Continua após publicidade

Youtuber diz ser expulso de voo após conversar em árabe

Adam Saleh acusa os passageiros e a companhia aérea de preconceito racial; entenda o caso

Por umavidacompropositos
Atualizado em 26 dez 2016, 23h54 - Publicado em 26 dez 2016, 23h36

Imagine a cena: você embarca em um voo de Londres para Nova York. Antes da decolagem e enquanto a aeronave está de portas abertas, decide falar ao celular com alguém da sua família, em sua língua natal.

Outros passageiros se incomodam com isso e pedem para que converse apenas em inglês. O que você sente? Mais que isso, ao ouvir a sua negativa e iniciar uma discussão, esses mesmos passageiros comunicam o desconforto à equipe de bordo, que decide tirá-lo do avião.

Parece absurdo? O famoso youtuber Adam Saleh diz que passou exatamente por isso, ao falar em árabe com a mãe e depois com o amigo, que viajava com ele em um voo da Delta nessa semana.

Em um vídeo do incidente, compartilhado em suas redes sociais e visto por mais de 600 mil pessoas, Adam denuncia que ele e um amigo foram vítimas de preconceito racial. De acordo com o youtuber, ele se “sentiu como um terrorista” ao ser retirado da aeronave e impedido de embarcar novamente, tendo que pegar um outro voo da cia aérea, o que atrasou a sua chegada aos Estados Unidos.

De acordo com a Delta, a equipe de bordo decidiu retirá-los após vários passageiros demonstrarem desconforto com o comportamento dos amigos, mas a companhia não especificou o que causou o incômodo.

Há quem questione a veracidade da história, já que Adam Saleh é conhecido por gravar “pegadinhas” em aeroportos e também envolvendo questões raciais.

Em um de seus últimos vídeos, por exemplo, ele finge ter viajado até a Austrália dentro de uma mala. Porém, Adam garante que, dessa vez, é tudo real e lançou uma campanha de boicote à companhia aérea, com a hashtag #boycottdelta.

Continua após a publicidade

Seja como for, o caso levantou uma discussão sobre preconceito contra árabes e muçulmanos em viagens – vale lembrar que nem todo árabe segue o islamismo e, claro, a grande maioria dos muçulmanos não tem nenhum tipo de vínculo com terroristas ou radicais religiosos. Inclusive, eles são os que mais sofrem com a ação destes.

De acordo com o Conselho de Relações Islâmico-Americanas, o youtuber não seria a primeira vítima de preconceito em voos e o número de reclamações sobre problemas como esse tem aumentado.

Em abril, por exemplo, o estudante Khairuldeen Makhzoomi foi retirado de uma aeronave da Southwest Airlines após falar em árabe com seu tio, tendo que passar por uma entrevista com o FBI para embarcar novamente.

Publicidade