Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Aplicativo permite comprar dólar e euro sem banco e poucas taxas

O app Transferwise permite o usuário trocar moedas para viajar sem precisar aceitar taxas de bancos - entenda como ele funciona (e se é seguro)

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h06 - Publicado em 29 jun 2016, 13h00

Se tivesse que votar no aplicativo que mais facilitou a minha vida nos últimos 40 anos, escolheria o genial Transferwise, uma genial start-up criada pelos estonianos Taavet Hinrikus (que também foi o primeiro funcionário do Skype!) e Kristo Käärmann. A ferramenta já existe há um tempinho, mas só recentemente passou a fazer operações em reais. Quando me inscrevi, em abril do ano passado, apenas as principais moedas participavam da festa. Hoje em dia, 50 “dinheiros” do mundo podem ser convertidos pelo app. Testei essa maravilha duas vezes na última semana e vou contar para vocês como funciona.

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O primeiro passo é abrir uma conta. Para isso, basta preencher um formulário simples e escanear um documento (no meu caso, usei o passaporte). A verificação é feita em instantes e, a partir de então, você já pode começar a operar. A transferência precisa ser feita para uma conta no exterior. Ou seja, o aplicativo é muito mais útil para quem mora fora do que para turistas. Ainda assim, qualquer pessoa que tenha um amigo ou familiar vivendo fora do Brasil pode se beneficiar disso. Vai para os Estados Unidos? Tem alguém de confiança morando lá? Você pode perfeitamente fazer uma transferência e deixar os seus dólares esperando pela sua chegada.

Ao digitar o valor a ser transferido, você já sabe o quanto vai chegar na conta de destino (veja a tela abaixo). Hoje, R$ 1000 renderiam € 271, já com a taxa de R$ 19,61 incluída no pacote (na qual o IOF está embutido). Fazendo essa conversão no câmbio oficial, algo que é inimaginável em numa transferência internacional por qualquer banco, você teria € 276 euros. Ou seja, uma diferença de apenas € 5.

Captura de Tela 2016-06-29 às 15.53.19

Depois que o valor é estabelecido, você preenche o número da conta de banco no exterior para a qual pretende enviar dinheiro (que não precisa estar em seu nome) e, no final do processo, recebe um boleto bancário com código de barras para pagar pela transferência no prazo de mais ou menos 24 horas (o meu boleto era do banco Itaú). Uma vez pago o boleto, você recebe um email confirmando em que data o dinheiro cairá na conta estabelecida. Fiz duas operações de transferências e, em ambos os casos, o prazo estipulado foi de cinco dias. Nas duas ocasiões, o dinheiro chegou dois dias antes do previsto. Aplausos efusivos.

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Vejam um comparativo entre a mesma transferência pelo Transferwise e o banco Itaú no dia de hoje:

PELO TRANSFERWISE

R$ 1.000 = € 271,76 (já com a taxa de R$ 19,61 incluída nessa conta)

PELO ITAÚ

Os mesmos € 271,76 R$ custariam 1.134,91 (com taxa de R$ 100 + R$ 3,92 de IOF)

Ou seja, R$ 134 economizados, que podem render uns € 37 (um jantar espetacular, com vinho do bom, em Barcelona! heheh)

Como eles operam esse milagre?

A grande sacada do Transferwise é que ele não opera com transferências internacionais. O aplicativo nasceu de uma ideia simples. Imagine que eu tenha um amigo brasileiro que possui negócios aqui em Barcelona, que geram uma renda em euros. Mas ele precisa enviar dinheiro para a família que está no Brasil, em reais. Eu tenho rendimentos no Brasil, mas preciso viver em euros. O que fazemos? Eu transfiro os meus reais para a conta dele no Brasil. Ele transfere os seus euros para a minha conta aqui. Sem fazer nenhuma transação internacional (que implica taxas altíssimas), ficamos os dois felizes. O que o aplicativo faz é exatamente isso, só que numa escala global. Com esses reais que eu paguei pelos meus euros, é possível que haja, agora mesmo, um europeu feliz da vida indo curtir uma temporada no Rio de Janeiro. Deu pra entender? Esta reportagem do jornal O Estado de São Paulo explica melhor como nasceu e como funciona o Transferwise.

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