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Entenda a polêmica do ‘Pug Mijão’ e o Touro de Wall Street em NY

A estátua de um cachorrinho fazendo xixi deu o que falar em um dos pontos turísticos da cidade

Por Julia Latorre
Atualizado em 1 jun 2017, 13h56 - Publicado em 31 Maio 2017, 18h02

Em março deste ano, a estátua de uma menininha encarando o Touro de Wall Street, um dos símbolos de Nova York, foi instalada em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (08/03) e fez tanto sucesso que resolveram deixá-la exposta até fevereiro de 2018, de acordo com a prefeitura da cidade. Desde então, a estátua de 1,27 m que reproduz uma menininha encarando o bichão de bronze que pesa 3,5 toneladas passou a ser conhecida como a ‘Garota Destemida‘.

Desrespeito ou ‘arte’? (NY Post/Reprodução)

Acontece que, na última segunda-feira (29/05), as duas estátuas ganharam um novo companheiro de bronze: um cachorro pug em pose de fazer xixi praticamente sobre os pés da garotinha corajosa. O autor da obra é nova-iorquino e se chama Alex Gardega. Ao pé da letra, a tradução da nova intervenção é ‘Pug Mijão’ (Pissing Pug).

Não demorou para que a estátua do cachorro fosse removida no mesmo dia após gerar incômodo em muita gente, principalmente nas mulheres, que podem encarar a mensagem dessa intervenção como um verdadeiro descaso à luta feminista.

O autor do Touro de Wall Street afirma que essa é uma maneira de ter ’15 minutos de fama’ (NY Post/Reprodução)

Em entrevista ao “New York Post”, Alex Gardega explicou que o pug fazendo xixi não é uma afronta ao feminismo e sim à publicidade que está por trás da menininha, já que essa estátua para o Dia Internacional da Mulher foi financiada por empresas e tinha fins publicitários e não artísticos. Na mesma entrevista ao “NY Post”, o artista italiano Arturo di Modica, autor do Touro de Wall Street, se mostrou descontente com ambas as estátuas e disse que isso é um maneira de roubar 15 minutos de fama em cima do seu trabalho: “Eu sabia que isso acontecer após a Garota Destemida, agora todo mundo vai colocar alguma coisa lá”, afirmou.

No entanto, apesar das opiniões de ambos os artistas, nenhum deles é mulher. Cabe a elas (nós) saber o tamanho da luta do feminismo e as pequenas coisas que podem fazer a diferença para mudar pouco a pouco e fazer com que mais pessoas reflitam sobre a situação. Seja alterando o nome de ruas, com a estátua de uma menininha de bronze ou da maneira que cada pessoa achar mais conveniente. Cada mulher sabe o que pode ou não pode ser considerado falta de respeito.

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