Huacas del Sol y la Luna














Aos pés do Cerro Blanco, as Huacas del Sol y de la Luna conformam o principal núcleo político e cerimonial da cultura moche (ou mochica), que floresceu na costa norte do Peru entre 200 e 850 d.C. Duas grandes estruturas piramidais dominam a paisagem. Foram batizadas pelos arqueólogos de Huaca (voz quéchua que designa “lugar sagrado”) del Sol y de la Luna, das quais apenas a segunda está aberta à visitação (a primeira ainda não foi escavada). Entre elas, vestígios de ruas, avenidas, casas e praças que um dia abrigaram uma cidade onde viveram de 5 mil a 10 mil pessoas.
O projeto arqueológico na região, a 8 quilômetros de Trujillo, começa apenas em 1991 e, desde então, o passado moche vem sendo desenterrado. Anteriormente, o local já havia sido alvo de saques realizados por caçadores de tesouros. Mesmo assim, muitos objetos e peças de metal e cerâmica foram encontrados e estão em exposição no Museo Huacas de Moche, cuja entrada custa 3 soles.
Os trabalhos de escavação também revelaram extensos muros e paredes totalmente cobertos com pinturas policromáticas de figuras antropomorfas que reconstituem a história e os ritos moches ao longo dos tempos. O estudo dessas representações e de todo material dali retirado revela uma sociedade teocrática baseada em rituais de sacrifício em honra ao deus Ai-apaec, “aquele que dá e tira”. Arqueólogos descobriram no local um enterro com mais de 40 guerreiros sacrificados. Ai-apaec, também visto como o “deus degolador”, é representado com os olhos arregalados e os dentes arreganhados. Sabe-se também que os inimigos eram dessangrados para aplacar sua ferocidade.
A estrutura da Huaca de la Luna apresenta cinco níveis diferentes, cada um erigido em intervalos de aproximadamente 100 anos. Em todos há enterros de personagens importantes na época. Nas tumbas de líderes políticos, religiosos e militares eram depositadas todas as suas vestimentas e ornamentos utilizados em vida, além de pertences e objetos de uso comum oferecidos pela população. Nos casos mais relevantes, sacrifícios acompanhavam o personagem.
A entrada na Huaca de la Luna custa 10 soles por pessoa. O espaço conta com lanchonete, banheiros, lojinhas e uma feirinha de artesanato. Vale a pena também conferir o acervo exposto no Museo Huacas de Moche.