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Roteiro de 5 dias pelo Vale do Itajaí, em Santa Catarina

A região em que imigrantes alemães e italianos escolheram para fincar suas raízes tem boas compras e belezas que vão além do Rio Itajaí-Açu

Por Fernando Leite
Atualizado em 10 Maio 2019, 14h31 - Publicado em 19 jan 2017, 18h19

O verão é a época do ano em que Santa Catarina ferve de turistas. Todos buscando um lugar ao sol – de Passo de Torres até Itapoá. Se você estiver viajando pelo estado e quiser dar um tempo de costa, sem fugir muito dela, que tal um roteiro pelo Vale do Itajaí? Para não ter que trocar de hotel diariamente, Blumenau pode ser usada como base.

Dia 1 – Blumenau

Não tem segredo, a melhor forma de adaptação é calçar um pisante confortável e sair caminhando pelas ruas XV de Novembro e Avenida Presidente Castelo Branco. Enquanto passa pelas construções enxaimel e pela Catedral São Paulo Apóstolo com sua portentosa torre de tijolinhos, o sotaque carregadamente germânico entranha em nossas mentes. O Rio Itajaí-Açu serpenteando o centrinho, forçando muuiittoo a barra, até nos faz lembrar o Rio Reno. A caminhada matinal pode terminar no simples, mas bem organizado Museu da Cerveja (falaremos muito sobre esse tema durante o roteiro).

A fome bateu e para matar dois coelhos com uma só cajadada, siga rumo ao Parque Vila Germânica, palco da Oktoberfest e que nos outros 11 meses do ano é uma réplica de uma vila alemã com lojinhas e restaurantes típicos a servir o marreco recheado.

Força motriz da economia blumenauense, a indústria têxtil não pode ficar de fora. A responsável principal atende pelo nome Hering. Em sua loja de fábrica, encontra-se bons descontos nas roupas, especialmente nas peças com pequenos defeitos. Ao lado, o interativo Museu Hering mostra a evolução da fábrica desde 1880.

Para fechar o dia, uma cervejaria. Gostaria de falar artesanal, mas a Eisenbahn já superou esse rótulo ao ser adquirida por uma grande cervejaria nacional. Ainda assim seu bar de fábrica produz um ótimo canapé de linguiça Blumenau e, por um vidro, podemos ver a fábrica. Afastada da cidade, no bairro de Itoupava Central, a Bierland, essa sim, bem artesanal, produz 12 cervejas e quatro chopes.

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O formato do chapéu de freira é a marca registrada do Santuário Madre Paulina (foto: Jessé Rocha Tavares/Wikimedia Commons)
O formato do chapéu de freira é a marca registrada do Santuário Madre Paulina (foto: Jessé Rocha Tavares/Wikimedia Commons) ()

Dia 2 – Nova Trento e Brusque

Programe seu despertador para as primeiras horas da manhã, o dia será bem intenso. A começar pelo deslocamento de 72 km até Nova Trento, passando por estradas movimentadas. Duas horas é o suficiente para conhecer o Santuário Santa Paulina, construído em homenagem a Amabile Lucia Vistainer, ou Madre Paulina, nossa única santa. Na chegada, já impressiona o templo em formado de chapéu de freira, com capacidade para 3000 pessoas. Para observá-lo de frente, pegue o teleférico que vai até o mirante do Parque Colina, bem em frente. Uma forma bacana de conhecer a vida da santa é visitar o Cenário Vivo da Vida de Santa Paulina, com passagens em miniaturas.

Na estrada de acesso ao Santuário, você passará por várias lojas com degustação de vinhos coloniais. Muito tentador, mas é preciso uma dose de coragem e muita fé na santa.

Após comer um marreco recheado no Schumacher, na pequenina Guabiruba, não há lugar melhor para fazer a digestão, senão nas lojas e shoppings de roupas de Brusque. Na Rodovia Antônio Heil, que segue para Itajaí, estão a icônica Havan, a FIP e a Stop Shop. Voltando para Blumenau, na Rodovia Ivo Silveira, quem manda são os grandes shoppings atacadistas: Catarina e Master.

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Bem-vindo a Pomerode, a cidade com maior concentração de construções enxaimel no Brasil (foto: JLes/Wikimedia Commons)
Bem-vindo a Pomerode, a cidade com maior concentração de construções enxaimel no Brasil (foto: JLes/Wikimedia Commons) ()

Dia 3 – Pomerode

Já acostumado com o sotaque e com alguns termos germânicos, você está preparado para Pomerode, o menor deslocamento da viagem, com 32 km. Trafegando pela SC-421 e se deparando com aquele monte de fábricas, o cenário não é dos mais animadores, tanto que hoje Pomerode tem um público executivo que supera o turístico.

As coisas melhoram – e bem – no centrinho da cidade, agora sim parecendo um pedaço do interior da Alemanha. A grande concentração de construções enxaimel está no bairro de Testo Alto, a 8 km sentido Jaraguá do Sul: em uma estradinha de chão com 16 km espalham-se 50 casas que preservam a memória da colonização alemã.

De volta ao Centro, o terceiro zoológico mais antigo do país é um programa bem família. Quase ao lado, uma chaminé de 30 m simboliza a Cervejaria Schornstein, que pode ser visitada com agendamento.

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A fome bateu? Se mande para a Torten Paradies: até 14h, bufê tradicional. Depois disso, café colonial. Antes de voltar para Blumenau, que tal fazer umas comprinhas. Tem o artesanato típico da Wundervelt, os chocolates com 80% de cacau da Nugali ou as boas ofertas da Porcelanas Schmidt.

Em meio aos arrozais, a Cachoeira Véu de Noiva, em Doutor Pedrinho (foto: Dpedrinho/Wikimedia Commons)
Em meio aos arrozais, a Cachoeira Véu de Noiva, em Doutor Pedrinho (foto: Dpedrinho/Wikimedia Commons) ()

Dia 4 – Benedito Novo e Doutor Pedrinho

Chegou o dia de curtir cachoeiras e, assim como no segundo dia, acordar cedo é fundamental. Vamos deixar a cidade mais longe como primeiro destino.

A partir de Timbó, sobe-se 36 km por uma estrada estreita e íngreme para chegar no chamado Médio Vale do Itajaí.

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Lá em cima, os arrozais significam que você se aproxima de Doutor Pedrinho. Uma vez no centrinho, pegue uma estrada de terra e, em 10 minutos, você estará na Cachoeira Véu de Noiva. Quer dizer, quase lá, ainda faltam 20 minutos de caminhada até alcançar a forte queda.

Na ida, você passou por Benedito Novo. Hora de explorar sua principal atração: o Salto do Zinco. Leve o termo “explorar” ao pé da letra, são 21 km em estrada de terra, mais 40 minutos de caminhada até a cachoeira de 76 metros. Não dá para tomar banho nela, mas a vista compensa e há uma queda menor próxima dali para esse intuito.

Muita emoção no rafting do Rio Itajaí-Açu (foto: divulgação/Ativa Rafting e Aventuras)
Muita emoção no rafting do Rio Itajaí-Açu (foto: divulgação/Ativa Rafting e Aventuras) ()

Dia 5 – Rodeio, Ascurra, Apiúna e Rio do Sul

Finalizando o roteiro, dia reservado para o Alto Vale do Itajaí. Que gosta de esportes de aventura, não pode perder o rafting no Rio Itajaí-Açu, em Apiúna, um dos melhores locais para a prática do esporte no Brasil, em uma descida que reserva um sem número de corredeiras e que pode ser feita até por iniciantes – basta ter 1,20 m de altura.

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Não quer saber de fortes emoções? Sem problemas, passeie pelas pequenas Rodeio e Ascurra, no momento colonização italiana da viagem. O Circulo Trentini di Rodeio tem um museu sobre a história da região. Na área rural, o Vale das Trutas serve o peixe fresquíssimo.

BR-470 avante e acima, Rio do Sul é famosa pela produção de jeans. Nem é preciso sair da estrada para visitar lojas e shoppings a vender peças a preços bem camaradas.

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