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A lição do Sandy

Uma tragédia natural pode pegar qualquer turista de surpresa, mas não precisa significar o fim das férias

Por Seth Kugel
Atualizado em 2 jul 2021, 12h22 - Publicado em 12 dez 2012, 17h57

Em 29 de outubro, o furacão Sandy atingiu Nova York. Milhões de americanos na região ficaram sem luz, milhares perderam as casas, mais de 100 perderam a vida.

Dois dias depois, os aeroportos reabriram e turistas chegaram à cidade com planos de ver o Metropolitan Museum e assistir a algum show da Broadway. (Ou ainda, no caso dos brasileiros, comprar iPads na Apple Store e câmeras na B&H.)

Mas o que fazer quando um desastre como o Sandy ameaça estragar suas férias?

Como morador de Nova York, vi dois exemplos não dignos de imitar: a turista que lamentou na TV que as Apple Stores tinham fechado e uma amiga que chegou exausta na cidade e reclamou das duas horas de espera na fila da imigração no aeroporto. As lojas reabriram dois dias depois. Não sei por que a fila do aeroporto estava lenta, mas talvez alguns oficiais de imigração não tenham conseguido chegar ao trabalho porque suas casas não tinham água, luz ou, quem sabe, telhado.

Em situações como essa, o melhor a fazer é ser flexível e pensar um pouco antes de falar. Aproveite para testemunhar ao vivo os acontecimentos e conhecer o lugar em um momento diferente, ainda que frágil. No melhor dos casos é uma chance de ver aberta a janela da alma do povo local. Dois dias depois do furacão, conheci um australiano que estava em Nova York a trabalho e teve todas as reuniões canceladas. Ele me contou que passou o tempo em bares e restaurantes e que não esperava encontrar nova-iorquinos tão abertos aos desconhecidos. Ele fez coisas simples, perguntou se estava tudo bem, escutou histórias.

Nova York não é sempre assim. Depois do Sandy, a cidade desacelerou e seus habitantes viraram seres humanos de novo, passamos a agir em público como agimos só em família.

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Se algum Sandy atrapalhar a sua viagem, seja flexível, abandone planos, voluntarie-se – ouvi na rádio que turistas foram ajudar nas áreas destruídas e trabalharam ombro a ombro com os americanos. Ou simplesmente pergunte aos outros se está tudo bem, escute histórias. Aproveite a oportunidade para ter uma experiência única, ainda que não seja a que você tinha em mente.

→ *Seth Kugel gostaria de ver seus conterrâneos mais abertos ao longo do ano  

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