Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
Continua após publicidade

Atenção! Atenção! Não caia no golpe do posto de gasolina nos arredores de Cancún!

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h48 - Publicado em 7 fev 2012, 09h22

Comigo, que tenho a maior cara de gringa (e, ao que tudo indica, de tonta), a tentativa de golpe descrita a seguir aconteceu TRÊS vezes. Todas elas em postos de gasolina do eixo Tulum-Cancún.

 
Peço para o sujeito encher o tanque. Antes de mais nada, ele pergunta se o pagamento será feito em cash, porque a máquina do cartão não está funcionando (se você paga em cartão, o dinheiro vai todo para o chefe, certo?). Meio contrariada, digo que não há problema. Então ele pede para eu colocar o carro um pouquinho mais para frente, mesmo podendo perfeitamente alcançar o tanque com a mangueira. Dessa forma a bomba sai do meu raio de visão.

 
Vendo que insisto em manter o olho na bomba, o simpático (geralmente um frentista que está desocupado) entra em ação. De onde você é? Está gostando do México? É a sua primeira vez? A senhora sua mãe vai bem?
Papo vai, papo vem, o tanque está cheio. E a bomba marca 580 pesos (US$ 45).

 
Depois de rodar 5 mil quilômetros, eu sabia perfeitamente que um tanque cheio jamais poderia dar mais do que 400 pesos (US$ 30). E sabia muito bem que a gasolina no México custa cerca de 10 pesos por litro (US$ 0,80) — baratíssima, por sinal.

 
Então pergunto como um tanque pode ter saído tão caro (na primeira ocasião, havia chegado ao posto com meio tanque!). Quantos litros o sujeito teria conseguido enfiar no meu modesto Corsa? Estaria eu levando um galão extra no porta-malas?

Continua após a publicidade

 
Aí vem a mágica. Não sei em que parte do processo, o número de litros havia desaparecido do marcador digital. O único dos marcadores da bomba no qual havia um número expresso era o do preço total, que obviamente não correspondia ao correto.
Ao pedir para que imprimisse o tíquete digital da máquina, o frentista fica totalmente desconcertado. Mas eu insisto. Então ele baixa a cabeça, faz o que eu peço e.. voilá: o preço marcado é 330 pesos (US$ 26). Ou seja, estava sofrendo uma tentativa de roubo de US$ 20.

Diante da minha indignação (e da reação pouco amistosa do meu namorado, que é cinco vezes mais alto do que a média dos mexicanos), com a maior cara de salame do mundo, ele diz que havia acontecido um “erro do sistema”. Francamente…
Como escapar? Se o sujeito disser que a máquina do cartão não funciona, é sacanagem na certa. Caso você não tenha combustível para chegar a outro posto, diga de antemão que vocêvai precisar do tíquete digital da bomba e GRUDE o olho nos marcadores. Afinal de contas, meu amigo, você é MADE IN BRAZIL!

Siga @drisetti no Twitter

Publicidade