Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O homem que viajou para todos os países do mundo: não o invejo

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h14 - Publicado em 2 out 2015, 15h46

Aos 39 anos, o norueguês Gunnar Garfors completou a sua lista de 198 nações. Orgulhoso de sua façanha, ele publicou o livro 198: How I Run Out of Countries (algo como “como fiquei sem países para visitar”, em tradução livre).

Vi muita gente compartilhando matérias sobre ele nas redes sociais, quase sempre em tom empolgado, do tipo “um dia chego lá”. Na contramão, pensei: “isso é tudo o que não quero”.

Explico. Na minha modestíssima opinião, Garfors não é um viajante, mas sim um colecionador. Recentemente, ele também esteve na mídia após conseguir passar por 19 países da Europa em apenas um dia: esse é o espírito da sua coisa. De fato, é impressionante. Parabéns, Gunnar. Mas essa corrida maluca está muito longe de ser a minha forma de encarar o ato de viajar.

O colecionador de países norueguês cumpriu sua meta em apenas cinco anos, sem tirar um período sabático. Para isso, viajou enlouquecidamente nos finais de semana, férias e feriados. Ou seja, o tempo que passou em cada país foi provavelmente mínimo. Tenho pra mim que, se ele fechar os olhos e pensar no que fez, não conseguirá distinguir Botsuana de Belize ou Argélia de Argentina.

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Viajar, para mim, não tem nada a ver com competição, com números ou com meta. Valorizo muito mais ter experiências mais aprofundadas e não me acanho em repetir várias vezes um destino que tenha me cativado – uma viagem, afinal de contas, nunca é igual a outra. Quero, sim, conhecer – e não apenas colecionar – o maior número de países possíveis. Mas não tenho a menor pressa de que isso aconteça. E muito menos a necessidade de preencher a cartelinha e gritar bingo no final.

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