Praia do Forte (BA): praias, hospedagem, restaurantes e mais

Por Mirela Mazzola, Barbara Ligero Atualizado em 26 out 2023, 10h41 - Publicado em 29 nov 2021, 20h39

O distrito mais badalado da Linha Verde (trecho do litoral ao norte de Salvador) oferece uma estrutura respeitável, com resorts, pousadas graciosas, restaurantes e programas para a família. Ao mesmo tempo, a despeito da curta distância da capital – são cerca de 60 km desde o Aeroporto de Salvador –, a Praia do Forte conseguiu preservar o charme de vilarejo e se manter antenada no turismo sustentável. Afora as praias, a mais famosa atração local é o Projeto Tamar, símbolo da região que estuda e preserva as tartarugas marinhas há mais de 30 anos. Outro ponto de interesse imperdível, o Castelo Garcia D’Ávila é uma das primeiras fortificações do país, erguida a partir de 1551, e que ganhou um novo museu interativo em 2021. 

Melhor época para visitar Praia do Forte

Uma boa notícia: chove pouco nos meses de verão, entre dezembro e fevereiro. Entre abril e junho a chuva cai forte e pode comprometer mais de um dia de viagem. Por ser um destino bem-estruturado e próximo à capital, os feriados e meses de férias escolares correspondem à alta temporada (as diárias nos resorts podem subir consideravelmente). Quem viaja entre julho e outubro pode fazer o passeio de observação de baleias-jubarte. Uma vez por ano, o festival Tempero no Forte reúne vários restaurantes, que devem preparar um prato especial para o evento, e há apresentações musicais gratuitas.  

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Como chegar à Praia do Forte

O distrito de Praia do Forte faz parte do município de Mata de São João, ao qual também pertence Imbassaí. A Linha Verde (BA-099), duplicada, é a via de acesso entre o Aeroporto de Salvador e o destino – é possível sair dali de táxi (prefira sempre o das cooperativas credenciadas) ou Uber. Também vale conferir se o hotel oferece alguma alternativa de transfer. Na volta, melhor reservar o traslado na hospedagem antes para não correr risco. 

O serviço de van executiva Expresso Linha Branca faz o trajeto entre o Shopping da Bahia (antigo Iguatemi), em Salvador, e Praia do Forte. Além do Uber, é possível chegar lá de metrô (desça na estação Rodoviária).

Se preferir alugar um carro, lembre-se de verificar se há estacionamento na hospedagem ou será preciso estacionar em um dos bolsões autorizados (veículos não podem circular na vila), que cobram por hora ou diária. Ou seja, essa opção só costuma compensar se você for ficar poucos dias ou estiver percorrendo outras praias da costa. Do contrário, o carro mal será usado.

Como circular na Praia do Forte

O burburinho da vila acontece no entorno da Alameda do Sol (antiga Avenida ACM), fechada para carros e que enfileira de lojas simples a grifes nacionais. Durante o dia, o movimento é grande na praça da Igreja de São Francisco, onde baianas vendem acarajé e turistas visitam o Projeto Tamar. Na Praça da Música, artesãs vendem chapéus, bolsas, carteiras e jogos americanos feitos com palha de piaçava. Os hotéis e pousadas se espalham pela vila e pelo Condomínio Aldeia dos Pescadores, com acesso livre para banhistas. Bicitáxis e tuk tuks transportam os turistas entre o centro, as hospedagens e atrações como o Projeto Tamar e o Castelo Garcia D’Àvila

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O que fazer na Praia do Forte

Praia

A Praia do Forte tem 14 quilômetros de orla preservada, acessados pela vila, pelo Condomínio Aldeia dos Pescadores ou pelos resorts. Na parte central, próxima ao farol e à vila, há mais movimento, com barraquinhas, bares e barcos de pescadores. Próximo à Igrejinha de São Francisco de Assis, onde fica o projeto Tamar, o trecho recebe o nome de Praia do Portinho e é bastante fotogênico. Ao caminhar para a esquerda, chega-se ao trecho conhecido como “Aquário”, com piscinas naturais e barraca que aluga máscara e snorkel. Na mesma direção, 600 metros adiante, está o “Lord”, segundo ponto para banho, com águas rasas, peixes e barracas. Por fim, a dez minutos de caminhada, você alcança o trecho chamado de “Papa-Gente”, com recifes que formam piscinas repletas de peixinhos. Há pontos com boas ondas para surfe na extremidade norte. Estacas ao longo da orla sinalizam ninhos de tartarugas marinhas. Último aviso: na hora do banho de mar, fique atento à maré – quando está cheia, praticamente engole a faixa de areia e fica perigosa para as crianças.

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Passeios

Símbolo local, o Projeto Tamar é uma instituição que monitora grande parte do litoral brasileiro há mais de 30 anos, para estudar e proteger as tartarugas marinhas. Em seus tanques e aquários vivem quatro das cinco espécies existentes na costa nacional (verde, cabeçuda, de pente e oliva), além de peixes e tubarões. O período de desova costuma começar em outubro (informe-se sobre a programação). Entre as visitas oferecidas está a “Biólogo por um dia”, em que adultos e crianças – há uma versão especial para elas – podem acompanhar a rotina de cuidados, inclusive alimentando os animais, e os bastidores do trabalho no projeto (agendamento por WhatsApp).   

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Uma das primeiras fortificações erguidas no país, o Castelo Garcia d’Ávila começou a ser erguido em 1551 e só foi concluído em 1624. Hoje, restam apenas ruínas, percorridas por passarelas suspensas, e uma pequena capela da construção original, que primeiramente tinha a função de proteger o território colonial e depois sediou o maior latifúndio da época, que se estendia até o Maranhão. Em fevereiro de 2021, foi inaugurado um museu interativo que narra a trajetória do parque histórico e do clã Garcia D’Ávila por meio de painéis, maquetes, vídeos e achados arqueológicos. A tecnologia se estende à capela e a uma gameleira de 140 anos, que sediam shows de luz e som, e à fachada do castelo, que recebe projeções de video mapping à noite, idealizadas por artistas visuais como Speto. 

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Também há os passeios de quadriciclo e canoa canadense, operados pela agência Portomar. São dois roteiros de quadriciclo: o que percorre a área do Castelo Garcia D’Ávila e segue pela mata até o Rio Pojuca e o que começa na trilha na mata até o rio, com passeio opcional de canoa canadense (cerca de 2h cada). Já o passeio de canoa canadense, com capacidade para três pessoas, percorre as águas da lagoa Timeantube por cerca de meia hora, margeando as pequenas ilhas com vegetação aquática e observando pássaros como bem-te-vi, coruja, jaçanã, e martim-pescador. Há uma parada rápida na Ilha do Dendê para observação da flora regional (o roteiro dura cerca de 1h30).

A mesma agência organiza o passeio de escuna para observação de baleias-jubarte, em parceria com o Projeto Baleia Jubarte.  Realizado entre julho e outubro, o roteiro dura cerca de cinco horas (três delas em mar aberto, o que pode causar enjoo). Quando não for possível ver os animais, o passeio pode ser remarcado (mas não há reembolso).

Hotéis na Praia do Forte

Há três resorts por aqui: o Tivoli Ecoresort Praia do Forte fica mais perto do centrinho e funciona em regime de meia-pensão. Considerado um dos melhores resorts do país, TEM quadra de tênis e sete piscinas – com destaque para uma mais sossegada, cercada pela mata, e outra em desnível com espreguiçadeiras sobre o espelho d’água. O Tivoli tem ainda o Anantara Spa, que em 2022 ganhou o prêmio de Melhor Spa de Resort do Brasil no World Spa Awards. A infraestrutura do lugar conta com duas jacuzzis, piscina externa rodeada por jardim tropical, circuito de água quente e fria, ofurô, tanque de água gelada, sauna a vapor e sauna seca.

Já o grupo Iberostar tem duas unidades all-inclusive na Praia do Forte, distantes oito quilômetros do vilarejo: o Iberostar Bahia, com cinco piscinas, seis restaurantes e complexo esportivo com campo de golfe, e o Iberostar Selection Praia do Forte, com boa estrutura para crianças, com parquinho, kids club e recreação. Os quartos da categoria Suíte Júnior têm varanda com rede e vista para o mar.

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À esquerda da vila concentram-se hospedagens como a charmosa Refúgio da Vila, uma construção praiana e repleta de madeira cercada por verde, a Pousada Casa do Forte, com quartos pertinho da piscina dotados de ar-condicionado split (alguns têm hidro), e o Hotel Via dos Corais, com espaços kids e para eventos corporativos. A Praça dos Artistas têm localização interessante, a menos de 100 metros da praia e fora do miolo agitado – ali estão o Hotel Eco Atlântico, com duas piscinas, uma delas infantil, e alguns quartos com rede na varanda, a Pousada Tatuapara, com copa baby, brinquedoteca e delícias regionais no café da manhã, a exemplo de tapioca, mungunzá e cuscuz, e a Pousada dos Artistas, que costuma oferecer preços abaixo da média. Quem não dispensa uma pousada pé na areia opta pela Farol das Tartarugas, separada da orla por um gramadão (os chalés têm vista para o mar), e a Porto da Lua, cujas unidades podem ou não ter varanda e vista para o mar.  

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A 150 metros do Projeto Tamar, a compacta Pousada Rosa dos Ventos tem decoração rústica charmosa e quartos com ar-condicionado e frigobar que acomodam até quatro pessoas. Também há serviço de transfer para o aeroporto. Ali perto, a Pousada Ogum Marinho está na ativa há quase 30 anos e possui espaço kids e estacionamento – o café da manhã é servido em frente à piscina.

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Busque mais hospedagens na Praia do Forte

Restaurantes na Praia do Forte 

Os restaurantes se concentram no vilarejo e no entorno da Alameda do Sol. Casa de uma das melhores moquecas da capital baiana, o restaurante Donana abriu há alguns anos uma unidade na Praia do Forte – as estrelas da casa dividem espaço no menu com outras delícias regionais como o abará e o caldinho misto de sururu e camarão. A cozinha baiana também é o mote do tradicional Sabor da Vila (Restaurante do Zequinha), na ativa desde 1994.  

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Das casas com menu variado o Café do Forte tem boa carta de drinques e recebe DJs, enquanto o Terra Brasil investe em receitas como os risoto de cogumelos e a salada de camarão. No Xica’s Bistrô faz sucesso a chamada carne de sol de mainha, uma vistosa peça de carne servida sobre farofa de cuscuz com bacon, cebola e cheiro-verde e acompanhada de vinagrete de uva-verde. 

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Como é praxe nos destinos de praia nordestinos, há bons representantes da cozinha italiana. Por aqui se destacam a Taverna Paradiso, com pegada mais formal e pratos como o talharim com camarão e limão-siciliano e o carré de cordeiro com risoto de funghi porcini, a Il Cantuccio, cuja cozinha libera pratos como o espaguete com tinta de lula com frutos do mar, e a pizzaria 7 Pizzas, com salão descontraído. As redondas assadas no forno a lenha também são a especialidade do Vinopizza. 

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Se a ideia for fazer um lanche ou comer algo mais leve, passe no Tango Café, especializado em tortas, croissants, sanduíches e sobremesas.

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