e ampliasse o restaurante também para o andar de baixo.

12. El Jardi: Eis aqui um lugar diferente, que mesmo estando pertinho das Ramblas se mantém como um segredo guardado pelos locais. Ideal para as noites de verão, este restaurante fica nos jardins do antigo Hospital de Santa Creu, cercado por edifícios históricos, árvores e flores. O cardápio é compacto, mas tem saladinhas gostosas, sanduíches interessantes e pratos que mudam a cada dia.

13. Gusto: um italiano bem aprumado, decorado com fotos de Sophia Loren, feito de italianos para uma clientela predominantemente italiana (o que é um ótimo sinal). As pizzas (que levam um molho de tomate é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o) são as principais atrações da casa, mas todos os outros pratos, de massas a carnes, são feitos com esmero.

14. La Verónica (Rambla del Raval, 2, 34/933-293-303): Lugar moderninho que serve pizzas inventivas e saladonas bacanas. A casa da Rambla del Raval, inaugurada há pouco tempo, é mais gostosa que a do Gótico, que fica numa pracinha onde mocinhas de família não deveriam an
dar pela noite.

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15. La Bella Napoli (Calle Margarit, 12, 34/934-425-056) Tudo aqui funciona a alguns decibéis a mais do que o resto da humanidade. Mas é, sem dúvida, o melhor italiano de Barcelona, por unanimidade. Tanto as pizzas como as massas e os risottos são impecáveis, a carta de vinhos é farta e o serviço simpaticíssimo (às vezes até um pouco demais pro meu gosto, mas uma buratta de entrada com azeite extra virgem italiano me faz rir de qualquer piada de garçom carcamano).

16. Taverna El Glop: Um oásis de preço justo e comida boa na chiquérrima Rambla Catalunya, famosa por seus restaurantes pega-turista. Olhando o bar logo na entrada, com jeitão de boteco, você não dá nada pelo lugar. Mas no andar de baixo se esconde uma taverna agradável e jeitosa. A estrela da casa é o entrecot argentino de 400gr (14 euros). Mas todas as carnes, feitas na brasa, são bem servidas e saborosas. Os acompanhamentos, como pão com tomate e provolone na brasa, vêm em porções tiranossáuricas.

17. Mesón David: Hummmm, talvez o restaurante não seja exatamente bonito. Mas é tão bom e barato que não poderia deixar de estar nesta lista. Recentemente, a família de galegos que há N anos estava à frente deste restaurante familiar o vendeu para um grupo catalão. Quase cortei os pulsos, com saudades antecipadas dos antigos donos, bonachões e brincalhões, que já me chamavam pelo nome. Passada a depressão, admito que o lugar melhorou em vários aspectos. A comida ficou mais cuidada, o banheiro foi reformado e finalmente um ar condicionado foi instalado.

18. Carmelitas (foto): É um dos restaurantes mais charmosos e badalados do Alto Raval, instalado em um edifício onde funcionava um convento de freiras Carmelitas, reformado respeitando a arquitetura original. Com janelões enormes de vidro de onde se pode acompanhar o movimento cosmopolita do Raval, já serviu de cenário para vários filmes e propagandas de TV. O menu, minimalista, é inteiro feito com produtos vindos do Mercado de la Boquería, que fica ali ao lado. As receitas são sempre saudáveis e catalaníssimas (do guardanapo aos licores, aliás, tudo ali é catalão da gema). Para ir em grupos grandes, vale reservar os salões “secretos” no andar de baixo, isolados por cortinas.

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19. Restaurantes árabes da Calle Verdi: O Equinox foi o pioneiro da comida libanesa no bairro de Gràcia. E a moda pegou. Hoje em dia, a Calle Verdi é um corredor de restaurantes que servem bons tabules, kibes, etc. Todos tem mais ou menos o mesmo cardápio, mas alguns são mais jeitosos na decoração. Dê uma volta por ali e escolha o seu favorito.

20. Sésamo: É um dos restaurantes vegetarianos mais bem falados da cidade. E, desde o último fim de semana, reinaugurou incluindo no cardápio alguns pratos carnívoros em forma de tapas. É que o chef da casa, o australiano John, arrendou o lugar e se associou ao chef argentino Alfredo. Agora, além dos deliciosos croquetes de aspargos e de outras receitas para a turma do matinho, também tem bife de chorizo e jamon bellota na lista de comidinhas.

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