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48 Horas em Istambul: um roteiro de viagem pela cidade turca

Do Grande Bazar à mesquitas dos sonhos, um roteiro pela milenar cidade da Turquia

Por Adriana Setti
Atualizado em 16 dez 2016, 08h07 - Publicado em 28 fev 2013, 14h42

Desde que a Turkish Airlines passou a voar direto de São Paulo a Istambul em 2010, os brasileiros são onipresentes na Turquia. Sentir-se em casa em uma das metrópoles mais interessantes do mundo é um privilégio. Com o legado de quem já foi o centro do globo, a antiga Constantinopla recentemente desempenhou o papel de capital europeia da cultura. Para fazer bonito, passou previamente por um lift. Entre outros retoques, Istambul finalmente terminou uma longa etapa de restauração da joia de sua coroa, Santa Sofia, erguida como basílica pelos bizantinos no ano de 537. Outro ícone da cidade, o Palácio Topkapi, de onde governavam os sultões do Império Otomano, reabriu uma ala inteiramente reformada. Com um pé na Ásia e outro cada vez mais firme na Europa, e mais bela do que nunca, a maior cidade da Turquia às altas expectativas tupiniquins. É bom que se diga: 48 hora em Istambul não serão suficientes, mas serão alguns dos mais incríveis da sua vida.

Dia 1

Tenha um pouco de paciência para encarar a eterna fila de entrada e comece pelo edifício mais emblemático de Istambul,  Santa Sofia (Aya Sofia). Construída à mando do imperador Justiniano entre os anos 527 e 565, ela foi uma estratégia do governante para reafirmar o poderio de Roma e do catolicismo. A igreja – hoje convertida em museu – é um daqueles lugares que fazem as pernas tremerem sob o impacto de sua grandeza.

A segunda atração mais impressionante da cidade fica justamente em frente a Santa Sofia. A localização é proposital. A Mesquita Azul, menina dos olhos de Istambul, foi construída neste local estratégico justamente para rivalizar com aquela que já foi uma igreja, impondo o poder do Islã sobre o catolicismo. Por isso, vale a pena conhecer as duas no mesmo dia e fazer as comparações. Iluminada e inteiramente decorada por dentro, a mesquita é de uma beleza tocante. A entrada, grátis, é vetada durante as orações (se ouvir o chamado que emana dos minaretes, deixe para depois). É preciso vestir calça comprida ou saia longa (e não justas) e as mulheres devem cobrir o cabelo em sinal de respeito.

Depois do nocaute proporcionado pela dupla de ouro da metrópole, fica até difícil notar a modesta entrada da Cisterna da Basílica. Mas não desista. Em seu interior, a cisterna construída por Justiniano em 532 para abastecer o palácio de Topkapi é uma grata surpresa. A dez minutos de caminhada da cisterna, o Grande Bazar é uma das grandes atrações da cidade, literalmente: é o maior mercado coberto do mundo. Luminárias, tapetes, bijuterias, cerâmicas, enfeites e um sem fim de badulaques são vendidos em suas barraquinhas. A regra é pechinchar incansavelmente. Ainda assim, os preços pagos no Grande Bazar costumam ser iguais (ou maiores) do que em qualquer loja da cidade. Se você tiver a sorte de presenciar um leilão de ouro, quando dezenas de turcos munidos de telefones celulares gritam ao mesmo tempo (como se estivessem numa bolsa de valores), valerá o programa. Perto do Bazaar, na avenida Divan Yolu, ainda há outras atrações menores, como a Coluna Queimada (Cemberlitas), erguida pelo imperador Constantino no ano 330, e as tumbas dos sultões.

Palácio Topkapi, Istambul, Turquia

Vista aérea do complexo do Palácio Topkapi. Foto: Thinkstock

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Dia 2

Na alta temporada (abril a outubro), você vai precisar de fartas doses de paciência para conhecer glorioso Palácio de Topkapi, onde uma série de sultões otomanos viveram entre os séculos 15 e 19. A ala do tesouro, campeã em filas, guarda relíquias como “as barbas do profeta” — supostas madeixas da barba de Maomé. Deixe o harém por último, caso contrário tudo o mais poderá parecer um pouco sem graça. Reserve pelo menos uma manhã ou uma tarde inteira, e um tempo extra para descansar as pernas depois, de preferencia num legítimo banho turco.

Com as forças recobradas, rume ao Mercado de Especiarias. Próximo ao porto de Eminonu, ele é menos turístico – e mais em conta – do que o Grande Bazar. Perto do mercado, vizinho da mesquita de Rustem Pasa, você ouvirá alguns sujeitos gritando pelo megafone “Borfor! Bosfor!”. Vale a pena entrar em um dos barcões atracados e fazer o passeio pelo Estreito de Bósforo. Durante o percurso é possível avistar palácios, casarões e o inigualável skyline de Istambul, com seus minaretes apontando ao céu.

Fique mais um dia

Convoque novamente a sua paciência para enfrentar as filas do Palácio de Dolmabahce, capaz de fazer os lustres de Versalhes tremerem de inveja. O palácio foi construído no século 19 para servir de residência para o último sultão e, depois, foi utilizado como moradia temporária para o presidente Atatürk. O maior herói nacional e responsável pela modernização do país passou desta para uma melhor nos domínios de Dolmabahce, o que conferiu uma áurea sagrada ao local. Tanto a área pública como a que se prestava à vida familiar do sultão só podem ser visitadas com um guia. Os grupos vão sendo organizados conforme o idioma. E dá-lhe mais espera.

Depois, pegue um funicular na estação de Kabatas (pertinho do palácio) e suba até Taksim, o centro da Istambul moderna. Ali tem começo uma imensa esplanada por onde milhares de pessoas circulam freneticamente dia e noite (a avenida Istiklal). Vá descendo em direção à torre Galata, bem mais adiante, parando em todos os bequinhos, lojas, bares e cafés que interessarem. Rende uma tarde inteira flanando e, se quiser esticar a noite, este é o lugar.

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