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Lojas que amamos

Essas lojas parecem galerias de arte ou centros de diversão. Têm as grifes mais desejadas do mundo e muito mais. Conheça seis que são atrações turísticas

Por Ilana Rehavia
Atualizado em 5 jul 2021, 15h03 - Publicado em 14 set 2011, 19h08

Há muita, muita gente que viaja apenas para comprar. Pesquisa do Departamento de Comércio americano mostra que 89% dos brasileiros que vão aos Estados Unidos fazem compras – ao passo que 43% frequentam parques temáticos e 33% fazem questão de ir a museus e galerias. Mas há algumas lojas que vão além: são destinos em si. Essas conquistam 100%, tanto pelo ambiente quanto pelos produtos. São as lojas-conceito, onde o que está à venda, mais que roupas, acessórios ou objetos de design, é, pode-se dizer, um estilo de vida. Das Apple Store, que tentam marcar as cidades onde estão com a mesma beleza dos produtos que vendem, à 10 Corso Como, em um palácio de Milão, que sintetiza perfeitamente o espírito fashionista da capital da moda italiana; da gigantesca tudo-para-o-lar Ikea à ilusionista Pylones, com seus produtos que não são o que parecem, mostramos nas páginas a seguir lugares irresistíveis para quem não pode ver um shopping, seja para entrar correndo, seja para correr dele.

Imersão fashion

Fundada pela galerista e jornalista de moda italiana Carla Sozzani, a 10 Corso Como (Corso Como, 10, 39-02/2900-2674, www.10corsocomo.com) integra arte, moda e design em um único espaço, o pátio interno de um tradicional palazzo nos arredores de Milão. Comprar é apenas um pretexto em um lugar que tem galeria de arte, livraria, restaurante e até hotel. Apesar de tantos produtos e ambientes, os espaços se completam perfeitamente. A loja reúne algumas das mais badaladas grifes de design e moda feminina e masculina do mundo, como Miu Mui, Céline, Balmain, Prada e Martin Margiela. Essas marcas também podem ser encontradas, a preços mais baixos, em uma conveniente ponta de estoque. Sacolas de tecido (desde € 25) e camisetas estampadas (a € 35) podem virar presentes que fogem do tradicional suvenir.

Com tanta coisa para ver e fazer, é fácil perder a noção de tempo. Separe, portanto, pelo menos uma tarde para a visita. Mas, se a sedução for total, saiba que há um pequeno hotel no complexo, o autoexplicativo 3 Rooms (diárias desde € 270). As três suítes são decoradas na mesma linha do resto do empório.

A fantástica loja de brinquedos

Existem inúmeras razões para que um adulto deseje voltar à infância, e uma delas pode ser visitar a Hamleys (188- 196 Regent Street, 44/0800-2802444, www.hamleys.com), tida como a primeira loja de brinquedos do mundo, em Londres. São sete andares. No porão ficam Lego e brinquedos de construção; no térreo, bichos de pelúcia. No 1º andar, jogos de tabuleiro e uma oficina de ursinhos. Mais acima, bonecas, carros e kits para montagem de trens e aviões. Os produtos são diferentes, mas a emoção das crianças não muda. No Natal, o lugar enlouquece. E, como a Hamleys celebra, em 2010, seu 250º ano de existência – sim, você leu direito, eles tinham 77 na coroação da rainha Vitória –, o mês promete. As crianças podem tomar um autêntico chá inglês com o Papai Noel ou conhecer os brinquedos-estrelas de 2010, como a guitarra PaperJamz (£ 26) e a Barbie Video Girl (£ 61). Com grana, considere o pernoite para os pequenos. Custa £ 4 500 (grupo de dez crianças), mas inclui fantasias, jantar e caça ao tesouro. No final, as crianças se enrolam no saco de dormir e assistem a um filme com suco e pipoca. Depois disso, imagine se não vão querer voltar a Londres.

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Museu de novidades

Poucas marcas são tão reverenciadas no mundo quanto a Apple, e isso antes mesmo do iPhone. O primeiro dia de vendas de qualquer novo gadget gera um frisson nas cidades digno da chegada de superstars. Há mais de 300 lojas off-line da Apple, as Apple Retail Store, nos Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Alemanha, Suíça, China, Japão e Austrália. O design que conta tanto para os produtos vale também para elas, instaladas em edifícios tecnológicos cheios de luz natural, vidro e transparências, como a do Upper West Side, em Nova York, e de White City, em Londres, ou até mesmo totalmente integradas a um edifício neoclássico, como a do bairro Opera, em Paris. Dentro, especialistas indicam produtos e aplicativos mais convenientes para cada cliente. Em algumas unidades há o Genius Bar, em que nerds treinados pela marca ajudam a resolver problemas. Em Nova York, o tablet iPad tem preços começando em US$ 499. Em Paris, a cifra é a mesma, mas em euros.

Prateleiras surreais

Quem acha que uma tesoura serve apenas para cortar nunca deparou com o universo multicolorido da marca francesa Pylones (57 Rue St. Louis en L’île, 33-1/4634-0502, Paris – veja outros endereços em www.pylones.com). Nas mãos dos designers do magazine, utensílios domésticos viram criações surrealistas. Tesouras em forma de pássaros, martelos com estampas floridas, funis com cara de elefante… Quem entra nas lojas da marca em Paris ou fora da Cidade Luz dificilmente sai de mãos vazias – os amigos adoram. A primeira Pylones abriu as portas, em 1985, na Île de St. Louis, no coração da capital francesa. A marca cresceu e hoje tem lojas e quiosques em várias partes do mundo, inclusive no Brasil (shoppings Iguatemi e Market Place, em São Paulo; Barra Shopping e Shopping Leblon, no Rio). Mas, mesmo para quem já conhece o conceito, nada se compara à experiência de mergulhar com todos os sentidos no mundo Pylones em Paris, onde tudo começou. Entre os fortes candidatos a embarcar de volta no voo para o Brasil estão as molduras para fotos (desde € 15), os radinhos estampados (€ 38) e os grampeadores em forma de coloridas caveiras (€ 29).

Pão e grife

Idealizada por Rei Kawakubo, criadora da marca japonesa Comme des Garçons, a Dover Street Market (17-18 Dover Street, 44-20/7518-0680, www.doverstreetmarket.com), em Londres, investe no “ato de vestir como uma forma de expressão”. Em cada canto, uma inspiração diferente, como estruturas tubulares futuristas e uma mesa de pôquer com manequins. Além das peças da própria Comme des Garçons, os seis andares da loja abrigam a nova geração: Hussein Chalayan, Alexander Wang, Gareth Pugwh e Christopher Kane. Mas há também marcas estabelecidas, como Lanvin, Yves Saint Laurent, Azzedine Alaïa e Givenchy. A cada temporada, alguns dos estilistas preparam pessoalmente os ambientes dedicados a suas criações. Entre os artigos mais baratos estão um tênis All Star de £ 90 e uma capa de passaporte por £ 194. O lugar ainda abriga um bistrô com nome de padaria, a Rose Bakery – tem pão quente saindo no forno, mas serve também saladas, sopas, quiches e sobremesas.

Lar Center

Na hora de mobiliar a casa sem gastar uma fortuna, a Ikea está no topo da lista dos europeus. Seus móveis são simples e funcionais, mas bem mais bonitos do que essas palavras sugerem. A rede nasceu na Suécia e tem hoje mais de 300 lojas em 35 países. A Ikea vende produtos matadores, e muitos dá para levar na bagagem. É comum ver jovens casais em seus enormes espaços com lápis e fitas métricas. Isso gerou até uma expressão engraçada, quando os homens, após uma tarde inteira no lugar, ficam com “cara de marido na Ikea”. A experiência é “mão na massa”: você anota a referência do móvel escolhido, localiza-o no depósito, pega as caixas, paga e, ao chegar em casa, monta o produto. Sofás de dois lugares custam desde € 160, mesas de centro, € 17, e abajures, € 10. Com objetivos sérios, prepare uma lista de compras, deixe as crianças no playground supervisionado e faça uma pausa na hora apropriada no restaurante para as ótimas almôndegas e outras iguarias suecas. No meio da semana é mais vazio.

 

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