Canoa Quebrada: praias, hospedagem, restaurantes e mais

Por Adrian Medeiros Atualizado em 10 jan 2023, 14h49 - Publicado em 19 dez 2016, 11h27

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Por Mirela Mazzola

Um dos icônicos refúgios do litoral do Ceará, Canoa Quebrada guarda um pouco do charme de quando era um esconderijo hippie, nos anos 1970, mas já tem perfil de destino turístico de massa. Para lidar com o eventual estresse, que pode incluir filas de ônibus no verão, recorrer à paisagem formada por falésias avermelhadas, dunas e praias não costuma falhar. 

Canoa é um passeio clássico de bate e volta a partir de Fortaleza, mas a distância da capital (180 quilômetros, percorridos em cerca de 2h30) esbarra naquele limite em que não compensa ir e voltar no mesmo dia. Outra desvantagem de uma visita rápida é perder o agito noturno da Broadway, centrinho com vielas que bombam na alta temporada, principalmente depois do pôr do sol.

Melhor época para visitar Canoa Quebrada

As chuvas se concentram no litoral cearense entre março e abril e também podem dar as caras em fevereiro e maio – ainda assim, é difícil perder um dia inteiro. De agosto em diante, a chance de chover é bem menor. As temperaturas são altas o ano todo, com máximas na faixa dos 30°C.  

Como chegar a Canoa Quebrada

Saindo de Fortaleza, é preciso acessar a CE-040. Você vai passar por Aquiraz e Beberibe até o fim da rodovia, em Aracati, município ao qual pertence Canoa Quebrada. De lá, siga pela BR-304 (passando pela área urbana). 

De avião, não é preciso descer em Fortaleza: o Aeroporto Regional de Canoa Quebrada Dragão do Mar, em Aracati, voltou a receber voos da Azul em dezembro de 2020, com saídas de Recife (e escala em Mossoró, RN) e Campinas. Do terminal, é possível chegar a Canoa Quebrada de táxi ou combinando o transfer com a pousada. 

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Como circular em Canoa Quebrada

Na vila é possível circular a pé. Para chegar à Ponta Grossa, uma das mais belas praias da região, a maneira mais bonita é de bugue, que vai pela faixa de areia passando por outras praias. De carro, é preciso seguir pela BR-304 até o trevo de Icapuí, rumo às praias de Peroba, Redonda e Ponta Grossa (há risco de atolar em alguns trechos, informe-se antes). O tradicional artesanato de garrafas decoradas com areia colorida é vendido em Majorlândia, a 8 km de Canoa Quebrada (os bugueiros também param lá).

O que fazer em Canoa Quebrada

Praias

A praia do centro, Canoa Quebrada, ostenta dunas e falésias que mudam de tom – a famosa imagem de uma lua e uma estrela esculpidas na parede de areia está aqui. No céu, o colorido é obra dos praticantes de voo livre, enquanto, na areia, algumas paradas têm estrutura parecida com a das megabarracas de Fortaleza (a exemplo da Antônio Coco e da Chega Mais Beach). Ali também fica a Broadway, que enfileira restaurantes, bares e baladinhas rústicas (na praia, rolam festas e luaus). 

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A seis quilômetros da vila, a Praia do Fortim fica na foz do Rio Jaguaribe e ganha ilhas e praias fluviais no verão – dali até Pontal de Maceió, vila tranquila com mar transparente onde há vista panorâmica, são cerca de 30 quilômetros. A leste, Retirinho tem dunas coloridas, bicas de água doce e pedras. Sossegadas e com pouca estrutura, Lagoa do Mato e Quixaba exibem mais falésias multicoloridas e águas calmas. 

A faixa que inclui as seguintes praias: do Ceará (a mais distante, a 70 quilômetros), Manibu, Peixe Gordo, Tremembé, Quitérias, Icapuí, Barreiras, Peroba, Redonda, Ponta Grossa e Retiro Grande pertence ao município de Icapuí, mas faz parte do roteiro de quem vai a Canoa Quebrada. Por causa da distância, o mais comum é visitá-las de bugue – se for de carro, informe-se sobre as condições da via. Nesse trecho, Tremembé e Icapuí são as preferidas dos kitesurfistas, enquanto Redonda e Ponta Grossa têm bela paisagem de falésias avermelhadas. Enseadas como Barreiras, Retiro Grande e Fontainha, já em Aracati, têm sofrido com o avanço do mar. Outro pico popular, a praia de Morro Branco e seu belo Monumento Natural das Falésias, em Beberibe, está no meio do caminho até Fortaleza (e é outro destino dos bate e volta a partir da capital).

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Passeios

Os mais populares são os de jangada e de bugue. As embarcações partem da Praia de Canoa Quebrada e avançam um quilômetro no mar, em cerca de meia hora (você pode contratar com os próprios jangadeiros ou nas barracas). Já o de bugue dura dura entre 1h30 e 2h30 e normalmente faz dois roteiros: pelas dunas até o Rio Jaguaribe e para o leste até Ponta Grossa. Esse caminho só pode ser feito pela orla na maré baixa e tem paradas em Majorlândia, para ver e comprar artesanato de garrafas decoradas com areia colorida, e praias como Retiro Grande e Retirinho. Peça indicações na pousada, barraca ou contrate no posto dos bugueiros na entrada na vila. 

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Há ainda quem tente aprender kitesurfe e windsurfe (os melhores ventos sopram entre julho e janeiro). Há algumas escolas na região que oferecem aulas para iniciantes e alugam equipamentos. Importante que os instrutores sejam certificados pela International Kiteboarding Organization (IKO).

Hotéis em Canoa Quebrada

Única pousada pé na areia em Canoa Quebrada, a Vila Canoa tem todos os quartos com vista para o mar e uma barraca aberta ao público, a Tiki Beach, tudo sem grandes luxos. Também voltada para a praia, mas sem o acesso direto, a Tatajuba tem piscina grande e quartos bem-cuidados, alguns com varanda e vista. Com projeto moderno, o Ravenala Hotel Boutique tem um solário amplo, com deque e piscina irregular, e quartos decorados com móveis de linhas retas e detalhes coloridos; todos têm ar-condicionado e varanda. A Pousada Refúgio Jardim de Canoa tem um paisagismo caprichado e uma equipe muito afinada.

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A 400 metros da praia e pertinho da Broadway, o Il Nuraghe tem piscina e quartos espaçosos e práticos, com piso frio e ar-condicionado. Também próximo ao centrinho, o Hotel e Pousada La Dolce Vita tem quartos de casal na construção principal, mais simples, e uma unidade com dois quartos e piscina privativa para até seis pessoas. Inaugurada em 1990, a Pousada Lua Estrela está a apenas dois minutos do centro. A varanda de alguns quartos tem vista para o mar. Outra pioneira, de 1993, é a Tranquilândia Village. Há chalés com vista para o jardim ou para a piscina, e apartamentos mais novos (uma unidade tem hidro, outras, vista para o mar). As acomodações e a piscina, uma das maiores do distrito, estão distribuídas por um gostoso terreno ajardinado. Mais afastada da praia e do burburinho da Broadway, a Long Beach tem uma área de piscina bastante agradável, com espreguiçadeiras sob pergolados. Os quartos da categoria Residencial são mais recentes e os chamados bangalow têm dois quartos e saleta. 

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No Pontal de Maceió, a 35 quilômetros de Canoa sentido Fortaleza, o Vila Selvagem Hotel Contemporâneo é para quem quer sossego. Os ambientes são decorados com elegância rústica, pontuados por vigas de madeira, quiosques com teto de palha e móveis de fibras naturais. O charme continua nos quartos, com cama king-size, e no restaurante, em uma varanda debruçada sobre a areia da praia quase exclusiva.

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Restaurantes em Canoa Quebrada

Como é comum em outros destinos do Nordeste, os turistas costumam almoçar durante os passeios e nas barracas de praia (por isso, muitos restaurantes da Broadway fecham nesse horário). Um dos mais charmosos do pedaço, o Mezza Luna serve massas artesanais, risotos, brusquetas e frutos do mar, a exemplo do polvo grelhado com batatas, em ambiente com chão de areia, velas nas mesas e gazebos. Além de massas, há pizzas no Paprika, com mesas ao livre voltadas para a calçada e em um espaço agradável nos fundos.

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O Café Habana fica em uma construção com varanda para a Broadway. A casa se dedica à cozinha variada, com massas e filés, mas, se a ideia for petiscar ao som da música ao vivo, tem porções como o camarão à milanesa. O El Argentino, também na Broadway, revela a especialidade no nome e serve cortes bovinos acompanhados de batatas e chimichurri em uma chapa levada à mesa.   

Sugestão de roteiro em Canoa Quebrada

Três dias é boa pedida para conhecer as principais atrações e praias com calma, mas dá para ficar um pouco mais se a ideia for descansar. Dedique o primeiro para conhecer a praia do centrinho, Canoa Quebrada – eleja sua barraca, mas não deixe de caminhar pela orla para ver as falésias. Nesse dia, também rola fazer o passeio de jangada. Na manhã seguinte, verifique a tábua de marés e, se estiver baixa no horário do passeio, embarque no bugue para Ponta Grossa. O último dia pode ser dedicado às praias do oeste, no passeio de bugue pelas dunas até o Rio Jaguaribe, ou à uma esticada até Morro Branco, onde fica o Monumento Natural das Falésias (se não estiver de carro, é possível combinar a ida com os bugueiros). Em todas as noites, o destino é um só: os bares e restaurantes da Broadway. 

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