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13 paisagens surreais escondidas no interior da China

Para conhecer a China além da Muralha: veja parques com montanhas e lagos impressionantes, além de cidades chinesas maravilhosas

Por Lívia Aguiar | Edição: Ludmilla Balduino
Atualizado em 11 jan 2019, 14h32 - Publicado em 17 fev 2016, 16h21

Com um território de mais de 9 milhões de km², é claro que a China é muito mais do que os clássicos (e interessantíssimos) passeios por Pequim, Xangai, Hong Kong e a Grande Muralha.

Por muitos anos o país dificultou o turismo de turistas estrangeiros, o que fez com que as belezas naturais e históricas da China fossem vistas apenas por turistas locais.

Felizmente, desde o começo da reforma política e reabertura do país na década de 1980, e mais ainda depois das Olimpíadas de 2012, é bem tranquilo conseguir um visto para desvendar as maravilhas da China.

Ainda que o país receba muitos turistas de fora todos os anos (é o terceiro país mais visitado do mundo, foram quase 56 milhões de estrangeiros em 2010), o maior desafio que eles encontram é orientar-se sem saber falar mandarim ou cantonês.

Poucos falam inglês e quase nenhum restaurante fora da rota turística tem cardápio traduzido ou mesmo com fotos dos pratos.

Mas nada que não dê pra contornar com uma boa dose de cara-de-pau, muitos gestos, paciência e observação – principalmente dos pratos dos vizinhos de mesa. Na dúvida, peça “the same” (“o mesmo”) apontando para a comida que parecer mais apetitosa.

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O esforço e as horas de voo para chegar até lá valem a pena: essas fotos são apenas um gostinho do que há de mais surreal em diferentes partes do território.

De norte a sul, leste a oeste, em territórios autônomos, províncias distantes da costa e locais onde ainda há conflito de soberania (para chegar até o Tibete é preciso um visto especial, já Macau é uma região onde brasileiros entram sem visto algum), a China tem paisagens para todos os gostos e uma estrutura de turismo de dar inveja.

Evite ir em julho e agosto, época de férias de verão na China que faz com que a maioria das atrações turísticas do país fiquem lotadas.

Se você já está indo para aqueles lados do oriente, 9 horas à nossa frente no fuso-horário, que tal estender a viagem mais uns dias e conhecer um (ou mais) desses lugares?

1. Lago das Cinco Flores

Lago das Cinco Flores, Parque Nacional Jiuzhaigou, província de Sichuan

A paisagem parece ter saído de um calendário de belezas naturais do mundo, não parece? O Parque Nacional Jiuzhaigou, na beirada do platô tibetano da província de Sichuan, se estica por 72 mil hectares e abriga diversas cachoeiras, lagos coloridos e montanhas com picos nevados.

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O Lago das Cinco Flores, na foto, tem seu fundo de água cristalina cortado por diversos troncos de árvores anciãs que caíram em seu leito há dezenas de anos.

É preciso contratar um guia para passear pelo parque e infelizmente o clima é subtropical a temperado, então as águas são geladas demais para um mergulho mais demorado. Para chegar, é preciso alugar um carro ou pegar um ônibus saindo de Xian.

2. Montanhas Arco-Íris

(BIHAIBO/iStock)

Montanhas formadas por rochas de arenito vermelho em diversas camadas e estágios de erosão formam essas faixas coloridas impressionantes. Elas estão no Parque Nacional Geológico Danxia, na província Gansu, próximo à cidade de Zhangye, região noroeste da China.

Chegando lá, não é possível andar com o próprio carro ou ônibus turístico pelas montanhas. O parque disponibiliza diversos carros de visitação e dá para ver as montanhas arco-íris desde quatro plataformas de observação – esteja lá para o pôr do sol, quando as montanhas ficam ainda mais coloridas e contrastadas.

3. Monte Everest

Monte Everest
(Viagem e Turismo/Viagem e Turismo)

O Everest, a montanha mais alta da Terra, a 8.848 metros acima do nível do mar, fica na região autônoma do Tibet, atualmente ocupada pelo governo chinês. A visita pode ser feita tanto pelo lado nepalês quanto tibetano.

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Escalar o Everest não é para todos, mas vê-lo de longe, realizar caminhadas em montanhas mais baixas da cordilheira do Himalaia e conhecer a capital do Tibet, Lhasa, já são ingredientes para uma viagem inesquecível.

4. Montanhas “Aleluia”

Yuanjiajie, no Parque Nacional Florestal Zhangjiajie, província de Hunan
(chensiyuan/Wikimedia Commons)

As Yuanjiajie, essas montanhas que ficam no Parque Nacional Florestal Zhangjiajie, na província de Hunan, serviram de inspiração para a fictícia Montanha Hallelujah do filme Avatar – agora elas até são chamadas por esse nome nas agências de turismo local. Os pilares de arenito ficam ainda mais bonitos quando estão envoltos em neblina.

5. Plantações de arroz

Campo de arroz de Yunnan, China
(Creative commons/Flickr)

Essa paisagem parece ter saído de um livro de colorir, mas é real! Para crescer, o arroz precisa estar levemente inundado e os asiáticos desenvolveram uma técnica de construção de terraços e aquedutos que possibilitou sua plantação até nas montanhas mais íngremes e com pouca chuva.

Os Yuanyang. campos de arroz da etnia Hani, na província de Yunnan, são parte intrínseca da cultura local e tem um papel vital na manutenção de sua cultura.

A melhor época para ver os campos da etnia Hani é em fevereiro e março, quando os camponeses enchem os terraços de água em preparação para aragem da terra. A água empoçada reflete os raios solares e se colore em diversos tons.

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6. Macau

(orpheus26/iStock)

Todo mundo ouve falar de Hong Kong, mas muitos se esquecem da ex-colônia portuguesa que voltou às mãos chinesas em 1999. De lá pra cá, Macau se tornou a terra dos cassinos chineses e recebeu o apelido de Las Vegas do Oriente.

Na verdade, a receita gerada pelas apostas dos 33 casinos de Macau ultrapassou a da cidade estadunidense em 2007 e todo ano bate recordes.

As luzes piscantes do Grand Lisboa, o primeiro cassino da cidade, iluminam tudo à volta. Ele ainda tem a forma de um grande abacaxi, hahaha. Na ilha onde estão a maioria dos cassinos existem até canais artificiais e gôndolas que imitam Veneza!

Saindo da área de apostas, o centro histórico é cheio de placas e explicações turísticas em português, mas vai ser difícil encontrar alguém que fale a língua.

Restaurantes vendem pastel de natas (o português pastel de Belém) e bacalhau à portuguesa enquanto outros se especializam na “sopa de fitas” (sopa de macarrão) e bolinhos no vapor típicos chineses.

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É fácil chegar a Macau partindo de Hong Kong de ferry em uma day-trip, mas você vai querer ficar mais tempo lá, te garanto.

7. Montanhas de Yangshuo

Montanhas cársticas de Yangshuo, pronvíncia de Guangxi, China
(Chensiyuan/Wikimedia Commons)

Morros verticais cobertos de vegetação no meio de uma paisagem rural chinesa daquelas que vivem na nossa imaginação. As montanhas cársticas da região de Yangshuo, na província de Guangxi, se misturam aos campos de arroz e lagos cristalinos onde se pratica a pesca com rede em técnica milenar.

A beleza é tamanha que valeu ser eternizada na nota de 20 yuans. Pode-se descobrir a região de bicicleta ou a bordo de uma canoa de bambu pelo rio Li. Outra atividade turística popular é a escalada desses paredões.

Para chegar, é preciso primeiro ir a Guilin e de lá pegar um ônibus até a hippie cidade de Yangshuo.

8. Povoado de Hongcun

South_Lake_of_Hongcun_20141110
(creative commons/Wikimedia Commons)

Esse pequeno vilarejo na região histórica de Huizhou, na província de Anhui, tem estimadamente 2 mil anos de existência.

Ela fica ao redor de uma região de lagos e sua forma é interpretada como um búfalo, animal de tração importante da região:  as quatro pontes da cidadezinha são as patas, as casas formam o delineado do corpo, a montanha próxima é a cabeça, com três árvores no topo que seriam os chifres.

Os lagos e riacho Jiyin representam os intestinos e órgãos internos do animal. A arquitetura e detalhes entalhados do povoado são consideradas as melhores representações de sua época.

Todo o vilarejo está protegido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 2000.

9. Montanhas Wuyi

Montanhas Wuyi, província de Fujiang
(creative commons/Wikimedia Commons)

Localizadas próximas a Nanping, na província de Fujiang, a oeste da China, as montanhas são consideradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1999 devido aos seus valores culturais, cênicos e de biodiversidade única.

Belos rios serpenteiam entre montanhas e penhascos formados devido a atividade vulcânica milhares de anos atrás. Humanos ocupam a área há 4 mil anos aproximadamente e a principal atividade da região, além do turismo que começou recentemente, é o cultivo de folhas de chá.

10. Lago Yueyaquan

Lago Yueyaquan, província de Gansu, também conhecido como "Crescent Lake, na China
(Zossolino/Wikimedia Commons)

Também conhecido como “Crescent Lake” devido ao seu formato de lua crescente, ele é um oásis no deserto de Gobi (província de Gansu), ocupado há mais de 2 mil anos.

Localizado a 6km da cidade de Dunhuang, ele vinha secando devido à intensa ocupação humana, mas o governo tem feito esforços de enchê-lo novamente e, desde 2006, esses esforços estão tendo resultados significativos.

11. Lago Karakul

Lago Karakul e monte nevado, na China
(Viagem e Turismo/Viagem e Turismo)

Localizado na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, mais a leste da China, quase na fronteira com o Paquistão, é preciso percorrer a Rodovia Karakoram, uma das estradas mais perigosas do mundo, para chegar ao Lago Karakul.

Seu nome se traduz para “Lago Negro” e a vista estonteante se completa com três picos altos nevados o ano todo: Muztagh Ata (7546 m), Kongur Tagh (7649 m) e Kongur Tiube (7530 m).

A população que vive na região é da etnia nômade Kirgz, que é maioria no Quirguistão.

12. Caverna Reed Flute

Caverna Reed Flute, na China, com lago refletindo as estalagmites
(Viagem e Turismo/Viagem e Turismo)

A caverna tem mais de 240 metros de profundidade e está coberta de estalagtites e estalagmites de formas estranhas e impressionantes. Elas estão iluminadas atualmente com lâmpadas coloridas que dão um ar bastante kitsch à paisagem natural.

Dentro da caverna foram encontradas inscrições em tinta nanquim feitas há milhares de anos: a mais antiga data de 792 a.C., durante a Dinastia Tang.

A caverna foi redescoberta em 1940, quando um grupo de refugiados fugindo de tropas japonesas encontrou a entrada, na província de Guangxi.

13. Templo Suspenso Xuankong

Templo milenar suspenso Hunyuan Xuankong, incrustado na rocha, na China
(Viagem e Turismo/Viagem e Turismo)

O templo foi construído no meio de um despenhadeiro da província de Shanxi há mais de 1500 anos.

Sua notabilidade não se deve apenas ao local de construção inusitado (para não dizer maluco): ele também é o único templo ainda de pé que combina três das religiões tradicionais chinesas: budismo, taoísmo e confucionismo.

A estrutura é mantida no lugar graças a troncos de carvalho encravados na rocha. Sua localização logo abaixo de um pico proeminente o protege da erosão causada pela chuva e luz solar. A cidade mais próxima é Datong, a 64km de distância.

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