Vale dos Reis

Por Da Redação 20 jul 2012, 15h11

Quando o costume de sepultar os faraós sob grandes, caras e complexas pirâmides caiu em desuso, as cortes procuraram um lugar especial para a passagem à eternidade de seus homens-deuses. O seco vale próximo à Tebas (a atual Luxor), sob uma montanha com o sugestivo formato de pirâmide (Al-Qurn), era o lugar ideal. Este é o Vale dos Reis.

Ao longo do desfiladeiro você encontrará, qual casamatas, uma série de pequenas entradas para as refinadíssimas sepulturas, algumas com mais de 4 mil anos de existência. A evolução dos recintos, tanto na elaboração das plantas como no desenvolvimento das artes decorativas e os próprios hieroglifos, são visíveis a cada visita, principalmente quando feitas em ordem cronológica.

São dezenas de tombas a serem exploradas e é impossível visitar todas em um só dia (e nem valeria a pena fazer muitas visitas, a não ser que você seja um aficionado ou estudioso). Aliás, o governo só permite um máximo de três tumbas por dia, por uma questão de preservação dos bens. As centenas de turistas aguardando em longas filas e o calor dentro das câmaras mortuárias tornam a experiência extenuante, é bom lembrar. Entre os destaques do Vale dos Reis estão os dos faraós Ramsés VI (tumba 9), Ramsés III (11), Horemheb (57), a muito profunda de Amenhotep II, a bem escondida de Tutmés III (34) e, uma das melhores, a de Seti I, com seus mais de 120 metros de profundidade. Apesar da importância de Ramsés II, sua tumba foi saqueada à exaustão e hoje está muito dilapidada. Todavia, sua tumba hoje se encontra no Museu do Cairo, melancolicamente exposta ao público em uma sala sem graça. 

A grande estrela do Vale dos Reis, não por sua beleza ou grandiosidade, é a tumba do faraó Tutankhamon (62). Descoberta pelo arqueologista Howard Carter em 1922, foi a única, até hoje, a ser revelada intacta, com fabulosos tesouros. Considerando a pequena relevância do rei dentro da história egípcia, fica a pergunta do que poderia estar guardado nas saqueadas tumbas de monarcas mais importantes como Ramsés II. Todas as descobertas de Carter estão no Museu do Cairo, com exceção do sarcófago interno e sua múmia. Lembre-se que aqui se cobram entradas em separado, as filas são longas e a tumba em si é bem simples.

Nota: só há banheiros, áreas de descanso e lanchonetes na entrada do Vale. Assim, portanto, alivie-se antes de entrar e leve uma garrafinha d’água, pois o calor e as caminhadas lhe deixarão com muita sede.

 

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